Política

Conselho de Segurança da ONU se reúne, mas não decide nada





O Conselho de Segurança da ONU se reuniu para discutir a situação humanitária na Ucrânia desde a invasão russa, mas não decidiu nada.

Nos discursos, Rússia e Ucrânia trocaram acusações. Potências ocidentais pressionaram russos e demonstraram preocupação com o uso de armas explosivas em zonas urbanas. A China pediu providências “para ambas as partes”.

França e México anunciaram proposta de resolução para proteger civis e garantir acesso a ajuda humanitária.

“França, com o México, apresentarão uma proposta de resolução para o Conselho pedindo total respeito à lei internacional humanitária, a proteção de civil e desobstruído acesso humanitário”, disse o representante da França, Nicolas de Rivière.

“Isso será trazido a voto rapidamente”, declarou ele.

O representante da Rússia, Vassily Nebenzia, que também presidia a reunião, afirmou que era necessário analisar cuidadosamente a proposta antes de tomar uma decisão.

A reunião foi adiada sem votações ao fim dos discursos.

O representante da Ucrânia, Sergiy Kyslytsya, disse que a situação de seu país pode se deteriorar muito. “Não é só uma crise de segurança, é uma crise humanitária”, declarou. “É a pior e maior invasão desde a 2ª Guerra Mundial”, afirmou ele.

“Rússia está atacando hospitais, brigadas móveis de ajuda e ambulâncias. Não é a ação de um Estado com preocupações legítimas de segurança. É a ação de um Estado determinado a matar civis. Não há debate, são crimes de guerra”, disse o representante do país.

Segundo Kyslytsya, o conflito matou ao menos 352 pessoas até agora, e feriu cerca de 2.400.

No início da reunião, altos funcionários da ONU disseram que são necessárias garantias para trabalhadores humanitários no país.

“Precisamos de garantia de que trabalhadores humanitários vão ser protegidos mesmo nos mais severos dias do conflito”, disse Martin Griffiths, da Coordenação de Assuntos Humanitários da ONU.

“Nos territórios sob o controle das forças armadas russas as pessoas não estão encontrando questões humanitárias agudas. As autoridades locais depois de os radicais irem embora estão promovendo todos os serviços necessários para as pessoas”, disse o representante russo.

Ele declarou que o sofrimento dos ucranianos não é culpa da Rússia. “Pessoas basicamente acabaram reféns dos radicais e nacionalistas ucranianos que querem poder a qualquer custo”, declarou.

“Os problemas agudos só restam nas cidades onde as atividades ucranianas deram uma criminosa e irresponsável ordem de distribuir armas para qualquer um que as queira. Incluindo criminosos”, disse.

Segundo o russo, quem quiser deixar Kiev pode fazê-lo por uma estrada que “está aberta e segura”. Ele acusou os ucranianos de esconderem armas em locais densamente povoados. E declarou que não há evidência de mortes de civis causadas pelas forças da Rússia.

Guerra prossegue

Bombardeios russos voltaram a ser ouvidos nas duas maiores cidades da Ucrânia nesta 2ª feira (28.fev). No 5º dia de guerra, a capital Kiev e Kharkiv estão novamente na mira dos rivais, segundo o serviço ucraniano de comunicações especiais.

Em Chernihiv, mais de 150 km a noroeste de Kiev, um míssil atingiu um prédio residencial no centro da cidade. Os 2 andares inferiores do edifício pegaram fogo, de acordo com o serviço estatal de comunicações especiais.

Russos e ucranianos se reuniram em Belarus nesta 2ª para iniciar negociações, mas as conversas não foram conclusivas. Uma nova rodada está para ser marcada.

Fonte: Poder360