Política

A luz vencerá a escuridão, diz presidente da Ucrânia em discurso





O líder ucraniano discursou por videoconferência no Parlamento Europeu

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, falou na manhã desta terça-feira (1/3) ao Parlamento Europeu, agradecendo o apoio da União Europeia, reafirmando o sofrimento da Ucrânia e pedindo a adesão urgente de seu país à comunidade europeia.

Emocionado, Zelensky disse que a Ucrânia está lutando pelos seus direitos e liberdade, liberdade, “mas também queremos ser membros igualitários da Europa."

"Acredito que estamos mostrando que a UE será mais forte conosco. Sem vocês, ficaremos sós. No mínimo, mostramos que somos tão bons como vocês. Provem que são, de fato, europeus e, assim, a vida vencerá a morte e a luz vencerá a escuridão. Glória à Ucrânia", disse Zelensky.

O presidente ucraniano mencionou ainda o taque à Kharkiv, nesta terça-feira (01/02), que matou várias pessoas na Praça da Liberdade, incluíndo 5 integrantes de um a mesma família, e prometeu que todas as praças da Ucrânia passarão a chamar-se ‘Freedom Square’(praça da liberdade, em tradução livre).

Zelensky também destacou o ataque russo a uma escola infantil e questionou a postura do presidente russo. "Ontem 16 crianças foram mortas. E o Putin dirá novamente que isto é uma ação militar. Em que tipo de fábrica militar trabalham as nossas crianças?", questionou o líder ucraniano.

Nas primeiras horas da manhã desta terça-feira (01/02), após os ataques russos à Kharkiv, a segunda maior cidade da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, publicou um vídeo afirmando que os ataques são terrorismo de Estado e pediu para que a comunidade internacional reconheça isso.

"O objetivo do terror é nos quebrar, é quebrar a nossa resistência '', afirmou. O presidente ainda disse que as cidades de Kiev e Kharkiv, as maiores do país, são os principais alvos da Rússia.

Reunião extraordinária

O Parlamento Europeu se reuniu hoje para uma sessão extraordinária para votar uma resolução que condena a invasão russa. Os eurodeputados vão também debater a adesão da Ucrânia à União Europeia, um pedido feito formalmente na segunda-feira (28/2).

 

Confira outras notícias 

- Joe Biden fará discurso do Estado da União nesta 3ª feira

O presidente dos EUA, Joe Biden, realizará nesta 3ª feira (1º.mar.2022) às 23h (horário de Brasília) o tradicional discurso do Estado da União para o Congresso no plenário da Câmara. Assista no canal oficial da Casa Branca no YouTube.

O Estado da União é um dos principais eventos políticos realizados anualmente em Washington (D.C.). É a oportunidade que o presidente tem para detalhar os avanços do governo, assim como esclarecer as prioridades para o ano vigente.

Guerra na Ucrânia será tema

A secretária de imprensa da Casa Branca, Jen Psaki, disse no domingo (27.fev.2022) que a invasão da Rússia à Ucrânia será incluída no discurso do presidente Biden.

“Acho que não há dúvida de que, no Estado da União, o povo norte-americano e qualquer pessoa assistindo ao redor do mundo ouvirá o presidente falar sobre esforços que liderou nos últimos meses para construir uma coalizão global para lutar contra a autocracia”, declarou Psaki.

A secretária afirmou que Biden também citará a “força e resiliência” dos norte-americanos, além de esclarecer o que “está por vir” para o país. Segundo ela, o discurso “trata da entrega de uma mensagem ao público”.

“O que as pessoas também ouvirão do presidente Biden é sobre sua crença na resiliência do povo norte-americano. […] Falará sobre seu otimismo acerca do que está por vir e o que todos temos que esperar”, completou.

Discurso de Trump em 2020

O ex-presidente Donald Trump realizou em 4 de fevereiro de 2020 o discurso do Estado da União. Em mais de uma hora, o republicano criticou a China e o socialismo e exaltou os indicadores positivos da economia do país.

Trump afirmou que a China praticou um “roubo maciço” de postos de trabalho dos Estados Unidos e se beneficiaram na balança comercial entre os países. O presidente disse que prometeu e cumpriu a implantação de novas tarifas para reverter esse desequilíbrio.

O mandatário norte-americano também criticou o socialismo, com foco no regime venezuelano. Disse que o presidente Nicolás Maduro é 1 “tirano que violenta seu povo” e que o “socialismo destrói nações”.

 

- Rússia exige remoção de armas nucleares dos EUA na Europa

O chanceler da Rússia, Sergey Lavrov, disse que a existência de armas nucleares norte-americanas na Europa é “inaceitável”. Afirmou que “chegou a hora delas serem retiradas”. Acusou os Estados Unidos de criarem insegurança mundial. Deu as declarações durante evento da ONU nesta 3ª feira (1º.mar.2022).

O chanceler participou por videoconferência. Seu discurso foi boicotado por representantes de vários países que participavam do evento presencialmente em Genebra. Eles deixaram a sala enquanto a fala de Lavrov era transmitida. O Brasil não participou do boicote.

A Rússia invadiu a Ucrânia na semana passada. A exigência de Sergey Lavrov na ONU foi realizada 2 dias depois do presidente russo, Vladimir Putin, colocar equipes de armas nucleares em posição de alerta.

O chanceler da Rússia defendeu as medidas tomadas por seu país. Disse haver desde 2014 violações de direitos humanos na Ucrânia contra russos e descendentes russos na nação.

Atrocidades foram conduzidas por 8 anos. E elas foram lidadas com indiferença. O regime ucraniano foi terrível durante esses 8 anos”, afirmou o Lavrov. Ele disse que o mecanismo de direitos humanos da ONU não respondeu de forma correta às “ilegalidades” da Ucrânia. “Nós vemos a arrogância e a filosofia do ocidente nessa situação”, declarou.

O chanceler também afirmou que ataque às liberdades de religião e de expressão foram “ignoradas ou mesmo apoiadas pela União Europeia e pelos EUA, que dizem defender a democracia”.

6º DIA DE GUERRA

O 6º dia de guerra na Ucrânia começou ao som de sirenes em diversas cidades do país, extensa movimentação de tropas no sentido da capital e ataques a maternidade perto de Kiev e à sede do governo de Kharkiv.

Nas primeiras horas da madrugada desta 3ª feira (1º.mar.2022), sirenes alertam possíveis ataques aéreos em Kiev e nas cidades de Vinnytsia, Rivne, Volyn, Ternopil, Rivne Oblasts e Kharkiv, segundo o jornal local Kyiv Independent.

Na 2ª feira (28.fev), o presidente Volodymyr Zelensky afirmou que, desde o início da guerra, a Ucrânia foi atingida por 56 ataques com foguetes e 113 mísseis de cruzeiro. Em pronunciamento feito no começo da noite, defendeu uma zona de exclusão aérea sobre a Ucrânia e o aumento das sanções contra a Rússia.

A Rússia e a Ucrânia realizaram uma 1ª rodada de negociações na 2ª feira (28.fev), na fronteira de Belarus. O encontro terminou sem acordo. Uma nova reunião será marcada nos próximos dias.

 

Fonte: Correio Braziliense - Poder360