Agora, diz a ala política do governo, Bolsonaro está em uma grande enrascada, pois se espalhou como rastilho de pólvora a visão de que o Brasil escolheu o lado errado da história. O principal líder do país endossou um ditador sanguinário, que mata, sem dó, crianças, mulheres, idosos. Será muito difícil para Bolsonaro se descolar dessa imagem.
Os mesmos políticos dizem que viram um fato preocupante neste carnaval. Bolsonaro saiu para passear de moto por Guarujá, onde está curtindo a folia, e foi vaiado com força em vários trechos. Esse é o sinal mais imediato de que a guerra entrou na cabeça dos eleitores e que muitos não perdoam o presidente.
Resta saber, segundo a ala política do Planalto, se Bolsonaro vai cobrar os militares que endossaram o discurso de que a proximidade com Putin em tempos de guerra era um bom negócio. Dizem esses políticos que a lista de fardados começa pelo ministro da Defesa, Braga Netto, e passa pelo ministro da secretaria-geral da Presidência, Luiz Eduardo Ramos.
- Diplomatas brasileiros não participam de protesto contra Rússia na ONU
Vários diplomatas deixaram a sala de conferência do Conselho de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU) durante discurso, por videoconferência, do ministro russo das Relações Exteriores, Sergei Lavrov. O protesto ocorreu durante a reunião da terça-feira (1º/3), quando o russo começou a discursar. No entanto, a delegação brasileira presente no evento não participou da ação.
De acordo com o Valor Econômico, o ministro foi impedido de participar presencialmente da reunião, ocorrida em Genebra, na Suíça. Em decorrência das sanções impostas à Rússia pela União Europeia, o espaço aéreo sobre os 27 países que compõe o bloco estavam fechados, o que impediu a autoridade de viajar.
Além do Brasil, diplomatas da Nicarágua, Paquistão, Honduras e Bolívia não participaram do protesto.
Ainda na tarde desta terça-feira, o encarregado de negócios da Ucrânia no Brasil, Anatoliy Tkach, declarou que o Brasil precisa tomar uma posição mais forte e condene a ação de Vladimir Putin no leste europeu. “Eu acho que ele [Bolsonaro] poderia começar com uma palavra de solidariedade. Gostaríamos de uma posição mais forte do Brasil, posição de apoio e condenação da Rússia”, declarou
Fonte: Correio Braziliense