Política

Putin pede para países vizinhos normalizarem relações com a Rússia





Kremlin disse que este é o momento para russos apoiarem o presidente Vladimir Putin

O presidente russo, Vladimir Putin, pediu, nesta sexta-feira (4/3), para que os países vizinhos da Rússia normalizem as relações com o país. "Não temos más intenções, não há necessidade de impor restrições, cumprimos todas as obrigações", disse em pronunciamento transmitido na televisão. "Não vemos aqui necessidade de agravar ou piorar nossas relações. E todas as nossas ações, se surgirem, sempre surgem exclusivamente em resposta a algumas ações hostis, ações contra a Federação Russa", continuou. 

De acordo com ele, o país é capaz de aguentar as sanções econômicas e poderá sair mais forte do conflito. “Teremos apenas que mover alguns projetos um pouco para a direita, para adquirir competências adicionais. Mas ainda vamos resolver os problemas que enfrentamos", afirmou. 

Nesta sexta, o Kremlin disse que chegou o momento para a população se unir em torno do presidente Vladimir Putin. "Agora não é hora de divisão, é o momento de união. E união ao redor do nosso presidente", afirmou o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, em um encontro com a imprensa. 

O porta-voz do Kremlin disse que Putin não planeja falar com o presidente ucraniano e nem com o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden. "Tal conversa não está planejada. Atualmente, é difícil considerar esses parceiros como interlocutores", disse Peskov. 

Nesta sexta-feira, o conflito com a Ucrânia chega ao nono dia com a tomada da usina nuclear de Zaporizhia, a maior da Europa. Nesta quinta, os dois países concordaram com a criação de um corredor humanitário para a retirada segura de civis da Ucrânia. 

 

 

Próximo passo para paz depende da Ucrânia, diz Rússia

O governo russo disse nesta 6ª feira (4.mar.2022) que o futuro da guerra com a Ucrânia depende da reação de Kiev às negociações desta semana. Os 2 lados se reuniram pela 2ª vez na 5ª feira (3.mar), em Belarus

Em teleconferência com jornalistas, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, falou que “as conversas que ocorreram foram uma boa oportunidade para transmitir claramente ao lado ucraniano” a visão russa para o fim do conflito. “No futuro, tudo dependerá da reação do lado ucraniano”, disse.

Na negociação de 5ª, Rússia e Ucrânia não chegaram a um acordo sobre um cessar-fogo. Concordaram com a criação de corredores humanitários para a retirada de civis. Mais de 1 milhão de pessoas já deixaram a Ucrânia desde a invasão russa, segundo contagem da agência de refugiados da ONU, divulgada na noite de 4ª feira (2.mar).

Peskov foi questionado sobre uma declaração do senador norte-americano Lindsey Graham sobre “eliminar” o presidente russo, Vladimir Putin, para acabar com a guerra. O porta-voz disse ser um exemplo de “russofobia histérica”.

Claro que hoje em dia nem todo mundo está conseguindo manter uma mente sóbria, eu diria até uma mente sã”, afirmou Peskov.

Em pronunciamento na 5ª, Putin disse que as tropas russas não querem atingir a população civil durante os ataques à Ucrânia. “Nosso dever é ajudar as vítimas dessa guerra que estão combatendo pela segurança do povo da Rússia”, falou.

O líder russo voltou a falar que “russos e ucranianos são o mesmo povo” e essa é uma convicção que ele não abandonará, ainda que “o governo da Ucrânia esteja amedrontando a sua população com propaganda nacionalista”.

Segundo Putin, a “operação militar especial” é uma luta contra “neonazistas”. O presidente russo acusou “nacionalistas ucranianos” de usar sua população civil “como escudo humano” e de fazer estrangeiros de reféns.

 

- ONU aprova investigações sobre violações russas de direitos na Ucrânia

 O Conselho de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU) condenou nesta sexta-feira (4) supostas violações de direitos pela Rússia na Ucrânia e concordou em criar uma comissão para investigá-las, incluindo possíveis crimes de guerra.

Trinta e dois membros do conselho, entre eles o Brasil, votaram a favor da resolução apresentada pela Ucrânia. Rússia e Eritreia votaram contra, enquanto 13, incluindo a China, se abstiveram.

"Aqueles da Rússia que dirigem e cometem violações contra meu povo deveriam prestar atenção. Provas serão coletadas; vocês serão identificados e responsabilizados", disse a embaixadora da Ucrânia nas Nações Unidas em Genebra, Yevheniia Filipenko, ladeada por embaixadores ocidentais, após a votação.

O conselho, com sede em Genebra, não pode tomar decisões juridicamente vinculantes, mas envia mensagens políticas importantes e pode autorizar investigações, como a que será realizada pela comissão de três pessoas criada pela votação de hoje.

Mais cedo, Filipenko disse ao conselho que havia "provas irrefutáveis ​​de violações grosseiras e sistemáticas dos direitos humanos, bem como crimes de guerra e crimes contra a humanidade cometidos pela Rússia".

A Rússia, que desde 24 de fevereiro chama suas ações de "operação especial", negou alvejar civis na Ucrânia.

Seu delegado, Evgeny Ustinov, disse ao conselho que os apoiadores da resolução "usarão qualquer meio para culpar a Rússia pelos eventos na Ucrânia".

 

- Otan: "Não vamos entrar na Ucrânia, nem no espaço aéreo, nem em solo"

Após reunião dos países membros da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), o secretário-geral da aliança militar, Jens Stoltenber, afirmou  hoje (4) que os 30 países membros mantêm a decisão de não entrar em território ucraniano por receio de uma escalada da violência. A Otan vem apoiando a Ucrânia desde 2014, com treinamento militar e fornecimento de armamentos, mas, como o país não faz parte do bloco, a decisão é de que a aliança militar não participe ativamente na guerra.

"Nós já deixamos claro que não vamos entrar na Ucrânia, nem no espaço aéreo, nem em solo. Se nós fizéssemos uma zona de exclusão aérea, teríamos que mandar aviões nossos e derrubar aviões russos. Nós entendemos o desespero [da Ucrânia] mas também acreditamos que se fizéssemos isso, levaríamos a uma guerra total na Europa, envolvendo muito mais países e causando muito mais sofrimento. É muito dolorosa essa decisão. Nós impusemos sanções severas e aumentamos o apoio, mas não podemos participar diretamente do conflito", explicou Stoltenberg.

A Ucrânia cobrou da Otan, nos últimos dias, uma zona de exclusão aérea onde aviões de outros países pudessem ajudar o exército ucraniano na defesa do país, mas os membros da aliança militar temem que essa medida possa gerar uma guerra nuclear. "Não devemos ter aviões no espaço aéreo nem tropas na Ucrânia", disse Stoltenberg.

O artigo 5º da Carta da Otan afirma que, se um país da aliança for atacado, todos os outros países se envolverão na resposta. Stoltenberg afirmou que a Otan precisa ser pragmática e que o princípio da aliança é de defesa. "A Otan só agirá para se proteger", disse, lembrando que 1 bilhão de cidadãos vivem nos países do bloco.

Stoltenberg ressaltou que a Otan defende uma solução pacífica e diplomática e reforçou os pedidos para que o presidente russo, Vladimir Putin, aceite conversar para reduzir as tensões e encontrar uma saída para o conflito.

Hoje, o presidente da Ucrânia Volodymyr Zelensky, lembrou que a radiação não conhece fronteiras e não sabe onde acaba a Ucrânia e onde começa a Rússia. "Se acontecer alguma coisa, o problema é da Europa toda", disse o mandatário ucraniano, alertando para o perigo de um acidente nuclear, após o ataque russo a estação nuclear ucraniana na noite de ontem.

O secretário de segurança dos Estados Unidos, Anthony Blinken, que foi a Bruxelas participar da reunião da Otan, reforçou que a aliança é de defesa e não buscará o conflito. "Se o conflito vier até nós, estamos prontos para defender cada centímetro do território da Otan", reforçou.

Stoltenberg disse que essa é a pior agressão militar em quatro décadas. "Temos cidades sitiadas, escolas, residências atacadas, um ataque contra uma usina nuclear e muitos civis feridos ou mortos. Os dias a seguir, provavelmente, serão piores, com mais mortes, mais sofrimento e mais destruição".

 

- Anvisa recomenda flexibilizar regras para passageiro vindo da Ucrânia

A orientação é referentre ao novo coronavírus

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) recomendou à Casa Civil da Presidência da República que as condições de entrada no Brasil sejam flexibilizadas para as pessoas que retornam da Ucrânia, seja em voo de repatriação ou por outros meios.

Em nota divulgada na noite de ontem (3), a Anvisa reconhece a situação excepcional humanitária decorrente de “estado de guerra” em parte do continente Europeu, especialmente na Ucrânia. “Nesse cenário, a prioridade máxima deve se voltar ao acolhimento e ao resgate imediato das pessoas provenientes das regiões de conflito. Medidas de contenção e de mitigação de danos à saúde dos viajantes nessas condições podem ser adotadas, contudo, a compreensão mais ampla é de que as pessoas oriundas da região sejam prontamente acolhidas e resgatadas sem a imposição das restrições sanitárias habituais, visando a manutenção da vida”, defendeu.

Voo de repatriação

Como a prioridade da missão brasileira a ser realizada em voo charter ou militar é o resgate das pessoas, a agência destacou que a exigência de comprovação de vacinação, testagem pré-embarque e preenchimento da Declaração de Saúde do Viajante (DSV) devem ser dispensadas neste caso.

Ainda no rol de medidas recomendadas pela Anvisa para a missão de repatriação o órgão solicita ser informado, o mais breve possível, sobre a data de chegada, voo e aeroporto de desembarque. Também recomenda o uso de máscaras de proteção por todos os viajantes, inclusive pela tripulação, preferencialmente respiradores particulados (máscaras N95 ou PFF2), durante todo o voo.

Outra medida sugerida é que a tripulação esteja com esquema vacinal completo contra a covid-19 e realize teste para rastreio da infecção pelo Sars-Cov-2 previamente ao embarque no Brasil. Nos casos em que passageiros apresentem sintomas de covid-19 durante o voo ou testem positivo para identificação do vírus Sars-Cov-2, a orientação é de que eles sejam acomodados de modo a manter o distanciamento possível dos demais passageiros.

Na chegada ao Brasil, a Anvisa recomenda a realização de quarentena pelos não vacinados na cidade de destino final. Segundo a agência, a aeronave destinada à missão deve levar insumos em saúde, como máscaras de boa qualidade, álcool em gel e testes rápidos de detecção do Sars-CoV-2 para possibilitar a adoção das medidas de proteção à saúde.

Por fim, a agência sugere que a testagem, mesmo não sendo obrigatória, seja realizada sempre que possível, antes, durante ou até mesmo no momento da chegada do voo em território nacional. Os testes, no entanto, não devem constituir impedimento ao embarque.

Voos convencionais

A flexibilização das regras para ingresso no Brasil sugerida pela Anvisa também abrange todos os indivíduos oriundos da região em conflito. Nos casos em que as pessoas consigam em os voos convencionais a orientação é que os passageiros não vacinados cumpram quarentena na cidade de destino final, preenchimento da DSV, quando possível;

Assim como nos voos de repatriação, também é indicada a manutenção das medidas não farmacológicas, em especial o uso de máscaras faciais, preferencialmente do tipo N95 ou do tipo PFF2. Embora recomendada e não obrigatória, a testagem para detecção de covid -19 não deve ser impedimento ao embarque dessas pessoas.

Para viabilizar as flexibilizações das regras sanitárias aos indivíduos vindos da área de conflito, a Anvisa sugeriu a criação de regras e mecanismos para que os funcionários das empresas aéreas possam fazer o correto enquadramento dos viajantes em eventuais excepcionalidades.

Portaria

A Anvisa lembra que as regras vigentes para entrada no país estão dispostas na Portaria Interministerial n° 666, de 2022. O documento já prevê a possibilidade de dispensa de apresentação de comprovante de vacinação em virtude de questões humanitárias. Por sua vez, o art. 16 dessa norma traz a possibilidade de avaliação de casos excepcionais, quanto ao cumprimento de determinações sanitárias, para o atendimento do interesse público ou de questões humanitárias.

Chegada

A Anvisa informou ainda que em solo brasileiro adotará medidas de triagem, acolhimento e de encaminhamento conforme a situação de saúde do viajante. Nesse sentido sugeriu à Casa Civil que seja oferecida a possibilidade de testagem aos viajantes e, adicionalmente, que sejam ofertadas vacinas aos que ainda não estiverem imunizados.

“Não é competência da Anvisa promover a testagem, nem a vacinação da população. Portanto, tais iniciativas devem ser viabilizadas por estados e municípios em colaboração com o Ministério da Saúde, no âmbito de suas respectivas competências”, destacou a agência.

Fonte: Correio Braziliense - Poder360 - Agência Brasil