Política

Depois do Facebook, Rússia restringe acesso ao YouTube e Twitter





O Roskomnadzor — o Serviço Federal de Supervisão de Comunicações, Tecnologia da Informação e Comunicações de Massa da Rússia — não emitiu até agora nenhum comunicado para explicar as razões da medida

O governo russo está impedindo o acesso da população às redes sociais. Na manhã desta sexta-feira (4/3), o Serviço Federal de Supervisão de Comunicações, Tecnologia da Informação e Comunicações de Massa da Rússia, o Roskomnadzor, anunciou o bloqueio da rede Facebook, da Meta, no país. No começo desta noite, o bloqueio foi ampliado para o Twitter e o YouTube.

O Roskomnadzor "restringiu" o acesso ao Twitter, após ter bloqueado o uso do Facebook no país, informaram as agencias russas de notícias. Segundo a Interfax e a RIA Novosti, o regulador acatou um pedido do Ministério Público de 24 de fevereiro, dia em que a Rússia iniciou a invasão da Ucrânia.

O Roskomnadzor não emitiu até agora nenhum comunicado para explicar as razões da medida. Os correspondentes da AFP na Rússia afirmaram durante a noite que o aplicativo do Twitter tinha parado de atualizar. Em relação ao Facebook, o Roskomnadzor indicou que havia ordenado o seu bloqueio porque a rede social, de propriedade do grupo americano Meta, "discrimina" os meios de comunicação russos. Em comunicado oficial, a agência reguladora diz que a plataforma de Mark Zuckerberg tomou atitudes que violaram "princípios-chave do livre fluxo de informações".

Já em relação ao YouTube, a restrição aos acessos dos russos foram registradas pela plataforma Globalcheck. Segundo a RFE/RL, as lojas de aplicativos da Apple e do Google, além dos sites russos da BBC foram derrubados durante a noite de quinta (3/3) e sexta-feira (4/3).

 

- Zelensky critica recusa em fechar espaço aéreo na Ucrânia

Presidente ucraniano disparou contra a Otan e disse se tratar de “auto-hipnose daqueles que são fracos”

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, cobra da Otan a criação de uma zona de exclusão aérea no país Victor Schneider 04.mar.2022 (sexta-feira) - 18h55

Em novo pronunciamento nesta 6ª feira (4.mar.2022), o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky criticou a decisão da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) de não decretar uma zona de exclusão aérea na Ucrânia. A fala foi publicada no perfil de Zelensky no Facebook.

Sabendo que novos ataques e baixas são inevitáveis, a Otan decidiu deliberadamente não fechar os céus sobre a Ucrânia”, afirmou. 

O presidente ucraniano disse acreditar que os países-membros da aliança militar “criaram uma narrativa em que supostamente fechar os céus da Ucrânia provocará uma agressão direta da Rússia”, classificando a avaliação como uma “auto-hipnose”.

A medida faz parte das exigências de Kiev ao Ocidente para frear o avanço da incursão militar da Rússia sobre o país, mas é vista com cautela por lideranças ocidentais.

Se posta em prática, sinalizaria compromisso da Otan em engajar-se na derrubada de aviões russos e, logo, entrar formalmente na guerra. Atualmente, os países-membros se limitam a fazer doações de equipamentos bélicos à Ucrânia e mobilizar tropas nas fronteiras da aliança, como na Polônia e na Lituânia.

Nesta 6ª, o secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, voltou a reiterar o compromisso de não envolver tropas dos países da aliança diretamente no confronto para “evitar que a guerra se agrave além da Ucrânia”.

Essa é a auto-hipnose daqueles que são fracos e inseguros, embora possam possuir armas muitas vezes mais fortes que as nossas”, disparou Zelensky.

Em tom provocativo, o chefe de Estado ucraniano criticou a falta de participação direta da Otan na guerra:

 “Tudo o que a aliança pode fazer hoje é passar 50 toneladas de diesel para a Ucrânia […]. Provavelmente para que possamos queimar o Memorando de Budapeste”, afirmou, em referência ao tratado que estabeleceu termos da segurança regional e motivou a Ucrânia a assinar o TTP (Tratado de Não Proliferação Nuclear), abrindo mão das ogivas herdadas da União Soviética.

Todas as pessoas mortas a partir de hoje morrerão por sua causa”, protestou, em referência à Otan. 

O presidente ucraniano ainda mostrou disposição em continuar a lutar pela defesa do país. “Vamos proteger nosso Estado. Vamos libertar nossa terra. Obrigado aos nossos heróis”, finalizou.

 

Ucranianas “são fáceis porque são pobres”, diz Mamãe Falei

Em viagem à Ucrânia para acompanhar a guerra com a Rússia, o deputado estadual paulista Arthur do Val (Podemos-SP), gravou áudios dizendo que as mulheres ucranianas “são fáceis porque são pobres”. Sobre uma fila de refugiadas do conflito, ele afirma só ter “deusa”. Em outro momento, diz que não “pegou ninguém” porque não tinha tempo

“É sem noção, cara, é inacreditável, é um bagulho fora de série. Se você pegar a fila da melhor balada do Brasil, na melhor época do ano, não chega aos pés da fila de refugiados aqui. Eu tô mal, to triste porque é inacreditável”, declarou do Val, que é pré-candidato ao governo de São Paulo. O Poder360 teve acesso às gravações. 

O deputado, conhecido como Mamãe Falei, e o coordenador do MBL (Movimento Brasil Livre), Renan Santos viajaram para a Europa na 2ª feira (28.fev). Em um vídeo gravado no aeroporto de Frankfurt, na Alemanha, Renan disse que foi chamado por grupos ucranianos para mostrar e esclarecer ao Brasil as “informações falsas” divulgadas sobre a guerra.

Arthur do Val publicava atualizações sobre a viagem em seus perfis nas redes sociais. Em um dos posts, aparece sentado em meio a caixas de garrafas, com a legenda: “Nunca imaginei que um dia nessa vida ainda faria Coquetéis Molotov para o exército Ucraniano”.

Em seu perfil no Instagram, o deputado gravou um stories por volta das 16h (horário de Brasília) embarcando em um avião com destino a Florianópolis. O Poder360 não conseguiu contato com ele. O jornal digital também falou com um dos assessores do MBL. O movimento disse que está com dificuldades para acessar o deputado, e que aguarda uma resposta dele para um posicionamento sobre o tema.

Deputado federal e um dos principais líderes do MBL, Kim Kataguiri (Podemos) disse ao Poder360 que vai esperar Arthur chegar ao Brasil antes de se manifestar.

Pré-candidato à Presidência da República pelo Podemos, Sergio Moro defendeu a ida dos integrantes do MBL à Ucrânia, e disse que a iniciativa é louvável.

Leia as transcrições dos áudios:

“Mano, só vou falar uma coisa para vocês: acabei de cruzar a fronteia a pé aqui, da Ucrânia com a Eslováquia. Maluco, eu juro, eu nunca na minha vida, tenho 35 anos, nunca vi nada parecido em termos de mina bonita. A fila das refugiadas irmão… Imagina uma fila sei lá, eu tô sem palavras.Uma fila sei lá de 200 metros ou mais, só deusa. É sem noção, cara, é inacreditável, é um bagulho fora de série. Se você pegar a fila da melhor balada do Brasil, na melhor época do ano, não chega aos pés da fila de refugiados aqui. Eu tô mal, to triste porque é inacreditável.”

“Detalhe, hein, mano, detalhe. Elas olham hein. E vou te dizer: são fáceis porque elas são pobres. E aqui cara, minha carta do Instagram, cheia de inscritos, funciona demais. Depois eu conto a história. Não peguei ninguém mas eu colei em duas minas, que a gente não tinha tempo, em 2 grupos de mina, e é inacreditável a facilidade. Essas minas em São Paulo você dá bom dia e elas iam cuspir na sua cara. E aqui elas são simpáticas , super gente boas.”

“Mano, eu tô mal. Eu passei agora por quatro barreiras alfandegárias. São duas casinhas em cada país. Mano, eu juro pra você eu contei: são 12 policiais deusas. Mas deusas que você casa e faz tudo que ela quiser. Assim, eu tô mal. Eu não tenho nem palavras para expressar. Quatro dessas eram minas assim que você, mano, nem se te dizer, se ela cagar você limpa o cu dela com a língua. Inacreditável Assim que essa guerra passar vou voltar para cá.”

“O Renan faz uma viagem todo ano. É que nos últimos 3 anos ele não fez. Ele chama ‘tour de blond’. O que ele faz? Ele viaja os países e vai só para pegar loira. Ele tem técnicas já. Ele já está avançado. Para começar que ele fala sueco, então assim, o cara é viciado nisso. E ele me umas dicas, por exemplo, você nunca pode ir para as cidades litorâneas. Você nunca pode ir para as cidades que tenham as melhores baladas. Tem que ir para as cidades normais, porque daí você pega as minas assim. Você não pega na balada, não pega na praia. Você pega ela no mercado, na padaria. Que nem a recepcionista do hotel que veio para cima de mim aqui, eu, meu Deus, falei ‘não é possível que isso esteja acontecendo’. É uma mentira, um filme, isso não é possível. E é isso. Essas cidades mais pobres, elas são as melhores. É assim, juro por Deus, é outro mundo. Eu tenho 35 anos cara, eu nunca vivi isso. E eu nem peguei ninguém aqui. Eu não peguei ninguém aqui. Mas só a sensação de saber o que eu poderia fazer, e sentir como é o game, enfim, já sabem né? Já estou comprando minha passagem para o leste europeu pro ano que vem, assim que chegar em São Paulo.”

Fonte: Poder360 - Correio Braziliense