Política

Zelensky grava em escritório e diz não ter medo de ninguém





O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, publicou um vídeo em seu escritório em Kiev, sede do governo. Foi a 1ª vez que divulgou um vídeo do local desde o início da invasão coordenada por Vladimir Putin. A Ucrânia está sob ataque russo desde 24 de fevereiro.

“Eu estou aqui em Kiev, a minha equipe está comigo. Todos estão em seu lugar lutando”, disse Zelensky. Ao final do discurso, cita o endereço de seu escritório.“Continuo aqui [na capital], não estou me escondendo, não tenho medo de ninguém”.

“Hoje já tivemos uma 3ª ronda de negociações na Bielorrússia. Gostaríamos de dizer ‘terceira e última’, mas somos realistas. Vamos conversar e vamos insistir nas negociações até encontrarmos uma maneira de dizer ao nosso povo: é assim que vamos conseguir a paz”, disse o presidente ucraniano. 

Zelensky disse que seu governo vai reconstruir tudo que Putin está atacado. “Sabemos que o ódio que o inimigo trouxe para nossas cidades com bombardeios não permanecerá lá. Não haverá nenhum vestígio disso. O ódio não é sobre nós. Portanto, não haverá vestígios do inimigo. Vamos reconstruir tudo. Faremos com que nossas cidades destruídas pelo invasor sejam melhores do que qualquer cidade na Rússia”. 

O gabinete presidencial da Ucrânia divulgou uma transcrição do discurso completo, que durou 9 minutos.

 

- Rússia oferece corredores humanitários de cinco cidades da Ucrânia

A Rússia propôs o estabelecimento de corredores humanitários para permitir que civis deixem cinco cidades ucranianas, incluindo a capital Kiev, a partir das 9h (horário local) de terça-feira, dependendo da concordância da Ucrânia, informaram agências de notícias russas. Mas a maioria dos corredores seria para a Rússia ou para Belarus, algo que as autoridades ucranianas rejeitaram.

Civis deixando as cidades de Kiev, Chernigov e Kharkiv viajariam para a Rússia, alguns via Belarus, informou a agência de notícias Interfax, citando comunicado de um comitê russo encarregado da coordenação humanitária na Ucrânia.

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenskiy, rejeitou propostas anteriores para a saída de cidadãos ucranianos para o que ele descreveu como "território ocupado" na Rússia e em Belarus.

As pessoas que deixassem a cidade de Sumy e Mariupol teriam, no entanto, a possibilidade de escolher entre a Rússia ou as cidades ucranianas de Poltava e Zaporizhia, respectivamente, de acordo com o comunicado mencionado pela Interfax.

A Ucrânia recebeu até as 3 da manhã (horário de Moscou) para concordar com os termos, disse a Interfax.

O embaixador ucraniano na ONU, Sergiy Kyslytsya, disse nesta segunda durante reunião do Conselho de Segurança da ONU que a Rússia havia "minado os arranjos" dos corredores humanitários ao insistir que todas as rotas passem pela Rússia ou por Belarus.

 

- EUA e aliados pedem à Rússia que permita passagem segura de civis

Os Estados Unidos e aliados pediram à Rússia, durante reunião da Organização das Nações Unidas (ONU), para permitir a passagem segura de civis em cidades ucranianas sitiadas e ajuda a áreas de combate, dizendo que a crise humanitária na Ucrânia está se deteriorando rapidamente.

Enviados de muitos países, incluindo EUA, Irlanda e França, bem como o chefe de ajuda da ONU, Martin Griffiths, alertaram sobre o número crescente de vítimas civis, incluindo mulheres e crianças, e pessoas deslocadas.

"Precisamos do compromisso firme, claro, público e inequívoco da Rússia para permitir e facilitar o acesso humanitário imediato e desimpedido para parceiros humanitários na Ucrânia", disse a embaixadora dos EUA na ONU, Linda Thomas-Greenfield, na reunião do Conselho de Segurança da ONU convocada para discutir a crise humanitária.

A Rússia ofereceu aos ucranianos rotas de fuga para a Rússia e Belarus, sua aliada próxima, na manhã de segunda-feira, depois que as tentativas de cessar-fogo para retirada no fim de semana falharam.

"Não conheço muitos ucranianos que desejam buscar refúgio na Rússia. Isso é hipocrisia", disse o embaixador da França, Nicolas de Riviere.

Mais de 1,7 milhão de pessoas fugiram da Ucrânia, muitas empresas ocidentais se retiraram da Rússia e o Ocidente impôs duras sanções aos bancos russos e ao presidente Vladimir Putin.

Vassily Nebenzia, enviado russo à ONU, acusou as autoridades ucranianas de não permitir que civis fugissem.

Moscou, que nega atacar civis, prometeu levar adiante a campanha que lançou em 24 de fevereiro e chama de "operação militar especial".

Fonte: Poder360 - Agência Brasil