Política

Biden proíbe importação de petróleo russo nos EUA





O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, proibiu nesta 3ª feira (8.mar.2022) a importação de petróleo da Rússia. “Não vamos mais aceitar o petróleo russo nos portos norte-americanos. Nós não vamos mais subsidiar as importações de Putin”, afirmou.

Segundo o presidente, a decisão foi bipartidária, ou seja, aprovada por Democratas e Republicanos. Disse ainda que a medida se deu após conversas com países aliados, em especial na Europa. “Uma resposta unida tem sido foco acima de tudo para manter juntos todos os parceiros da Otan e nossos aliados na União Europeia”, afirmou.

O presidente dos EUA disse ainda que o país está batendo recorde de produção de petróleo, por isso, tem uma reserva de barris que pode ser utilizada para conter o aumento dos preços e pressionar o presidente da Rússia, Vladimir Putin.

“Estamos liberando 60 milhões de barris de petróleo. Metade vem da reserva estratégica dos Estados Unidos. Estamos tomando outras medidas para que o fornecimento de energia global continue”, disse. 

Biden afirmou ainda que está trabalhando com outros países para reduzir a dependência deles na energia da Rússia. “Eu sei que muitos dos nossos parceiros talvez não possam estar junto conosco. […]  Nossas equipes estão discutindo como podemos fazer isso [reduzir a dependência].

A medida procura pressionar Vladimir Putin a encerrar os ataques contra a Ucrânia. Esta 3ª feira (8.mar) marca o 13º dia do conflito.

Além dos EUA, o Reino Unido deve interromper a importação. A UE (União Europeia) também avalia a possibilidade. A comissão do bloco lançou nesta 3ª feira (8.mar) um plano para ser independente dos combustíveis fosseis da Rússia até 2030. Querem também acelerar a transição para a energia renovável.

O presidente norte-americano também anunciou que está trabalhando em um pacote de ajuda de US$ 12 bilhões para os ucranianos.

“Eu faço um apelo para que o Congresso aprove logo. O povo ucraniano vem demostrando que eles não vão deixar que Putin tome o que ele quer. Eles vão defender a sua liberdade, a sua democracia e suas vidas. E nós vamos continuar a garantir assistência e segurança econômica e humanitária. Vamos apoiá-los”, disse.

PREÇOS

Nesta 3ª feira (8.mar), o custo médio de um galão de gasolina nos EUA atingiu US$ 4,11 (por mais de R$ 20,78). Em algumas partes do país, os preços ultrapassaram US$ 5 o galão (aproximadamente R$ 25,28).

Os valores representam um aumento recorde. Dados são da AAA (American Automobile Association).

O barril brent, petróleo de referência internacional, superou US$ 130. Esse é o maior valor para a commodity desde julho de 2008.

RESPOSTA DA RÚSSIA

A Rússia ameaçou cortar o fornecimento de gás natural para a Europa caso haja bloqueios na importação do petróleo russo. Afirmou que vai fechar o principal gasoduto, o Nord Stream 1.

Em pronunciamento na 2ª feira (7.mar.2022), o vice premiê do país, Alexander Novak, disse que a rejeição ao combustível “vai levar a consequências catastróficas para o mercado global”.

“Em conexão com as acusações infundadas contra a Rússia […] e a imposição da proibição do Nord Stream 2, temos todo o direito de tomar uma decisão espelhada e impor um embargo ao bombeamento de gás através do gasoduto Nord Stream 1, que hoje é carregado no nível máximo de 100%”, afirmou.

Novak também disse que, com a medida, “a subida dos preços será imprevisível. Será US$ 300 por barril, se não mais”.

 

- Otan diz que vai impedir que Moscou expanda a agressão

Declaração é do secretário-geral da aliança militar

O secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), Jens Stoltenberg, está hoje (8) em Riga, capital da Letônia, país membro da aliança militar. Stoltenberg falou sobre a invasão russa na Ucrânia e reforçou o apoio prestado pelos aliados do bloco aos ucranianos. “Somos a organização de defesa mais poderosa do mundo. Estamos mobilizando centenas de soldados adicionais e vamos defender e proteger cada polegada da Letônia e de cada território aliado”, garantiu.

Jens Stoltenberg disse ainda que a Otan está preparada para proteger seus 30 países membros e que vai impedir que Moscou expanda a agressão. “Temos a aliança mais forte da história”, afirmou.

A Otan vem apoiando a Ucrânia de diferentes maneiras, há anos. Desde a anexação da Crimeia, em 2014, a aliança militar treina soldados e fornece armamentos e equipamentos militares. “Fazemos tudo para ajudar os ucranianos na luta contra os invasores russos. Os aliados impuseram sanções sem precedentes e agora estamos vendo os efeitos. O rublo [moeda oficial da Rússia] está em baixa histórica, muitas empresas estão deixando a Rússia. A gente tem que acabar com esse conflito. Estamos aumentando nossa presença na Letônia e em outras partes do leste da aliança, para que a Rússia entenda que estamos protegendo cada polegada do nosso território”, disse Stoltenberg.

Estônia

O secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, também foi aos Países Bálticos, numa demonstração de preocupação do Ocidente com a invasão da Ucrânia. Blinken, que está em Tallinn, capital da Estônia, participou hoje de uma entrevista coletiva ao lado da primeira-ministra do país, Kaja Kallas, onde reforçou o apoio dos Estados Unidos aos ucranianos.

Blinken disse que a Estônia e os Estados Unidos vão continuar trabalhando para aumentar a assistência humanitária e de segurança na Ucrânia. “Tudo o que vi no Báltico, esse apoio ao povo ucraniano, a gente vê as cores azul e amarela nas casas nos prédios. Isso é uma mensagem poderosa de solidariedade. Essa não é a guerra do povo russo, não é uma guerra de liberação, é a guerra do [Vladimir] Putin para subjugar um país democrático. Então ele vai ser responsabilizado pelo mundo”, disse o secretário.

O secretário disse ainda que a Rússia está utilizando a dependência energética como arma de guerra e que é a hora de o Ocidente combater essa estratégia.

A primeira-ministra da Estônia, Kaja Kallas, disse que a nova situação de segurança requer mudança por parte dos europeus, incluindo a defesa da Estônia. “A Otan tem que se adaptar rápido e as decisões têm que incluir uma estratégia de defesa da região, para fortalecer nossas defesas na terra, no mar e no ar”, disse, ressaltando que o país está aumentando o percentual do orçamento destinado à defesa de 2% para 2,44% do Produto Interno Bruto (PIB).

Fonte: Poder360 - Agência Brasil