Cultura

Lviv, Krajewski: refugiados ucranianos gratos à Europa pela ajuda





O esmoleiro do Papa faz um balanço da Ucrânia, onde foi testemunhar o apoio espiritual e concreto de Francisco aos refugiados e a todo o país. Na quinta-feira, a Igreja local se une em oração com os líderes de outras religiões: "A fé move montanhas, pode parar a guerra".

Alessandro De Carolis – Vatican News

A solidariedade percorre as estradas que as bombas ameaçam, onde levar caixas de alimento e pacotes de medicamentos pode ser uma viagem sem volta. É a solidariedade sustentada pelo coração de Francisco, que decidiu, numa área como a Ucrânia, onde o combustível começa a custar uma fortuna, contribuir com as despesas dos grandes veículos que vão, carregados de ajuda, até onde uma carreta corre o risco de encontrar um tanque. A notícia vem das áreas ao redor de Lviv onde o "braço" desta proximidade, o cardeal Konrad Krajewski, chegou depois de sua parada na Polônia, em meio ao oceano de refugiados que continua aumentando. O esmoleiro pontifício passou a fronteira ucraniana, viu e contou à mídia vaticana o enorme esforço feito pela relativa segurança de Lviv para alcançar aqueles que ainda estão sob as trajetórias de mísseis e estão lutando ou são impedidos de fugir pelos corredores humanitários que são ainda muito frágeis.

"Estou perto de Lviv e por razões de segurança não direi onde", disse o cardeal. "Aqui chegam as grandes quantidades de ajuda da Comunidade Europeia através da Polônia. Tudo é descarregado em grandes depósitos e daqui as carretas partem para Kiev, para Odessa, em direção ao sul do país". A boa notícia, disse o cardeal Krajewski com satisfação, é que "toda essa ajuda ainda chega ao seu destino, apesar dos bombardeios". Isto foi confirmado pelos bispos de Kiev, de Odessa e de Karkhiv e pelo próprio núncio apostólico, com quem ele está em contato. Foi sobre este aspecto em particular, que o apoio do Papa interveio de maneira prática: "Aqui eles têm dificuldade em encontrar combustível e através da Esmolaria apostólica, o Santo Padre pagou muitas viagens das carretas, dos grandes caminhões que levam ajuda humanitária para a Ucrânia".

Na terça-feira, em Lviv, o cardeal Krajewski também se encontrou com o arcebispo grego-católico ucraniano, Sua Beatitude Sviatoslav Shevchuk, e na quinta-feira partilhará um momento de oração com Shevchuk e os líderes das várias confissões que puderem participar. "Sabemos que a fé move montanhas, assim lemos no Evangelho, e temos certeza disso. Penso que conseguiremos deter esta guerra com nossa oração, com nossa fé".

Solidariedade e oração que, juntas, dão alento à esperança. Esperar apesar de tudo é um impulso evidente em muitos ucranianos que saíram de casa e pretendem voltar. Uma observação que no epicentro do êxodo é tão imediata quanto tocar uma carne viva. "Aqui, a cada cinco minutos vejo refugiados chegando da parte oriental de Kiev. São principalmente mulheres com crianças. Alguns querem entrar na Polônia, querem ficar perto da fronteira, mas há aqueles que foram para Lviv – aqui ainda não há guerra, mesmo que seja muito perigosa, e estão à espera da libertação, esperam voltar", disse o purpurado. "Lviv tem agora mais meio milhão de habitantes", frisou o esmoleiro do Papa. Escolas, paróquias, cada metro quadrado disponível é sua casa provisória. “Onde tem um pouco de espaço, tudo é ocupado pelos refugiados que rezam, que têm esperança, que agradecem à Comunidade europeia que lhes envia ajuda, que está próxima a eles, que reza por eles”. "A tragédia produziu um broto", observou o cardeal Krajewski: "Eles nunca se sentiram tão unidos: já se sentiam parte da Europa através desses gestos humanitários, agora se sentem parte integrante dela".

 

- Papa: santas doutoras e padroeiras semeadoras de esperança

“O exemplo de vida destas santas as torna semeadoras de esperança e construtoras do futuro”. Palavras do Papa Francisco na mensagem aos participantes da Conferência Internacional sobre as Mulheres Doutoras da Igreja e Padroeiras da Europa que se realizou em Roma na Pontifícia Universidade Urbaniana nos dias 7 e 8 de março

Jane Nogara - Vatican News

O Papa Francisco enviou uma mensagem à Conferência Internacional sobre as Mulheres Doutoras da Igreja e Padroeiras da Europa em diálogo com o mundo de hoje, que se realizou em Roma na Pontifícia Universidade Urbaniana nos dias 7 e 8 de março. Na ocasião foram celebrados os aniversários da declaração de Doutoras da Igreja a Teresa de Ávila, Catarina de Sena, Teresa de Lisieux e Hildegarda de Bingen. Também foram recordadas as santas europeias Brígida da Suécia, Teresa Benedita da Cruz que juntamente com Catarina de Sena foram proclamadas co-Padroeiras da Europa por João Paulo II em 1999.

“A eminente doutrina destas santas – afirmou o Papa - pela qual foram declaradas Doutoras da Igreja ou Padroeiras, ganha nova relevância nestes tempos por sua permanência, profundidade e atualidade e, nas circunstâncias atuais, oferece luz e esperança ao nosso mundo fragmentado e desarmônico”. E embora pertençam a épocas e lugares diferentes e tenham realizado missões diferentes, “todas elas têm em comum o testemunho de uma vida santa”.

“Dóceis ao Espírito, através da graça do Batismo, seguiram seu caminho de fé, movidas não por ideologias mutáveis, mas por uma adesão inabalável à ‘humanidade de Cristo’ que permeava suas ações”. Então o Papa observou “de onde tiravam a força para realizá-las, senão do amor de Deus que encheu seus corações?” e afirmou ainda que este “é um caminho acessível a todos, ou seja, o da santidade comum”.

Encorajando e elogiando a vida e obra das santas Francisco acrescentou:

“O exemplo de vida destas santas coloca em evidência alguns dos elementos que compõem essa feminilidade tão necessária para a Igreja e o mundo: a coragem de enfrentar as dificuldades, sua capacidade de concretude, uma disposição natural de ser propositivas para o que é mais belo e humano, de acordo com o plano de Deus, e uma visão clarividente do mundo e da história - profética - que as tornou semeadoras de esperança e construtoras do futuro”

Francisco concluiu sua mensagem observando ainda que a “dedicação ao serviço da humanidade foi acompanhada de um grande amor pela Igreja e pelo 'Doce Cristo na Terra', como Catarina de Sena gostava de chamar o Papa. Eles se sentiram co-responsáveis em remediar os pecados e misérias de seu tempo, e contribuíram para a missão de evangelização em plena harmonia e comunhão eclesial”.

 

O Papa nomeia bispo da Prelazia de Tefé

Francisco nomeou bispo da Prelazia de Tefé (AM) dom José Altevir da Silva, transferindo-o da Sé de Cametá (PA). O bispo já foi também missionário na Nigéria.

O Papa Francisco nomeou Bispo da Prelazia de Tefé (AM), nesta quarta-feira (09/03), dom José Altevir da Silva, transferindo-o da Sé de Cametá (PA).

Dom José Altevir da Silva (C.S.Sp) nasceu em 30 de novembro de 1962, em Ipixuna, Diocese de Cruzeiro do Sul, no Acre. Estudou Filosofia no Seminário Inter-Diocesano de Manaus (1983-1984) e Teologia no Seminário Maior de São Paulo (1987-1989; 1992). Ele também foi missionário na Nigéria (1990-1991).

Fez os votos perpétuos em 18 de novembro de 1989 na Congregação do Espírito Santo, para a qual foi ordenado sacerdote em 6 de dezembro de 1992. Durante seu ministério sacerdotal desempenhou os seguintes cargos: Serviço Pastoral em Belo Horizonte e Vilhena (1993-2002); formador dos estudantes de Filosofia e Teologia na Comunidade Padre Laval no Jardim Planalto, em São Paulo (2002-2008); secretário executivo da Comissão Episcopal Pastoral para a Ação Missionária e Cooperação Intereclesial da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) (2008-2012); e superior provincial da Província da Congregação do Espírito Santo no Brasil com sede em São Paulo (2012-2017).

Em 27 de setembro de 2017, foi nomeado bispo de Cametá e ordenado bispo em 16 de dezembro do mesmo ano.

Fonte: Vatican News