Política

Em discurso de aniversário no Planalto, Bolsonaro diz não ser 'tão inteligente'





Chefe do Executivo ainda citou Ayrton Senna e Ronaldinho Gaúcho, que nasceram no mesmo dia que ele, postando uma montagem com a foto dos três. "Feliz em comemorar meu aniversário no mesmo dia de pessoas que amam tanto o Brasil e que fizeram tanto por ele", escreveu

O presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou saber que não é "tão inteligente assim" e disse que pede sabedoria a Deus. A declaração ocorreu na tarde de segunda-feira (21/3), durante comemoração realizada por ministros e assessores em homenagem ao aniversário de 67 anos do chefe do Executivo.

Em um vídeo publicado pelo filho, o senador Flávio Bolsonaro, o presidente discursou citando a bíblia. "Tem uma passagem bíblica que fala que alguém pediu sabedoria. Eu sei que não sou tão inteligente assim. E eu pedi mais do que isso a Deus, eu pedi coragem para poder decidir", relatou.

Bolsonaro completou dizendo que pode ser "um pouco grosso de vez em quando" e falar "uns palavrões ali". Mas disse que “está com a verdade” e entende “que todos nós estamos com Deus”.

O presidente deu ainda mais indícios de que o ministro da Defesa, Braga Netto, será seu escolhido para compor a chapa de 2022 e voltou a se referir ao general e também ao ministro da Economia, Paulo Guedes.

“Hoje, eu falei que o meu vice vai ser mineiro, estou vendo aqui o Paulo Guedes e o Braga Netto”, riu. Guedes prontamente rebateu apontando para o general: “O mineiro é esse, presidente, o mineiro é esse”, respondeu, apontando para Netto, nascido em Belo Horizonte. Horas antes, o chefe do Executivo havia dito que o vice escolhido "é nascido em Belo Horizonte. E fez colégio militar”.

Bolsonaro comentou ainda sobre as críticas que recebe a respeito do chefe da pasta da Economia. "Às vezes, Paulo Guedes, quando alguém fala alguma coisa de você, a gente fala: 'Oh, se está ruim com o Paulo Guedes, pior sem ele'. E é o que nós temos, a lealdade entre todos nós aqui para enfrentarmos esses desafios”, afagou.

O líder do Planalto postou nas redes sociais uma publicação com fotos na qual citou Ayrton Senna e Ronaldinho Gaúcho, que comemoram aniversário na mesma data, e uma montagem com a foto dos três.
"Feliz em comemorar meu aniversário no mesmo dia de pessoas que amam tanto o Brasil e que fizeram tanto por ele", escreveu o chefe do Executivo.

Em uma publicação, o filho Eduardo Bolsonaro também comparou o presidente ao piloto de Fórmula 1, morto em 1994.

“No mesmo dia que Senna, hoje é aniversário da pessoa que eu tenho privilégio de ser filho, que admiro e me surpreendo todos os dias pela sua energia em carregar um baita piano nas costas. Às vezes, Deus nos forja toda vida para chegarmos preparados a cumprir nossa missão + pesada”, escreveu.

 

- Governo vai bloquear R$ 1,72 bilhão do Orçamento 2022

O governo federal vai bloquear R$ 1,72 bilhão do Orçamento de 2022. Com isso, pretende recompor despesas obrigatórias e evitar um descumprimento do teto de gastos.

O bloqueio orçamentário está previsto no Relatório Bimestral de Avaliação de Receitas e Despesas do 1º bimestre de 2022, publicado nesta 3ª feira (22.mar.2022) pelo Ministério da Economia. Eis a íntegra da apresentação (440 KB).

O governo terá que bloquear parte do Orçamento, mesmo com a alta da arrecadação federal, para poder recompor despesas obrigatórias que estão subestimadas no Orçamento, como as despesas de pessoal e os gastos com subsídios, como os do Plano Safra. Ao recompor esses gestos, o governo precisa cortar outras verbas para poder ajustar essas despesas ao teto de gastos –o mecanismo que controla o crescimento dos gastos públicos.

Apresentação do Ministério da Economia fala que o “aumento da despesa primária, com destaque para as despesas relativas a subsídios e subvenções, resultou em um excesso de R$ 1,72 bilhão em relação ao limite do Teto de Gastos para o Poder Executivo”. Diz ainda que “a despesa primária do Poder Executivo deverá ser limitada em igual valor”.

O secretário especial do Tesouro e Orçamento, Esteves Colnago, disse que o governo constatou a necessidade de “fazer uma limitação de R$ 1,7 bilhão nas despesas discricionárias por parte do governo”.

Segundo ele, o ajuste do Orçamento será detalhado por meio de um decreto no fim do mês. Colnago disse que o governo ainda está definindo as áreas que terão verbas bloqueadas.

“A gente vai amadurecer até o dia 30, mas vai recair sobre as discricionárias. Vamos olhar a situação dos ministérios e, dentro do possível, proteger os ministérios que estão com maior dificuldade no dia a dia”, afirmou.

A necessidade de bloqueio do Orçamento, contudo, pode aumentar nos próximos meses. O governo ainda aguarda, por exemplo, a aprovação no Congresso Nacional de um projeto de lei que abre um crédito suplementar de R$ 2,5 bilhões para a recomposição de despesas obrigatórias.

DEFICIT

O governo federal também reduziu de R$ 76,16 bilhões (0,8% do PIB) para R$ 66,9 bilhões (0,69% do PIB) a previsão de deficit primário para 2022 no Relatório Bimestral.

O resultado primário contabiliza a diferença entre as receitas e as despesas do governo central (Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco Central), sem considerar o pagamento dos juros da dívida pública.

O governo pode ter um deficit de até R$ 170,5 bilhões em 2022, segundo a meta prevista na LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias). O rombo previsto para este ano, contudo, é maior que o registrado em 2021. No ano passado, as contas do governo federal registraram um deficit de R$ 35,1 bilhões, o menor rombo em 7 anos.

 

Fonte: Correio Braziliense - Poder360