A PGR (Procuradoria Geral da República) pediu informações aos ministro da Economia, Paulo Guedes, porque não teria informado à Comissão de Ética Pública da Presidência da República que sua filha é sócia de sua offshore nas Ilhas Virgens Britânicas, a Dreadnoughts.
O ofício da PGR fala em “elementos indiciários” que precisariam de uma nova manifestação de Guedes. Eis a íntegra do documento (110 KB).
A reportagem do Poder360 sobre a offshore de Paulo Guedes foi publicada em 3 de outubro de 2021 e pode ser lida aqui. Depois, o ministro divulgou um documento sobre sua saída do cargo de diretor da empresa nas Ilhas Virgens Britânicas. A filha do ministro, Paula Drummond Guedes, no entanto, continua integrando a offshore.
O ministro é dono da empresa Dreadnoughts, criada em setembro de 2014. Foi declarada à Receita Federal. Segundo registros obtidos pelo Poder360, havia US$ 9,5 milhões (R$ 47 milhões) na empresa até agosto de 2015.
A existência dessa offshore foi revelada na série do ICIJ (Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos, na sigla em inglês). O Poder360 foi uns veículos a publicar a investigação conhecida como Pandora Papers, inicialmente. A primeira reportagem saiu em 3 de outubro de 2021.
O caso foi levado ao Ministério Público Federal por congressistas. O procedimento preliminar é uma resposta a um pedido dos deputados Elias Vaz(PSB-GO), Kim Kataguiri (União Brasil-SP), Lídice da Mata (PSB-BA) e Bira do Pindaré (PSB-MA). A atuação da família de Guedes na offshore foi uma das questões que o ministro deixou sem resposta. O ministro chegou a ser questionado nas comissões de Trabalho e de Fiscalização Financeira da Câmara.
Na ocasião, Guedes afirmou que sua empresa no exterior é “absolutamente legal”. Falou que se aconselhou com advogados para evitar conflito de interesses. Guedes também disse que abriu uma offshore para evitar pagar impostos sobre fortunas.
Mas o ministro contou com a ajuda de aliados do governo dentro e fora do Congresso para adiar esclarecimentos até o esfriamento do caso.
Eis as questões que ficaram sem respostas:
Fonte: Poder360