Política

Kremlin diz que não pode afirmar nada promissor sobre negociações; prefeito de Chernihiv relata ataque intenso





Apesar de a Rússia ter prometido reduzir os ataques na Ucrânia, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse nesta quarta-feira (30) que as negociações ocorridas na Turquia com os ucranianos “não foram promissoras”. A cidade de Chernihiv, no norte ucraniano, voltou a ser alvo de intensos bombardeios, segundo afirmou o prefeito local Vladyslav Atroshenko. Acompanhe ao vivo acima à programação da CNN.

“É positivo que o lado ucraniano tenha pelo menos começado a formular concretamente e colocar no papel o que propõe. Quanto ao resto, ainda não podemos afirmar nada promissor, nenhum avanço. Muito trabalho pela frente”, disse Peskov a repórteres em uma teleconferência regular.

Em entrevista a John Berman, da CNN, Atroshenko criticou a alegação da Rússia na terça-feira (29) de que planejava “reduzir drasticamente” seu ataque militar a Chernihiv e à capital ucraniana, Kiev. “Esta é mais uma confirmação de que a Rússia sempre mente”, disse ele a Berman.

A promessa da Rússia na terça-feira parecia mostrar sinais de progresso em direção a uma saída para o conflito. Mas, de acordo com Atroshenko, as hostilidades na verdade aumentaram em Chernihiv desde que a reivindicação foi feita.

Ainda nesta quarta, a Ucrânia fechou acordo para que três corredores humanitários fossem abertos em seu território — incluindo uma rota saindo de Mariupol, cidade portuária sitiada pelos russos até então. Os outros dois caminhos de fuga para os civis foram estabelecidos em Melipotol e entre as cidades de Enerhodar para Zaporizhzhia. Também foi acertada a entrega de ajuda humanitária a Berdyansk.

 

- Bombardeios noturnos prosseguem na região de Kiev

Ataques continuam, mesmo depois de a Rússia prometer alívio nas ações

A Rússia prometeu um alívio da ofensiva militar em Chernihiv e Kiev, mas os ataques continuam. Na capital ucraniana, a última noite não foi muito diferente das anteriores e a instabilidade se mantem.

As tropas russas continuam sem conseguir chegar ao centro de Kiev.

Em Irpin, existe o receio de que muitas áreas estejam minadas, e os habitantes não podem regressar à cidade.

Mariupol

Pelo menos 5 mil mortos foram enterrados na cidade portuária de Mariupol, mas outros estariam ainda debaixo dos escombros de prédios destruídos.

Em tempo de paz, a cidade era habitada por 450 mil pessoas. Agora, as autoridades estimam que 160 mil permaneçam encurraladas. As restantes fugiram. Pouco sobra de Mariupol depois da invasão russa.

Odessa

No Sul da Ucrânia, os combates mantêm a mesma intensidade. Há cidades estratégicas atacadas pela Rússia que a Ucrânia tenta defender a todo custo.

Na última noite, em Odessa, as antiaéreas estiveram em ação.

Zelenskiy

A comunidade internacional reagiu com pouco entusiasmo e muita desconfiança ao anúncio feito pela Rússia de que iria reduzir drasticamente a presença militar em Kiev e Chernihiv.

O Reino Unido, os Estados Unidos e a própria Ucrânia acreditam que pode estar em causa um simples reposicionamento de forças e que não podem ser afastadas possíveis ofensivas em larga escala.

 

- Após reunião, China e Rússia concordam em ampliar cooperação entre países

Para Wang Yi, ministro das Relações Exteriores da China, relações chinesas e russas "resistiram ao teste da turbulência internacional"

O ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi, se encontrou com seu colega russo Sergei Lavrov nesta quarta-feira (30) na província de Anhui, no leste da China, onde o país asiático deve sediar dois dias de reuniões sobre o Afeganistão, informou a emissora estatal CGTN.

No primeiro encontro pessoal desde o início da guerra na Ucrânia, Lavrov chegou mais cedo à China para conversas organizadas por Wang, que devem incluir representantes do Talibã do Afeganistão, bem como Paquistão, Irã, Tadjiquistão, Turcomenistão e Uzbequistão.

Para Wang Yi, as relações chinesas e russas “resistiram ao teste da turbulência internacional” e continuam a se desenvolver de forma resiliente.

As duas nações concordaram em ampliar a cooperação, informou a agência de notícias russa Interfax, citando o Ministério das Relações Exteriores da Rússia, em meio ao que Moscou descreveu como “condições internacionais difíceis”. A cooperação incluiu a coordenação da política externa e falar em uma só voz sobre assuntos globais.

Tom West, o representante especial dos Estados Unidos para o Afeganistão, participará de uma reunião separada no mesmo local da chamada Troika Estendida: China, Rússia, Estados Unidos e Paquistão, disse um porta-voz do Departamento de Estado dos EUA. Esta conversa não incluirá Lavrov e Wang.

As negociações ocorrem no contexto da invasão russa da Ucrânia e no momento em que o Afeganistão sofre uma crise econômica e humanitária agravada por um corte de ajuda financeira após a tomada do Talibã quando as tropas lideradas pelos EUA partiram em agosto do ano passado.

Os Estados Unidos acreditam que compartilham com outros membros da Troika Estendida o interesse em que o Talibã cumpra os compromissos de formar um governo inclusivo, cooperar no combate ao terrorismo e reconstruir a economia afegã, disse o porta-voz do Departamento de Estado.

Na semana passada, Wang visitou Cabul, onde se encontrou com o ministro das Relações Exteriores do Afeganistão, Amir Khan Muttaqi, para discutir os laços políticos e econômicos, incluindo o início dos trabalhos no setor de mineração e o possível papel do Afeganistão na iniciativa de infraestrutura do Cinturão e Rota da China, disse o Ministério das Relações Exteriores afegão.

 

- Alemanha emite alerta preliminar para escassez de gás após ameaça russa

Rússia disse que queria ser paga em rublos e ameaçou cortar fornecimento de gás para Europa se a demanda não fosse atendida

A Alemanha emitiu um “aviso antecipado” de possível escassez de gás naturaldepois que a Rússia disse que queria ser paga em rublos e ameaçou cortar o fornecimento se sua demanda não fosse atendida.

Falando em uma entrevista coletiva em Berlim nesta quarta-feira (30), o ministro da Economia alemão, Robert Habeck, disse que o estágio de alerta é de natureza preventiva e significaria um maior monitoramento do fornecimento de gás.

Desencadeando o primeiro de três níveis de crise, o anúncio desta quarta-feira ainda não prevê restrições de fornecimento do governo.

Habeck pediu às empresas e consumidores que usem o gás com moderação. O armazenamento de gás alemão está atualmente cheio até 25% da capacidade, de acordo com Habeck.

Atualmente, “não há escassez de oferta”, disse o ministro da Economia, Robert Habeck. “No entanto, devemos tomar mais medidas de precaução para estarmos preparados para qualquer escalada da Rússia”.

Os temores de que a Rússia encerre suas entregas de gás para a Alemanha surgiram depois que o presidente russo, Vladimir Putin, exigiu que os países “hostis” começassem a pagar pelo gás natural com rublos em vez de dólares americanos ou euros, conforme acordado em seus contratos de fornecimento.

A Alemanha, o maior cliente de energia da Rússia na Europa, descartou a diretiva de Putin como “chantagem”.

“Um pagamento com rublos não é aceitável”, disse o ministro da Economia alemão, Robert Habeck, na segunda-feira, acrescentando que “não seremos divididos e a resposta dos estados do G7 é inequívoca: os contratos serão cumpridos”.

Contexto: A Rússia é central para o sistema global de energia. É o maior exportador mundial de petróleo, representando cerca de 8% do mercado global . E fornece à Europa 45% do seu gás natural, 45% do seu carvão e 25% do seu petróleo. Em 2019, antes dos preços deprimidos da Covid-19, as receitas de petróleo e gás natural representavam 40% do orçamento federal do país. Petróleo e gás representaram quase metade das exportações totais de bens da Rússia em 2021.

Fonte: CNN Brasil - Agência Brasil