Política

Sergio Moro desiste de ser candidato a presidente





O ex-juiz Sergio Moro desistiu nesta 5ª feira (31.mar.2022) de ser candidato a presidente da República. Depois de ter ficado quase 5 meses no Podemos, filiou-se ao União Brasil. Segundo nota do seu novo partido, o ex-ministro deve disputar uma vaga na Câmara dos Deputados por São Paulo.

A ideia da sigla é formar uma chapa única da chamada 3ª via com PSDB e MDB.

O presidente do União Brasil em São Paulo, deputado Alexandre Leite, disse que “este ato foi um gesto de boas vindas. Moro vem para o União com a expectativa de ser um dos deputados mais votados da história do país. Daremos todas as condições para isso”.

Moro foi ao União Brasil para ser um “soldado” e aceitará as determinações da sigla, segundo o deputado Junior Bozzella (União Brasil-SP).

“Ele é um filiado como outro qualquer. Ele foi muito humilde, muito singelo no sentido de se colocar como um soldado do União Brasil. Aquilo que o União Brasil decidir, onde ele possa atuar em benefício do povo paulista e do povo brasileiro”, declarou.

Em conversa com jornalistas, Bozzella disse que Moro teve muito “desprendimento” ao ir para o União. Ao contrário de Alexandre Leite, ele não confirmou que o ex-juiz irá disputar vaga na Câmara.

Segundo ele, Moro aceitará a decisão do partido, podendo até mesmo ser candidato a vice-presidente em uma chapa organizada pela 3ª via. Ao mesmo tempo, Bozzella declarou que seria ótimo ter o ex-ministro em uma chapa para deputado.

“Eu acho que a grandeza de vir para o partido já sabendo que você não tem a garantia de uma candidatura X, Y ou Z. Acho que já está mais claro do que nunca que você se coloca à disposição como um soldado. Não vejo dificuldade nenhuma”, afirmou.

Decisão de Moro

A saída de Moro do Podemos já tinha sido considerada em janeiro deste ano. Na época, a presidente da sigla e deputada federal Renata Abreu (SP) confirmou ao Poder360 que houve uma conversa com a sigla sobre o assunto, mas sem avanço. A deputada indicava que o mais provável seria uma aliança entre os 2 partidos.

Na 2ª feira (28.mar), Moro se encontrou com o presidente nacional do União Brasil, deputado Luciano Bivar, em Brasília. Eles discutiram o cenário eleitoral da chamada “3ª via”. “Bivar seria um ótimo vice-presidente ou cabeça de chapa. Estaremos juntos de 2022 a 2026, pelo menos”, declarou o ex-juiz na época.

Em 24 de março, o Podemos fechou apoio à pré-candidatura de ACM Neto (União Brasil) ao governo da Bahia. O acordo envolvia espaço no palanque de ACM Neto para Moro.

O União Brasil conversa com o PSDB e o MDB para a construção de uma candidatura única. Também em 24 de março, o governador João Doria (PSDB), a senadora Simone Tebet (MDB), Bivar, o presidente do MDB, Baleia Rossi, e o vice-governador paulista, Rodrigo Garcia (PSDB) se reuniram para discutir o tema. O partido de Bivar ainda não apresentou nome das próprias fileiras para a corrida à Presidência da República.

Pesquisa PoderData, realizada de 27 a 29 de março de 2022, mostra o atual desempenho dos pré-candidatos da chamada 3ª via empatados. Moro é aquele que fica a frente, com 6% das intenções de voto. Empatados na margem de erro da pesquisa (2 pontos percentuais) estão Doria, com 3%; André Janones (Avante), com 2%; e Leite e Simone Tebet (MDB), com 1% cada um.

Foram 3.000 entrevistas em 275 municípios nas 27 unidades da Federação. A margem de erro é de 2 pontos percentuais. O intervalo de confiança é de 95%. O registro no TSE é BR 06661/2022.

 

- Doria recua, sai do governo e será candidato a presidente

Desistência da candidatura havia sido anunciada para pressionar tucanos a não tentarem golpe na convenção do PSDB

O governador de São Paulo João Doria (PSDB) recuou da desistência de sua pré-candidatura à Presidência. Doria continuará como o nome tucano à disputa presidencial e deixará o governo do Estado.

Mais cedo, aliados de Doria e de Rodrigo Garcia (PSDB) diziam que o governador não seria mais candidato a presidente e ficaria no governo até o fim do mandato. Depois, aliados de Eduardo Leite (PSDB) desconfiaram dos movimentos de Doria e viram pressão por apoio.

Depois do anúncio de desistência, na manhã desta 5ª feira (31.mar.2022), Doria conseguiu várias manifestações públicas de apoio e isso amarra —embora não garanta— que a convenção do PSDB referende no meio do ano seu nome para a corrida ao Planalto.

Doria venceu as prévias no fim do ano passado, mas não conseguiu diminuir a resistência de caciques do partido ao seu nome. Somado a isso, manteve a intenção de votos na casa dos 2%.

Pesquisa PoderData, realizada de 27 a 29 de março de 2022, mostra Doria empatado com outros pré-candidatos da chamada 3ª via. O governador paulista tem 3%; André Janones (Avante), com 2%; e Eduardo Leite (PSDB) e Simone Tebet (MDB), com 1% cada um.

Foram 3.000 entrevistas em 275 municípios nas 27 unidades da Federação. A margem de erro é de 2 pontos percentuais. O intervalo de confiança é de 95%. O registro no TSE é BR 06661/2022.

O grupo de Garcia, pressionou pela saída de Doria do governo. Deputados estaduais ligados ao vice ameaçam impeachment. A avaliação é de que Como governador, o vice teria a mídia espontânea do cargo e possibilidade de negociar com a caneta na mão. Além disso, ele teria dificuldade em se distanciar dos índices de rejeição de Doria caso ele se mantenha no governo.

A decisão de continuar com a pré-candidatura à Presidência veio depois de um encontro com  Garcia. Doria fará um pronunciamento no Palácio dos Bandeirantes, às 16h.

O governador paulista conquistou o direito de concorrer à Presidência pelo PSDB depois de derrotar Leite e o ex-prefeito de Manaus Arthur Virgílio nas prévias do partido, realizadas em novembro do ano passado. De lá para cá, porém, não conseguiu desarmar a resistência interna de caciques do PSDB e tampouco reduziu a sua rejeição nas pesquisas de intenção de voto.

Derrotado nas prévias tucanas, Leite mantinha conversas com o PSD e avaliou concorrer ao Palácio do Planalto pelo partido, mas desistiu da mudança. Ele anunciou na 2ª feira (28.fev) que renunciará ao cargo de governador e que decidiu permanecer no PSDB.

O anúncio de Eduardo Leite de deixar o governo do Rio Grande do Sul e a indicação de que poderia, sim, disputar novamente a candidatura, tornou a situação ainda mais complicada para Doria. Tanto o governador gaúcho quando o paulista nunca tiveram mais do que 3% no PoderData em 2022.

Fonte: Poder360