Política

Randolfe: 'Há risco de Lula perder para Bolsonaro'





O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) considerou hoje, durante o UOL Entrevista, a possibilidade de o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ser derrotado pelo atual mandatário, Jair Bolsonaro (PL), na disputa presidencial deste ano.

"Acho [que há risco]. Acredito que exista essa possibilidade, embora o ex-presidente Lula tenha ampla vantagem e exista grande rejeição a Bolsonaro ainda presente na sociedade, mas não podemos subestimar. [...] Se em 2018 a ascensão de Jair Bolsonaro foi em decorrência do acaso da política, em 2022 não é. Temos que enfrentar tendo a dimensão disso."

Pesquisa PoderData divulgada em 30 de março pelo site Poder360 aponta Lula na liderança da disputa pela Presidência, com 41% das intenções de voto. Bolsonaro, que busca a reeleição, aparece em segundo, com 32%, uma diferença de nove pontos percentuais.

Randolfe também diz que é preciso uma união de candidaturas contra Bolsonaro, ainda no primeiro turno, para afastar a possibilidade de uma ruptura democrática no segundo turno.

"Eu receio o segundo turno, não pela possibilidade de eventual vitória de Jair Bolsonaro, mas por tudo que ele ameaça à vida dos brasileiros. Um resultado de eleição mais apertado vai ser difícil de Jair Bolsonaro reconhecer. Com o não reconhecimento de resultado apertado, podemos ter turbulências à democracia além do que imaginamos".

Em 31 de março, Bolsonaro voltou a ameaçar a democracia e atacar ministros do STF (Supremo Tribunal Federal).

"Temos inimigos, poucos, e eles habitam a região dos três Poderes. Esses inimigos podem muito, mas não podem tudo", disse o presidente, em evento em que deu posse aos substitutos de ministros que deixaram o governo para serem candidatos.

Randolfe compara Lula a Mandela

Durante o UOL Entrevista, o senador Randolfe Rodrigues ainda comparou Lula ao ex-presidente da África do Sul Nelson Mandela, principal líder político do país, que lutou contra o regime racista e segregacionista do apartheid.

"A candidatura de Lula não pode ser do PT ou da esquerda, tem que ser uma candidatura de união nacional. Lula tem que ser o que Nelson Mandela foi para África do Sul após o regime do apartheid".

O senador minimizou apoios de figuras polêmicas ao ex-presidente petista, como é o caso do ex-ministro da Integração Nacional Geddel Vieira Lima, na Bahia. Ele esteve presente no evento de anúncio da aliança entre MDB e PT no estado.

"Num futuro governo de reconciliação, por mais amplo que seja, acho que não terá espaço para Geddel, mas acho que tem que ter espaço para o MDB. [...] Por mais que qualquer outro palanque da política tenha corruptos, nenhum será maior do que o de Jair Bolsonaro", afirmou Randolfe.

 

Confira outras notícias 

- Bolsonaro indica 24 nomes para direção de agências reguladoras

Os nomes indicados pelo presidente Bolsonaro serão sabatinados pelo Senado Federal

O presidente Jair Bolsonaro (PL) indicou 24 nomes para as diretorias das agências reguladoras na manhã desta segunda-feira (4/4). Todos os nomes foram encaminhados ao Senado, que analisará as indicações e fará as sabatinas. 

As indicações, publicadas no Diário Oficial da União (DOU), correspondem a cargos na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Agência Nacional do Petróleo (ANP), Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA), Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Comissão de Valores Mobiliários (CVM), Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), Agência Nacional de Mineração (ANM), Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) e Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT).

Algumas das indicações já haviam sido realizadas pelo chefe do Executivo e foram retiradas. É o caso do assessor especial de Marcelo Queiroga, Daniel Pereira, designado a uma diretoria da ANS. Agora, Pereira foi indicado para a Anvisa na vaga de Cristina Jourdan.

Já na ANS, Jorge Aquino Lopes, indicado pelo governo para ocupar uma diretoria e cuja sabatina seria este mês, também teve o seu nome retirado. Foi substituído por Alexandre Fioranelli. Com o apoio de Marcelo Queiroga e de Flávio Bolsonaro, contudo, Lopes foi indicado para outra diretoria na mesma agência reguladora.

Fonte: Poder360 - Correio Braziliense