Economia

PIB deve crescer em torno de 2% em 2022, diz Guedes





O ministro Paulo Guedes (Economia) disse nesta 5ª feira (7.abr.2022) que a economia brasileira deve crescer “em torno de 2%” em 2022. Para ele, o crescimento poderia ser maior, mas será afetado pela alta dos juros.

Guedes falou que há 2 vetores afetando o crescimento da economia brasileira neste ano: 1) os investimentos privados e 2) a alta dos juros.

Segundo ele, o Brasil tem R$ 830 bilhões em investimentos privados contratados para os próximos 10 ou 12 anos e pode atrair mais R$ 300 bilhões em investimentos em 2022. Guedes afirma, então, que “o crescimento está contratado”.

O ministro também disse, no entanto, que a alta dos juros é um “vetor de desaceleração forte”. O BC (Banco Central) está subindo os juros para tentar conter a inflação.

“O que nós vamos assistir esse ano são dois vetores. Esse vetor de crescimento [os investimentos] possivelmente faria o Brasil crescer 3%, 3,5%. Mas tem um vetor de desaceleração forte que foi o combate à inflação, os juros do Banco Central subindo. É um vetor de desaceleração cíclica forte. Então, em vez de crescer 3% ou 3,5%, vai crescer em torno de 2%”, afirmou Guedes, em fórum do Bradesco BBI.

Projeções

Segundo o ministro, a economia brasileira deve crescer de 1,5% a 2,5% nas contas do governo. Oficialmente, no entanto, o governo tem uma projeção mais pessimista que a de Guedes. A Secretaria de Política Econômica reduziude 2,1% para 1,5% a estimativa para o PIB de 2022 em 17 de março.

Guedes disse ainda que o mercado deve elevar as expectativas de crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) ao longo do ano. Hoje, o mercado estima uma alta de 0,5% do PIB em 2022, segundo o último Boletim Focus.

Inflação

Por outro lado, Guedes disse que a inflação deve ficar acima do teto da meta em 2022. Ou seja, deve passar dos 5%. Segundo ele, este é um problema mundial, que foi causado pelo choque da pandemia de covid-19 e agravado pela guerra na Europa.

Ele também afirmou, contudo, que o Banco Central do Brasil agiu mais rápido que o de outros países no combate à alta dos preços. Por isso, afirmou que “a qualquer momento a inflação pode começar a ceder”“Os bancos centrais do mundo inteiro dormiram no volante. O nosso acordou primeiro”, afirmou Guedes.

 

- Conta de luz cairá 18% sem pôr empresas em risco, diz ministro

O fim da tarifa extra para as contas de luz poderá fazer as contas dos consumidores residenciais cair 18% no próximo mês, sem prejudicar a saúde financeiras das empresas de energia, disse hoje (7) o ministro da Economia, Paulo Guedes.

Em evento de lançamento de instrumentos de crédito do Banco do Brasil, o ministro declarou que a retirada da bandeira de escassez hídrica considerou os níveis dos reservatórios e não foi decidida com base em “canetadas”.

“A conta de luz cai 18% no mês que vem, sem canetada, sem botar em risco as empresas, ao contrário”, declarou o ministro. Segundo ele, a saúde das empresas do setor elétrico está recuperada, enquanto governos anteriores prejudicaram o setor com políticas intervencionistas.

Ontem (6) à noite, o presidente Jair Bolsonaro anunciou o fim das bandeiras tarifárias sobre as contas de luz. Por meio das redes sociais, o presidente informou que a recuperação dos reservatórios das usinas hidrelétricas fará o governo conceder bandeira verde para todos os consumidores de energia a partir de 16 de abril. Ele previu uma redução de cerca de 20% nas tarifas. 

Segurança energética

Ao discursar no evento do Banco do Brasil, Guedes disse que o governo está conseguindo mudar o eixo das discussões internacionais sobre o meio ambiente. Segundo o ministro, o Brasil está consolidando-se como um país de papel importante para garantir a segurança alimentar e energética em escala global.

“Esta guerra [entre Rússia e Ucrânia] só complica as coisas, mas a grande verdade é que o Brasil está sendo percebido como um grande agente, com papel decisivo, de segurança alimentar e segurança energética”, comentou Guedes.

Fonte: Poder360 - Agência Brasil