Política

Senador retira assinatura e dificulta CPI do MEC





Os articuladores da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) do MEC sofreram um revés neste sábado (9.abr.2022): o senador Oriovisto Guimarães (Podemos-PR) anunciou a retirada de sua assinatura do requerimento para criar o colegiado.

Sem o apoio de Oriovisto, cai para 26 o número de assinaturas no documento –são necessárias ao menos 27 para que a CPI possa ser instalada.

“Continuo acreditando que existem fatos graves no MEC que precisam ser investigados. Porém, uma CPI tão próxima das eleições acabará em palanque eleitoral”, disse Oriovisto em perfil no Twitter.

A retirada da assinatura do senador pelo Paraná é uma vitória para Jair Bolsonaro (PL).

Os opositores do governo querem investigar supostas irregularidades no Ministério da Educação. Na 3ª feira (5.abr.2022), prefeitos afirmaram em comissão do Senado que 2 pastores pediram propina para facilitar a liberação de recursos na pasta.

Se sair do papel, a CPI deverá causar desgaste à imagem do presidente da República no ano em que ele tentará reeleição.

A baixa de Oriovisto poderá ser reposta pelo senador Marcelo Castro (MDB-PI), que anunciou na noite de 6ª feira (8.abr) que assinaria. Ele, porém, ainda não oficializou esse apoio.

Mesmo com a provável adição do nome de Castro à lista de apoiadores, a saída de Oriovisto fragiliza a articulação da CPI.

O Planalto terá os próximos dias para agir e poderá impedir a instalação do colegiado se conseguir convencer outro senador que assinou o requerimento a retirar o apoio.

“O governo Bolsonaro nunca montou força-tarefa para nada. Nem para enfrentar o coronavírus, inflação, para combater o desemprego. Aí resolveu montar força-tarefa para impedir e investigação de corrupção”, disse à reportagem o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), um dos articuladores do pedido de CPI.

Sem Oriovisto, a lista de apoios à investigação sobre o MEC divulgada por Randolfe fica assim:

  1. Randolfe Rodrigues (Rede-AP)
  2. Paulo Paim (PT-RS)
  3. Humberto Costa (PT-PE)
  4. Renan Calheiros (MDB-AL)
  5. Styvenson Valentim (Podemos-RN)
  6. Fabiano Contarato (PT-ES)
  7. Jorge Kajuru (Podemos-GO)
  8. Zenaide Maia (Pros-RN)
  9. Paulo Rocha (PT-PA)
  10. Omar Aziz (PSD-AM)
  11. Rogério Carvalho (PT-SE)
  12. Reguffe (União Brasil-DF)
  13. Leila Barros (PDT-DF)
  14. Jean Paul Prates (PT-RN)
  15. Jaques Wagner (PT-BA)
  16. Eliziane Gama (Cidadania-MA)
  17. Tasso Jereissati (PSDB-CE)
  18. Cid Gomes (PDT-CE)
  19. Alessandro Vieira (PSDB-SE)
  20. Weverton Rocha (PDT-MA)
  21. Dário Berger (PSB-SC)
  22. Simone Tebet (MDB-MS)
  23. Mara Gabrilli (PSDB-SP)
  24. Nilda Gondim (MDB-PB)
  25. Jader Barbalho (MDB-PA)
  26. Veneziano Vital do Rêgo (MDB-PB)

Na 5ª feira (7.abr.2022), a senadora Rose de Freitas (MDB-ES) afirmou que seu nome havia sido colocado na lista de apoio sem sua autorização.

Governistas estão pedindo apoio à criação de uma outra CPI. Essa, para investigar obras paralisadas e supostas irregularidades no Fies durante os governos petistas. O principal adversário de Bolsonaro na eleição deste ano é o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Fonte: Poder360