Política

China realiza exercícios militares próximos a Taiwan em resposta aos EUA





Ação chinesa ocorre em meio à visita de delegação do Senado americano

A China disse que realizou exercícios militares em torno de Taiwan nesta sexta-feira (15), quando uma delegação do Congresso dos Estados Unidos visita a ilha, em um movimento que o Exército de Libertação Popular disse ser uma resposta aos “sinais errados” enviados pelos americanos.

Os militares da China enviaram fragatas e aviões de combate para o Mar da China Oriental e a área ao redor de Taiwan, disse o porta-voz do Comando Oriental do Exército de Libertação Popular, Shi Yilu, segundo a emissora estatal chinesa.

“Esta operação é uma resposta à recente divulgação frequente de sinais errados pelos Estados Unidos sobre a questão de Taiwan”, disse Shi, sem mencionar os legisladores americanos visitantes.

“As más ações e truques dos EUA são completamente fúteis e muito perigosos. Aqueles que brincam com fogo vão se queimar”, disse ele.

Durante uma reunião nesta setxa com a presidente de Taiwan, Tsai Ing-wen, o senador americano Bob Menendez, presidente do Comitê de Relações Exteriores do Senado, disse que a ilha é um “país de importância global” e sua segurança tem implicações para o mundo.

Menendez está em um grupo bipartidário de seis legisladores dos EUA que realizam uma visita em demonstração de apoio à ilha democrática diante da pressão chinesa.

Tais visitas, e uma referência a Taiwan como um “país”, irritam Pequim, que descarta qualquer sugestão do tipo. A China considera a ilha como uma de suas províncias.

Os Estados Unidos não têm relações formais com Taiwan, reivindicada pelos chineses, mas são seu mais importante patrocinador internacional e fornecedor de armas.

Menendez reconheceu que o governo chinês estava “muito insatisfeito” com a visita da delegação, mas isso não dissuadiu o grupo de apoiar Taiwan.

“Com Taiwan produzindo 90% dos semicondutores de ponta do mundo, é um país de importância e impacto global e, portanto, deve ser entendido que sua segurança tem um impacto global”, disse Menendez a Tsai em uma reunião em o escritório presidencial transmitida ao vivo.

Taiwan foi encorajada pelo apoio dos EUA oferecido pelo governo Biden, que falou repetidamente de seu compromisso “sólido” com a ilha democraticamente governada, o que aumentou as tensões nas relações sino-americanas.

A invasão da Ucrânia pela Rússia também colocou Taipei em alerta para possíveis movimentos de Pequim para usar a crise na Ucrânia para realizar um movimento na ilha. O governo não relatou nenhuma atividade chinesa incomum.

O senador republicano dos EUA, Lindsey Graham, disse a Tsai durante a reunião da delegação que a guerra na Ucrânia e o comportamento provocativo da China uniram a opinião dos EUA de uma maneira nunca vista antes. “Estaremos com você. Abandonar Taiwan será abandonar a democracia e a liberdade”, disse ele.

A delegação, que chegou na quinta-feira (14) vindo da Austrália para uma viagem não anunciada de dois dias, também se encontrará com o ministro das Relações Exteriores de Taiwan, Joseph Wu, e com o ministro da Defesa, Chiu Kuo-cheng.

Fonte: CNN Brasil