Política

Bolsonaro critica TSE e desafia Alexandre de Moraes: Vai me prender?





O presidente Jair Bolsonaro (PL), que deve tentar reeleição neste ano, voltou a criticar o sistema eleitoral brasileiro e atacar o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. “O grande problema que a gente tem é o Tribunal Superior Eleitoral. Virou lá um grupo fechado, TSE futebol clube. O que se fala é lei”, disse o presidente em entrevista no final de semana à CNN Brasil. O presidente desafiou o ministro a prendê-lo ou cassá-lo por desconfiar da apuração dos votos nas eleições.

 

“Há poucas semanas o Alexandre de Moraes falou que quem desconfiar do processo eleitoral vai ser cassado e preso. Ô, Alexandre, eu estou desconfiado. Vai me prender? Vai cassar meu registro? Que democracia é essa? Nós podemos desconfiar de tudo, quando desconfia a gente aperfeiçoa”, desafiou o presidente. Além de ministro do STF, Alexandre de Moraes é vice-presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e deve presidir o tribunal eleitoral nas eleições deste ano.

No ano passado, Alexandre de Moraes barrou uma ação que queria casar a chapa de Bolsonaro e seu vice Mourão pela acusação de disseminação de fake news. Na ocasião, o ministro disse que não ia tolerar a repetição desse tipo de prática nas eleições deste ano. As declarações do presidente, no entanto, foram dadas no momento em que é aguardado o julgamento pelo STF do deputado federal Daniel Silveira (PTB-RJ), um dos mais fieis parlamentares do governo na Câmara. O relator do processo é o ministro Alexandre de Moraes. O deputado já sofre com restrição de circulação e usa tornozeleira eletrônica. Ele é acusado de incitar manifestações anti-democráticas e ataques aos ministros do STF.

 

Confira outras notícias 

- “Um rouba, mas faz. Outro, rouba sem fazer”, diz Ciro em jingle

O pré-candidato à Presidência Ciro Gomes (PDT) lançou nesta 2ª feira (18.abr.2022) um novo jingle da sua campanha. Com o slogan “tá na hora de olhar pro Ciro”, o ex-governador mira os líderes das pesquisas –o ex-presidente Lula (PT) e o atual, Jair Bolsonaro (PL).

Um trecho da música diz que “um rouba, mas faz, e o outro rouba sem fazer”. Ciro não cita nomes. Porém, em declarações anteriores, o pedetista já criticou os processos envolvendo Lula ­–que foi condenado, mas teve as sentenças anuladas– e as denúncias de corrupção no governo Bolsonaro.

A peça bate na tecla da polarização e diz que o eleitor vai “dar um tremendo tiro no pé” caso escolha entre uma das duas opções (PT e Bolsonaro). 

Eis a transcrição do jingle:

Tá cansado dos mesmos de sempre, de seguir no mesmo giro? Tá na hora de você olhar pro Ciro. Saber que um rouba, mas faz. E o outro, essa rouba sem fazer. Isso você não vai querer. No pé… dar um tremendo tiro! Então! Agora tenha certeza. Tá na hora de olhar pro Ciro.

Não preciso falar mal. Nem forçar sua decisão. Mas sei que a dúvida aumenta quando chega a eleição. Por isso presta atenção. Não é só porque eu prefiro, mas já tá na hora de você olhar pro Ciro.

Pesquisa PoderData

Na última rodada do PoderData, divisão de pesquisas do Poder360, Ciro apareceu na 3ª posição, com 5% das intenções de voto. Assumiu o posto que era o ex-juiz Sergio Moro (União Brasil), que deixou a disputa após mudar de partido.

A má notícia para Ciro é Bolsonaro herda boa parte dos votos de Moro, que chegou a ter 8% das intenções de voto. Levantamento do PoderData mostra que Bolsonaro mantém 62% de seus votos obtidos em 2018. Com Moro ainda na disputa, esse percentual foi de 47% em março.

Com isso, a polarização entre o atual presidente e Lula se intensificou. O chefe de Estado chegou a 35% e reduziu a distância para 5 pontos percentuais em relação ao ex-presidente, que tem 40%. É o menor “gap” entre os 2 este ano. Estão pelo menos 30 p.p. à frente de Ciro Gomes.

 

- 'Garoto, vai catar o que fazer': Anitta tratou presidente como ele merece 

"Ah, garoto, vai catar o que fazer". Essa frase poderia ter sido dita por alguém para um menino daqueles que fica "enchendo o saco" das crianças no play. Ou para um moleque que, na falta de coisa melhor, fica perturbando uma garota na escola. Mas não. Ela foi dita pela cantora Anitta para o presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, no Twitter, durante o fim de semana. Em seguida, ela o bloqueou.

Anitta, despachada, tratou o presidente como ele merecia e lavou a alma de muitos de nós. Afinal, no caso de artistas como ela, que têm enorme poder de influência e se opõem abertamente ao governo, Bolsonaro é isso mesmo: um hater. E todo mundo que conhece um pouco das dinâmicas das redes sociais sabe que é assim que um hater deve ser tratado: você os coloca em seus lugares. E depois bloqueia. Fim.

O caso aconteceu nos dias em que Anitta mais brilhou. A cantora, como todo mundo sabe, fez uma apresentação perfeita no festival Coachella, onde homenageou o Brasil e as comunidades do Rio de Janeiro.

Ela estava falando com seus fãs no Twitter sobre ter usado as cores da bandeira do Brasil quando Bolsonaro (ou melhor, um dos seus admins) se meteu e debochou.

"A bandeira do Brasil e as cores da bandeira do Brasil pertencem aos brasileiros. Representam o Brasil no geral. Ninguém pode se apropriar do significado das cores da bandeira do nosso país. Fim", escreveu.

A equipe de Jair Bolsonaro aproveitou o momento para tentar "caçar treta", como se diz no Twitter. Eles copiaram a resposta da cantora e escreveram: "concordo", com o sinal de "ok" característico do presidente de várias bandeiras do Brasil".

A ideia deles era óbvia. Anitta responderia, à ironia, o presidente retrucaria. E logo, o nome de Bolsonaro estaria no topo dos assuntos mais comentados do dia. As denúncias de corrupção, a inflação, tudo isso ficaria esquecido enquanto todos falariam sobre a tal "treta".

Não alimente os trolls

Todo mundo que já sofreu ataque em redes sociais conhece uma máxima que é a seguinte: "Não alimente os trolls" (os grupos de pessoas ou mesmo robôs que vêm em bando atacar). A lógica é muito simples. Se você para de responder aos ataques e bloqueia essas pessoas, elas perdem. Afinal, tudo o que eles querem é conseguir a sua atenção.

Anitta foi além e propôs que Bolsonaro seja tratado por todos nós como um "troll em redes sociais" e que seus opositores deixem de citar o seu nome.

"Nesse momento, qualquer manifestação contra ele por meio dos artistas vai ser convertida em forma de deboche pelas mídias sociais dele. Assim, o artista vira o chato é ele o cara bacana que leva tudo numa boa". Ela disse ainda que "já passa a ser mídia boa quando você cita o nome dele, não faz diferença se você citou de forma negativa ou positiva".

Não sei se concordo com a estratégia de Anitta. Mas uma coisa é certa. Muitos nomes importantes da política nacional ouviram com atenção o que ela disse (milagre, uma mulher sendo ouvida quando o assunto é política!) e estão propondo que o "fora Bolsonaro" seja trocado por nomes de candidatos às próximas eleições.

Não é só o Coachella que a Anitta sacudiu. Mas as campanhas políticas das próximas eleições presidenciais também. Isso não é pouco. Obrigada, Anitta.

Fonte: Congresso em Foco - UOL - Poder360