Política

Presidente destaca à OMC papel do Brasil na segurança alimentar





O Brasil tem papel importante no fornecimento de alimentos e insumos agrícolas em meio ao aumento da insegurança alimentar global, disse o presidente Jair Bolsonaro à diretora-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC), a nigeriana Ngozi Okonjo-Iweala. O presidente e o ministro das Relações Exteriores, Carlos França, reuniram-se nesta segunda-feira com a diplomata, que visita o Brasil.

Segundo o Itamaraty, Bolsonaro destacou a importância do comércio de produtos agrícolas e de insumos, como fertilizantes, para garantir a segurança alimentar mundial. O presidente também disse que o país tem expectativas de que a 12ª Reunião Ministerial da OMC tenha resultados concretos.

Durante o encontro, o chanceler Carlos França disse que a OMC tem a missão, neste momento, de contribuir para amenizar os impactos da pandemia de covid-19 e da guerra entre Rússia e Ucrânia sobre as cadeias internacionais de produção e de distribuição de alimentos. O ministro informou que o Brasil está empenhado em que a reunião ministerial resulte em avanço nas negociações dos quatro principais eixos: comércio e saúde, agricultura, subsídios à pesca e reforma da OMC.

Além de conversar com o presidente e com o chanceler, a diretora-geral da OMC proferiu palestra no Instituto Rio Branco. Ela também se reuniu com parlamentares da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) e representantes do agronegócio.

Hoje (19), Ngozi Okonjo-Iweala estará em São Paulo, onde se reunirá com representantes da Confederação Nacional da Indústria (CNI) e da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). Na ocasião, a diretora da OMC receberá um documento com as 13 prioridades listadas para o setor. Ngozi Okonjo-Iwealala também participará de um encontro com mulheres empreendedoras.

 

- Bolsonaro diz que dinheiro do Mais Médicos ia para Fidel

O presidente Jair Bolsonaro (PL) disse que 80% dos salários dos profissionais cubanos do Mais Médicos iam para Fidel Castro. Além disso, comparou o trabalho no programa à escravidão e declarou que o líder cubano foi para um “lugar bastante quente” depois que morreu, em 2016.

“Esse era o programa no passado, o Mais Médicos, do PT. Um serviço que escravizava os nossos irmãos cubanos e não atendia a população. Não sabiam absolutamente nada de medicina. Nada. E a gente sabe, muitas vezes, as pessoas humildes é só você tratar bem a pessoa ela já fica satisfeita”, disse Bolsonaro. 

Em evento para anunciar os primeiros contratados do Médicos pelo Brasil, anunciado em 2019 e sucessor do Mais Médicos, Bolsonaro disse que os médicos cubanos tinham que seguir ordens para manter os familiares seguros.

“Seus familiares ficavam em Cuba e se eles não cumprissem aquilo determinado os seus familiares lá sofriam. E o apoio do PT e lamentavelmente da base do governo foi praticamente unânime para que ficassem aqui como se escravos fossem”, disse. 

Primeiras contratações

O governo Bolsonaro lançou o programa Médicos pelo Brasil em agosto de 2019. Depois de 991 dias desde o anúncio, o Planalto anunciou os primeiros médicos contratados.

Segundo o Ministério da Saúde, são 529 profissionais espalhados por todos os Estados e Distrito Federal. A expectativa é a de que 1.700 sejam convocados até o fim de abril.

A saúde afirmou que o 1º concurso teve 16.357 inscritos e 8.518 selecionados. O resultado do certame foi homologado em 5 de abril.

Ao ouvir uma pergunta sobre por que o governo levou mais de 900 dias para anunciar as primeiras contratações do programa, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, disse que, com a pandemia, a “prioridade número 1” foi atender a “questão da covid”. 

Mais Médicos X Médicos pelo Brasil

Entre as mudanças anunciadas está a remuneração dos profissionais, que contarão com plano de carreira e adicionais aos salários conforme a distância da localidade que forem atuar. Os salários podem chegar, segundo o ministério, a R$ 24.000.

O programa substitui o Mais Médicos, lançado em 2013, no governo de Dilma Rousseff (PT), que buscava aumentar o número de profissionais de saúde, especialmente no interior brasileiro e abrigava médicos de diversos países, incluindo Cuba.

Os profissionais do Mais Médicos poderiam terminar seus contratos. Os 2 programas existiriam ao mesmo tempo até a finalização dos contratos vigentes.

Em novembro de 2018, depois de críticas feitas por Bolsonaro, Cuba deixou o programa fazendo com que mais de 8.000 médicos cubanos retornassem ao país caribenho.

Em julho de 2019, o governo publicou uma portaria que permitia aos cubanos que vieram ao Brasil para integrar o Mais Médicos pedir autorização para morar no país.

Fonte: Agência Brasil - Poder360