Economia

Ibovespa interrompe série de quedas e fecha em alta de 1,05%; dólar cai a R$ 4,97





Principal índice da B3 terminou aos 109.349,37 pontos, enquanto a moeda norte-americana desvalorizou 0,43% 

O Ibovespa fechou em alta de 1,05%, aos 109.349,37 pontos, nesta quarta-feira (27), após registrar sete baixas seguidas, a maior sequência negativa desde 2016. O índice foi puxado pelas ações ligadas a commodities metálicas, assim como papéis de varejistas. Já o dólar caiu 0,43%, cotado a R$ 4,968.

A agenda corporativa foi destaque nesta sessão, com expectativa por números do primeiro trimestre de dois pesos-pesados do índice. A Vale anunciará seu balanço financeiro e a Petrobras publicará seu relatório operacional, ambos após o fechamento do mercado.

Regis Chinchila, analista da Terra Investimentos diz que “a inflação local [divulgada hoje] saiu alta, mas abaixo das estimativas, o que ajudou algumas empresas de consumo a mostrarem uma recuperação”.

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15), tido como prévia da inflação oficial, subiu 1,73% em abril, ante projeção de alta de 1,85%, de pesquisa da Reuters com analistas. O número, porém, segue mostrando aceleração, já que o aumento em março havia sido de 0,95%.

O indicador vem uma semana antes de decisão de política monetária do Banco Central. A curva de juros precificava 98% de chance de alta de 1 ponto percentual na Selic, que subiria a 12,75% ao ano. A alta recente do dólar adiciona mais um fator a esses cálculos, já que o câmbio impacta a inflação.

Na véspera (26), o dólar fechou em alta de 2,32% nesta terça-feira (26), a R$ 4,989. Este é o maior valor desde 18 de março deste ano, última vez que ficou acima dos R$ 5 (R$ 5,01). Já o Ibovespa encerrou novamente em baixa, de 2,23%, aos 108.212,86 pontos.

Dólar

A moeda norte-americana encerrou negociada longe de máximas acima da marca de R$ 5 no início da tarde desta quarta-feira, e chegou a operar no vermelho, o que operadores atribuíram a um arrefecimento da moeda no exterior.

Isso representa reversão em relação à alta observada por boa parte manhã, quando o dólar chegou a saltar 1,03%, a R$ 5,0412.

Jefferson Rugik, diretor-executivo da Correparti Corretora, disse que o movimento no mercado local está em linha com o arrefecimento do dólar frente a outras divisas emergentes ou de países exportadores de commodities. Nesta tarde, moedas como peso mexicano, peso chileno e dólar australiano eram negociadas no azul frente ao dólar, devolvendo perdas iniciais.

O índice do dólar contra uma cesta de rivais fortes ainda estava em alta, mas se afastava dos maiores patamares do dia, depois de mais cedo tocar pico em cinco anos.

Rugik citou a melhora no desempenho das ações em Wall Street nesta tarde como outro fator que explica a recuperação do real ante as mínimas do dia. Todos os três principais índices dos EUA subiam mais de 1% ao longo do dia.

O mercado de opções sinalizava ainda queda da volatilidade no câmbio na tarde desta quarta-feira.

Sobe e desce da B3

Veja os principais destaques do pregão desta quarta-feira (27):

Maiores altas

  • Gerdau (GGBR4) +6,01%;
  • Weg (WEGE3) +5,50%;
  • Vale (VALE3) +5,35%;
  • Gerdau (GOAU4) +5,08%;
  • Marfrig (MRFG3) +4,81%

Maiores baixas

  • Hapvida (HAPV3) -5,84%;
  • Azul (AZUL4) -3,19%;
  • Positivo (POSI3) -2,63%;
  • Meliuz (CASH3) -2,58%;
  • Grupo Natura (NTCO3) -2,48%

Minério de ferro

Os contratos futuros de minério de ferro e de aço na China subiram nesta quarta-feira depois de caírem por dois dias consecutivos, conforme diminuíram as preocupações alimentadas pelo surto de Covid-19.

Os futuros de minério de ferro de referência na bolsa de Dalian tinham caído mais de 8% nesta semana até terça-feira, enquanto o vergalhão na Bolsa de Futuros de Xangai perdeu cerca de 3% por temores de demanda lenta devido a surtos recorrentes de Covid-19 na China.

“O sentimento de pânico foi aliviado e o setor ferroso está retornando aos fundamentos”, escreveu a Galaxy Futures em nota, acrescentando que as transações no mercado spot de minério de ferro estão se recuperando e ainda há uma demanda de reposição de estoque.

O contrato de minério de ferro mais ativo para entrega em setembro chegaram a subir até 3,5%, para 834 iuanes (US$ 127,19) a tonelada, na sessão da manhã. Eles terminaram em alta de 2,6%, a 827 iuanes.

Os preços spot do minério de ferro com 62% de teor de ferro para entrega à China ficaram em US$ 139,5 a tonelada nesta quarta-feira, estáveis ante a sessão anterior, segundo a consultoria SteelHome.

Os preços do aço também se recuperaram depois que o presidente chinês Xi Jinping prometeu intensificar obras de infraestrutura para impulsionar a demanda doméstica e alavancar o crescimento econômico.

O vergalhão de aço para entrega em outubro ganhou 1%, para 4.864 iuanes por tonelada. As bobinas laminadas a quente, usadas no setor manufatureiro, avançaram 0,8%, para 4.948 iuanes por tonelada.

Os futuros de aço inoxidável de Xangai para entrega em junho caíram 0,2%, para 816 iuanes por tonelada.

 

-  Dólar e euro podem atingir paridade pela primeira vez

A queda do euro para uma mínima em 5 anos está reacendendo a possibilidade de a moeda atingir a paridade em relação ao dólar pela primeira vez em duas décadas, já que temores de uma recessão econômica em todo o bloco incentivam investidores a apostar na baixa da divisa comum.

Com a moeda única indo a um piso de 1,0514 dólar, aprofundando as perdas em abril para 4,5%, alguns indicadores financeiros e econômicos de alta frequência estão piscando em vermelho.

É provável que haja mais queda, disse Vasileios Gkionakis, chefe da estratégia de câmbio do G10 para Europa, Oriente Médio e África (Emea) do Citi, acrescentando que "o posicionamento especulativo está muito mais limpo do que antes, sugerindo espaço para uma acumulação maior de posições de venda".

Uma mudança para a paridade euro-dólar não será simples, no entanto, com operadores de câmbio enfrentando algumas barreiras técnicas rígidas.

A queda do euro ainda seria limitada por contratos de opções consideráveis em torno da mínima do início de 2017 de 1,0340 dólar e, em seguida, do patamar de 1,02 dólar atingido pela última vez em dezembro de 2002, de acordo com dois operadores.

Movimentos rápidos também podem chamar intervenção do BCE (Banco Central Europeu), vista pela última vez em 2000 e 2011, especialmente se a fraqueza do euro provocar turbulências no mercado de títulos em países mais frágeis, como a Itália.

Assim, poucos bancos estão dispostos a prever que a paridade euro-dólar será atingida. O HSBC, por exemplo, diz que o nível de 1,0341 dólar do início de 2017 pode aparecer "se os desafios macropolíticos não diminuírem".

O Rabobank disse que reconsiderará sua previsão de euro a 1,10 dólar, observando o dólar "mais forte por mais tempo", mas espera que "a paridade euro-dólar seja evitada" se as interrupções no fornecimento de energia forem contornadas e o aperto da política monetária pelo BCE permanecer em curso.

Fonte: CNN Brasil - Agência Brasil