Política

Putin diz que sanções contra a Rússia estão provocando crise global





Presidente russo afirmou que medidas econômicas atingiram em maior medida os interesses dos próprios países sancionadores

As sanções impostas à Rússia pelo Ocidente estão “provocando” uma crise global, disse o presidente russo, Vladimir Putin, nesta quinta-feira (12), durante uma reunião sobre questões econômicas.

“Seus autores, guiados por ambições políticas míopes e infladas, a russofobia, atingiram em maior medida seus próprios interesses nacionais, suas próprias economias, o bem-estar de seus cidadãos. Vemos isso, em primeiro lugar, em um aumento acentuado da inflação na Europa”, disse Putin.

De acordo com o líder russo, a continuação da “obsessão por sanções” do Ocidente inevitavelmente levará às “consequências mais difíceis e intratáveis” para a União Europeia, bem como para os países mais pobres do mundo.

“A culpa por isso é inteiramente das elites dos países ocidentais, que estão prontas para sacrificar o resto do mundo para manter seu domínio global”, disse ele.

Putin acrescentou que a Rússia está lidando com desafios externos provocados pelas sanções ocidentais e que a inflação no país está desacelerando.

“O aumento semanal dos preços já caiu para 0,1% – isso já está próximo da taxa de crescimento semanal que corresponde à meta de inflação do Banco da Rússia”, disse ele.

 

- Gigante de energia russa, Gazprom para de enviar gás por gasoduto via Polônia

Duto Yamal vai da Rússia, através de Belarus, até a Polônia e a Alemanha; seu uso estava diminuindo desde o início da guerra

A Gazprom, uma gigante estatal russa de energia, disse que vai parar de enviar gás russo pelo gasoduto “Yamal”, que atravessa a Polônia. A medida acontece após o Kremlin impor sanções a várias empresas estrangeiras.

A empresa afirmou que as sanções incluem a EuRoPol Gaz, proprietária da seção polonesa do gasoduto.

“Foi estabelecida uma proibição de transações e pagamentos a favor de pessoas sob sanções, em particular, para a Gazprom, isso significa a proibição do uso de um gasoduto de propriedade da EuRoPol Gaz para transportar gás russo através da Polônia”, disse um representante da Gazprom.

Esta é a mais recente tensão sobre o gás enviado da Rússia para a Polônia. No mês passado, a Gazprom informou que havia interrompido totalmente o fornecimento à empresa de gás polonesa PGNiG e à Bulgargaz, da Bulgária, depois que se recusaram a atender a uma demanda de Moscou de pagar em rublos em vez de euros ou dólares.

O duto Yamal vai da Rússia, através de Belarus, até a Polônia e a Alemanha. De acordo com a empresa analista de energia Bruegel, ele responde por uma pequena parte do fluxo de gás russo para a Europa, e seu uso vem diminuindo acentuadamente desde o início da guerra contra a Ucrânia.

O regulador de energia alemão minimizou o impacto em seus suprimentos. Ele disse à Reuters em um comunicado que interromper o fluxo de gás através do Yamal não colocará em risco o abastecimento alemão, porque “quase nenhum gás para a Alemanha está passando por esse gasoduto há semanas”.

 

- Quase 100 crianças morreram na Ucrânia apenas em abril, diz Unicef

De acordo com o órgão, o número verdadeiro pode ser muito mais alto

O Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) verificou que quase 100 crianças foram mortas na Ucrânia apenas em abril, mas os números verdadeiros podem ser significativamente mais altos, criando uma crise na proteção das crianças, disse um oficial da UNICEF ao Conselho de Segurançadas Nações Unidas nesta quinta-feira (12).

“Somente neste último mês, a ONU verificou que 100 crianças foram mortas, e acreditamos que os números verdadeiros podem ser muito maiores”, disse o Diretor Executivo Adjunto do UNICEF, Omar Abdi.

Durante sua fala na reunião do Conselho de Segurança sobre a manutenção da paz e da segurança na Ucrânia, Abdi disse, “mais crianças foram feridas e enfrentaram graves violações de seus direitos, milhões das quais foram deslocadas”, e acrescentou, “a guerra na Ucrânia, como todas as guerras, é uma crise na proteção e nos direitos das crianças.”

Abdi também afirmou que “a educação está sob ataque” e “escolas continuam a ser usadas para propósitos militares.”

“Na última semana, pelo menos 15 de 89 – uma a cada seis – escolas apoiadas pelo UNICEF no oeste da Ucrânia foram danificadas ou destruídas desde o início da guerra”, ele disse e acrescentou, “em centenas de escolas ao redor do país foram relatados ataques de artilharia, aéreos, e por outras armas explosivas em áreas populosas.”

“Escolas podem salvar a vida das crianças, especialmente em conflitos. As escolas são locais seguros, com rotinas que lhes protegem de se machucar e dão uma sensação de normalidade. As escolas também são condutores cruciais de informações sobre os riscos de explosivos mortais. E são um conector para serviços de saúde e psicossociais essenciais”, concluiu.

 
Fonte: CNN Brasil