Política

Turquia diz que não aprovará ingresso de Suécia e Finlândia na Otan





Autoridades finlandesas e suecas têm declarado a intenção de ingressar na (Organização do Tratado do Atlântico Norte), citando a invasão da Ucrânia pela Rússia. Mas a entrada na aliança requer consentimento unânime dos 30 países-membros. Hoje, o líder de um desses Estados —o presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, confirmou que se opõe à entrada de Finlândia e Suécia no bloco.

"Não diremos 'sim' àqueles países que aplicam sanções à Turquia para se juntar à organização de segurança", disse o mandatário.

A Suécia suspendeu venda de armas para a Turquia desde 2019 devido à operação militar de Ancara (sede do governo turco) na Síria. Em resposta, a Turquia afirma que deverá bloquear a expansão da aliança aos dois países, acusando-os de abrigar grupos terroristas, incluindo militantes curdos.

Os Estados Unidos, que têm um papel-chave na aliança, disseram que há amplo apoio à adesão das nações nórdicas à Otan. Jen Psaki, secretária de imprensa da Casa Branca, disse na sexta-feira que "não há dúvida" sobre o apoio da maioria dos membros da Otan

Em resposta a perguntas sobre a posição da Turquia, o secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, disse na semana passada que estava confiante de que a aliança avançaria rapidamente.

 

- Putin diz que Rússia responderá se Otan reforçar militarmente Suécia e Finlândia

Putin disse que a ampliação da Otan está sendo usada pelos Estados Unidos de maneira "agressiva" para agravar uma situação de segurança global

O presidente Vladimir Putin alertou o Ocidente, nesta segunda-feira (16), que a Rússia responderá se a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) reforçar a infraestrutura militar da Suécia e da Finlândia, que decidiram se juntar à aliança militar dos Estados Unidos após a invasão da Ucrânia.

Putin, o líder supremo da Rússia desde o último dia de 1999, citou repetidamente a ampliação pós-soviética da aliança da Otan para o Leste em direção às fronteiras da Rússia como uma razão para o conflito da Ucrânia.

Falando aos líderes de uma aliança militar dominada pela Rússia de ex-estados soviéticos, Putin disse que a ampliação da Otan está sendo usada pelos Estados Unidos de maneira “agressiva” para agravar uma situação de segurança global já difícil.

A Rússia, disse Putin, não tinha problemas com a Finlândia ou a Suécia, então não havia ameaça direta da ampliação da Otan que incluísse esses países.

“Mas a expansão da infraestrutura militar neste território certamente provocaria nossa resposta”, disse Putin aos líderes da Organização do Tratado de Segurança Coletiva, que inclui Belarus, Armênia, Cazaquistão, Quirguistão e Tadjiquistão.

“Qual será essa (resposta) – veremos quais ameaças são criadas para nós”, disse Putin no Grande Palácio do Kremlin. “Os problemas estão sendo criados sem motivo nenhum. Vamos reagir de acordo”.

A Rússia deu poucas pistas específicas sobre o que fará em resposta ao alargamento nórdico da Otan, as maiores consequências estratégicas da invasão russa da Ucrânia até hoje.

Um dos aliados mais próximos de Putin, o ex-presidente Dmitry Medvedev, disse no mês passado que a Rússia poderia implantar armas nucleares e mísseis hipersônicos no enclave russo de Kaliningrado se a Finlândia e a Suécia se juntarem à Otan.

A Otan, fundada em 1949 para fornecer segurança europeia contra a União Soviética, em última análise, supera a Rússia em quase todas as medidas militares, exceto armas nucleares, embora a espinha dorsal do poder militar da aliança seja os Estados Unidos – cujas forças são principalmente implantadas longe da Europa.

Otan nórdica?

Antes de Putin falar, o vice-chanceler russo, Sergei Ryabkov, disse que o Ocidente não deveria ter ilusões de que Moscou simplesmente toleraria a expansão nórdica da Otan.

O Ocidente diz que a Otan – uma aliança de 30 países, incluindo ex-repúblicas do Pacto de Varsóvia, como Polônia e Hungria, além de potências nucleares como Estados Unidos, Grã-Bretanha e França – é puramente defensiva.

Moscou diz que a Otan ameaça a Rússia e que Washington ignorou repetidamente as preocupações do Kremlin sobre a segurança de suas fronteiras no Ocidente, fonte de duas devastadoras invasões europeias em 1812 e 1941.

A Finlândia conquistou a independência da Rússia em 1917 e travou duas guerras contra ela durante a Segunda Guerra Mundial, durante a qual perdeu território. A Suécia não luta uma guerra há 200 anos. A política externa concentrou-se no apoio à democracia e ao desarmamento nuclear.

Putin disse que, além da “política de expansão sem fim”, a Otan está indo muito além de sua missão euro-atlântica – uma tendência que a Rússia está seguindo cuidadosamente.

Putin diz que a “operação militar especial” na Ucrânia é necessária porque os Estados Unidos estavam usando a Ucrânia para ameaçar a Rússia através da ampliação da Otan e Moscou teve que se defender contra a perseguição de pessoas de língua russa.

Putin diz que, quando a União Soviética entrou em colapso, foram dadas garantias de que a aliança não se expandiria para o Leste em direção à Rússia, uma promessa que ele diz ser uma mentira que humilhou a Rússia em seu momento de fraqueza histórica.

Os Estados Unidos e a Otan contestam que tais garantias tenham sido dadas explicitamente. Kiev e seus apoiadores ocidentais dizem que a alegação de perseguição aos falantes de russo foi exagerada por Moscou como pretexto para uma guerra não provocada contra um Estado soberano.

Fonte: UOL - CNN Brasil