Política

Vou jogar em qualquer posição, diz Tebet sobre 3ª via





Senadora disse que vai respeitar “as regras do jogo” caso saia derrotada em pesquisa sobre candidatura única

A pré-candidata à presidência da República pelo MDB, Simone Tebet, disse nesta 2ª feira (16.mai.2022) que “vai jogar em qualquer posição” nas eleições de 2022.

“Eu tô nesse palanque de qualquer forma. Eu jogo em qualquer posição: eu tô no banco de reserva, artilheira, centroavante, na defesa ou no gol. Vou estar no palanque do centro-democrático por convicção”, disse Tebet.

Tebet participou do ciclo de debates da ACSP (Associação Comercial de São Paulo) nesta 2ª feira (16.mai). Sobre a escolha de um único candidato da 3ª via, a senadora disse que já “aceitou as regras do jogo” e que está “pronta para os resultados”.

As legendas de centro (União Brasil, PSDB, MDB e Cidadania) acordaram em promover uma pesquisa para definir o nome que disputará o Planalto. Segundo Tebet, o resultado será divulgado na 3ª feira (17.mai).

Caso perca nas pesquisas internas, Tebet disse que “cederá para o outro nome”, referindo-se ao ex-governador de São Paulo João Doria (PSDB). 

No entanto, caso vença e algumas siglas não concordem com a sua candidatura, a senadora afirmou que “será candidata pelo MDB independente de outros partidos” a apoiarem ou não“Eu não posso me dar o direito de não ser pré-candidata à presidência da República”, disse.

CONTRAPONTO

Ao Poder360, o presidente do PSDB de São Paulo, Marco Vinholi, disse que as conversas com o MDB sobre a candidatura única da 3ª via para a presidência da República têm uma condição para continuar: que João Doria (PSDB) seja o cabeça de chapa.

Segundo Vinholi, trata-se de respeito às prévias do PSDB e de manter a candidatura que ele classifica como a mais competitiva da 3ª via. “Temos várias pesquisas saindo semanalmente. Em todas, ele tem pontuado na frente. Doria tem mais chances na disputa”, disse.

- Terceira via tem semana decisiva e expectativa é de definição sobre nomes - Congresso em Foco

A expectativa para esta semana é de definições na terceira via. Depois do pré-candidato do PSDB, João Doria, usar o termo “tentativa de golpe” para se referir a possibilidade de o partido desconsiderar o resultado das prévias e tirar seu nome da disputa, os tucanos agendaram uma reunião para esta terça-feira (17). A promessa é de fechar questão sobre o assunto.

O encontro tucano acontece um dia antes da data estabelecida como prazo limite por lideranças de partidos que apostam em uma candidatura alternativa a Bolsonaro e a Lula para definir um nome de consenso. Em jogo pelo posto de escolhido para representar a terceira via estão, além de Dória, Eduardo Leite (PSDB) e Simone Tebet (MDB).

Tanto Luciano Bivar, quanto Sérgio Moro, ambos do União Brasil, ficaram de fora depois de Bivar anunciar a saída do partido das tratativas para escolha do candidato.

No domingo o presidente Fernando Henrique Cardoso saiu em defesa de Doria nas redes sociais.

Internamente aliados de Doria levantam a possibilidade de judicialização do caso, se o nome do ex-governador de São Paulo não se confirmar.

Carta 

Em carta enviada ao presidente nacional, Doria, chamou de “tentativa de golpe” a contratação de uma pesquisa para definir a candidatura única da terceira via à Presidência. O ex-governador de São Paulo também reafirmou que não vai desistir da candidatura e indicou que pode judicializar a situação, caso seja abandonado pela sigla.

Doria escreve ainda que, antes mesmo das prévias, existia uma “movimentação de parte da cúpula” do PSDB contra ele e que, depois do processo interno, “tentativas de golpe continuaram acontecendo”.

“Qual foi a nossa surpresa ao saber que, apesar de termos vencido legitimamente as prévias, as tentativas de golpe continuaram acontecendo. As desculpas para isso são as mais estapafúrdias, como, por exemplo, a de que estaríamos mal colocados nas pesquisas de opinião pública e com altos índices de rejeição, cinco meses antes do pleito”, afirma o pré-candidato do PSDB.

Segundo ele, seguirá à disposição da sigla para a “formação de projetos com outras agremiações”, mas reafirma não abrir mão “da posição de protagonista do projeto nacional do nosso partido”.

Após o recebimento da carta, Bruno Araújo enviou um comunicado à Comissão Executiva Nacional do PSDB e aos deputados e senadores da legenda, convocando a reunião. O encontro da Executiva ocorrerá às vésperas da reunião com os partidos do MDB e Cidadania para escolha de um nome único a ser lançado para a terceira via.

No convite encaminhado por Araújo para a reunião extraordinária do PSDB, ele diz que todas as negociações com os demais partidos do grupo em torno de uma candidatura única tiveram “notória anuência” de Doria e que a contratação da pesquisa foi referendada pela Executiva do partido.

“O Brasil vive um momento grave de nossa história em que o PSDB e outros partidos do centro democrático têm a obrigação de oferecer uma alternativa à sociedade brasileira”, escreve.

Antes, Bruno Araújo era o coordenador da campanha de João Doria, mas foi substituído por Marco Vinholi.

Fonte: Poder360 - Congresso em Foco