O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Dr. Tedros Adhanom Ghebreyesus, discutiram uma parceria para produção de vacinas brasileiras contra a dengue.
Os imunizantes seriam tanto o do Instituto Butantan, quanto o da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Para Adhanom, o Brasil pode ser um fornecedor do fármaco.
O Ministério da Saúde informou que o país tem 345.235 casos prováveis de dengue. De acordo com a pasta, foram registradas 36 mortes pela doença, e outras 234 estão em investigação.
No encontro, que aconteceu no Palácio do Planalto, estavam presentes a ministra da Saúde, Nísia Trindade, e o assessor especial da Presidência, Celso Amorim.
Adhanom afirmou que a OMS pretende dar todo apoio possível, trabalhando junto ao governo federal, para a eliminação de doenças como a tuberculose, a hanseníase, a doença de Chagas e doenças transmitidas de mãe para filho, como o HIV.
Na próxima quarta-feira (7), o diretor-geral da OMS participará junto de Nísia Trindade do lançamento do programa nacional para a eliminação de doenças determinadas socialmente.
No encontro, os líderes conversaram sobre a presidência do G20, que conta com Grupo de Trabalho de Saúde. Adhanom agradeceu o apoio de Lula e pediu que o grupo possa pautar a discussão sobre o financiamento da saúde.
O Brasil assumiu a liderança do G20 em dezembro do ano passado e ficará até novembro de 2024. O grupo reúne as 19 principais economias do mundo, a União Europeia e a União Africana.
Segundo Lula, é necessário haver uma melhor política tributária, que possa ampliar o financiamento do setor de saúde.
Também foi tratado sobre a conclusão dos trabalhos do Órgão de Negociação Intergovernamental na elaboração e negociação de instrumento internacional para prevenção, preparo e resposta a pandemias. O Brasil é o representante das Américas no grupo responsável pela coordenação dos trabalhos.
- Mortes por dengue no Brasil crescem 140% em uma semana
O número de mortes causadas por dengue no Brasil em 2024 chegou a 36. Foi um aumento de 140% em menos de 7 dias, segundo dados do Ministério da Saúde. Eram 15 registros na 3ª feira (30.jan).
As notificações crescem progressivamente. O último registro do ministério, da 6ª feira (2.fev), mostrava 29 mortes. Em 3 dias, foram 7 novas vítimas da doença. Os números podem ser acessados neste link.
As mortes foram notificadas em 10 Estados e no Distrito Federal. Minas Gerais e Paraná empatam no maior número, com 7 casos. São seguidos pelo DF, com 6 registros.
Eis o número de mortes por Estado:
A mortalidade, no entanto, caiu no país quando comparada ao mesmo período de 2023. Até a 5ª semana epidemiológica do ano anterior, houve 61 mortes. Foram 25 a mais do que neste ano.
Por outro lado, o número de casos prováveis em 2024 tem superado as infecções do último ano. Segundo o Ministério da Saúde, o Brasil tem 345.235 casos de dengue. No mesmo período de 2023 eram 92.298.
Eis o top 10 de mais casos de dengue em 2024:
- Dengue: calendário de vacinação será definido nesta semana; estados decretam emergência
Será definido nesta semana o calendário de vacinação contra a dengue, de acordo com a ministra da Saúde, Nísia Trindade. Pelo menos três estados e o Distrito Federal já decretaram situação de emergência por causa da doença.
Anteriormente, o governo já havia divulgado que a imunização, inicialmente de crianças e adolescentes de 10 a 14 anos, começaria neste mês nos municípios selecionados. Clique aqui para ver a lista das cidades que aplicarão a vacina.
Até a tarde da última segunda-feira (5), o Brasil tinha 345.235 casos prováveis de dengue, com 36 mortes e 234 óbitos em investigação.
“Hoje, nós vamos trabalhar com a faixa de 10 a 14 anos de idade naqueles municípios que apresentaram, nos últimos anos, o quadro mais intenso de dengue e também onde circula mais o sorotipo 2, que é aquele que está muito associado a essa explosão de casos que temos visto em algumas cidades e, muitas vezes, com agravamento”, disse a ministra.
Destacou, a seguir, que a vacina é um instrumento importante na luta contra a dengue, mas que ela não terá um efeito imediato. Por isso, ressaltou, a eliminação de água parada dentro das casas, que são focos de proliferação do mosquito Aedes aegypti, transmissor do vírus da dengue, é fundamental para a prevenção da doença.
“Neste momento, ela [a vacina] não oferece uma resposta para a situação atual porque ela é aplicada com o intervalo de três meses, já que é uma vacina de duas doses. Ela é muito importante, mas será uma estratégia progressiva para ter um impacto que a gente espera de controlar a dengue e, no futuro, não ter mais a dengue como um problema tão importante de saúde pública”, explicou.
Junto com a aplicação da vacina, o Ministério da Saúde fará pesquisas em alguns locais para acompanhar a efetividade da imunização.
“É uma vacina eficaz e segura. Mas ela terá que ter uma ampliação. O Ministério da Saúde lidera o esforço nacional para vermos a capacidade de ampliação com a vacina atual, já aprovada, da Takeda, com a vacina candidata, do Instituto Butantan, que recentemente publicou seus excelentes resultados de pesquisas de fase 3. Então, vai ser um esforço nacional”, afirmou a ministra.
Além do Distrito Federal, ao menos três estados decretaram situação de emergência por causa do aumento no número de casos de dengue: Acre, Minas Gerais e Goiás. Os decretos também citam outras doenças cujo vetor é o mosquito Aedes aegypti, como zika e chikungunya.
Além dos estados, as cidades do Rio de Janeiro e de Oiapoque (AP) também decretaram situação de emergência.
Fonte: CNN - Poder360 - Agência Brasil