Economia

Economista dá dicas para quem pretende limpar o nome em meio à pandemia





A chegada da pandemia trouxe, além de todos os cuidados sanitários, um aumento na taxa de desemprego — segundo último levantamento do IBGE, são 13,7 milhões de pessoas em busca de uma nova colocação no mercado de trabalho. O número de endividados no país também cresceu: segundo a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), o número de famílias com dívidas chega a 66,6%.

Pensando neste contingente de pessoas que não conseguem limpar o nome, a Serasa lançou na última quarta-feira, 16, a campanha Limpa Nome, uma ação a fim de facilitar o pagamento de dívidas com desconto de até 50% — e que tem potencial para atingir até 20 milhões de consumidores.

“Toda oportunidade de negociação para quitar dívidas é excelente, especialmente para quem tem o nome bloqueado para o acesso a crédito, que é uma ferramenta fundamental para o bom funcionamento da economia”, explica o economista Reginaldo Pereira.

 

Alguns detalhes importantes, porém, devem ser levados em conta acerca destes descontos sobre dívidas. Há pessoas que mesmo com estas facilidades e programas de cancelamento de débitos não possuem o dinheiro para quitá-las imediatamente e decidem contrair um empréstimo — expediente que pode ser adotado, mas de maneira cautelosa.

“Fazer um novo empréstimo para quitar uma dívida anterior vale a pena quando o valor da nova dívida é menor ou igual ao valor total da dívida anterior sem o desconto. Desta forma, renova-se a dívida, mas se limpa o nome”, adverte Pereira.

A universitária Juliana Paiva está endividada há quatro anos. Após ser demitida, teve dificuldades em quitar uma antiga compra de um aparelho telefônico. Juliana desconhecia este programa da Serasa e o vê com bons olhos.

“Achava, no máximo, que daqui a algum tempo eles pudessem entrar em contato cobrando. Mas desconhecia este programa”, disse. A estudante pretende estudar uma maneira de saldar o que deve. “Se for acessível às minhas condições, que hoje estão mais reduzidas, principalmente por conta da pandemia, penso em acabar com isso, sim”, reiterou. 

Gastos na pandemia

renda das famílias caiu vertiginosamente nos últimos meses com a chegada da pandemia. Os custos para alimentação, energia, água, aluguel etc. estão mais altos, mas a renda média do brasileiro não tem acompanhado esses aumentos. De acordo com levantamento do Instituto Ipsos, 60% das famílias brasileiras relataram aumento considerável nas despesas durante a pandemia.

Segundo o economista, há algumas medidas que as famílias podem tomar diante deste momento em que os gastos são maiores, mas a renda média não. “Para situações extremas temos que adotar medidas extremas”, pondera Pereira. “Gastar com o básico, apenas, deve ser o foco. Pensar em diversão, entretenimento, relaxamento, entre outras coisas, deve ser ajustado às possibilidades que não levem em conta gastos maiores do que a própria renda”, reitera.

A Serasa explica ainda que no momento em que a negociação da dívida e o pagamento forem efetuados, em até cinco dias úteis a restrição é retirada do CPF. Apenas as dívidas com as empresas parceiras do programa Serasa Limpa Nome podem ser negociadas, sejam elas referentes a negociações ou contas atrasadas que não chegaram a ser enviadas ao cadastro de inadimplentes da Serasa. Protestos, cheques sem fundos e falências não podem ser negociados.

“O Brasil tem condições de se recuperar bem após essa crise atual. Temos instituições bem estruturadas para organizar a retomada e, principalmente, pessoas dispostas a trabalhar”, avalia Pereira. “A grande questão ainda é: quando poderemos retomar?”, finaliza.

Fonte: Canção Nova