Política

Praça dos Três Poderes é interditada após explosões e morte





Explosões foram registradas em locais próximos à Câmara e ao STF; um homem morreu

Duas explosões na Praça dos Três Poderes mobilizaram equipes de segurança em Brasília em 2 locais separados: uma em frente à Estátua da Justiça, que deixou um morto, e outra em um carro, modelo Shuma da cor prata, estacionado próximo ao Anexo 4 da Câmara dos Deputados.

A ação foi coordenada pelo chaveiro Francisco Wanderley Luiz, que era o dono do carro e morreu ao detonar o explosivo perto da Estátua da Justiça, em frente ao Supremo. Ele teria tentado entrar na Corte antes da explosão. A Praça dos Três Poderes foi interditada e está sendo vistoriada. A PMDF (Polícia Militar do Distrito Federal) evacuou e cercou o perímetro. A suspeita é que haja explosivos em outros locais.

Uma funcionária do TCU (Tribunal de Contas da União) que estava no local das explosões disse a jornalistas que o homem passou próximo a uma parada de ônibus ao lado do prédio-sede do Supremo por volta de 19h32. Momentos depois, foram ouvidos 2 estrondos em sequência.

Segundo relato de testemunhas no boletim da Polícia Civil, o homem portava uma mochila quando se aproximou da Estátua da Justiça, na Praça dos Três Poderes. Ele lançou explosivos em direção ao prédio do Supremo, mas não houve detonação.

Depois, ele teria retirado da mochila alguns artefatos e uma blusa, que lançou em direção à estátua. Em seguida, alguns seguranças do STF se aproximaram e o homem abriu a camisa, mostrando que tinha outros explosivos junto ao corpo, e os advertiu para não se aproximarem. Na sequência, teria deitado e acendido outro artefato que explodiu próximo à sua cabeça. 

A governadora interina do Distrito Federal, Celina Leão (PP) disse que, a princípio, as investigações indicam que o homem cometou suicídio. Celina disse também que hipótese é de que ele seria um lobo solitário –ou seja, teria agido sozinho.

Conhecido como Tiü França, o chaveiro antecipou, em seu perfil nas redes sociais, um ataque com bombas em 13 de novembro de 2024. Ele concorreu ao cargo de vereador por Rio do Sul (SC) em 2020, mas não foi eleito.

Em nota (leia a íntegra abaixo), o STF disse que os ministros, funcionários e colaboradores da Corte foram retirados do prédio do edifício-sede. Também afirmou estar colaborando com a PMDF sobre o caso.

Eis a íntegra da nota do STF:

“Ao final da sessão do STF desta 4ª feira (13.nov), 2 fortes estrondos foram ouvidos e os ministros foram retirados do prédio em segurança. Os servidores e colaboradores do edifício-sede foram retirados por medida de cautela. Mais informações sobre as investigações devem aguardar o desenrolar dos fatos. A Segurança do STF colabora com as autoridades policiais do DF”.

AUTORIDADES SE MANIFESTAM

  • Roberto Barroso, presidente do STF (Supremo Tribunal Federal) – a assessoria de imprensa do Supremo disse que conversou por telefone com Lula, com o diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues, e com a vice-governadora do Distrito Federal, Celina Leão (PP);
  • Flávio Dino, ministro do STF – compartilhou uma foto em seu perfil no Instagram da Estátua da Justiça com a seguinte legenda: “A Justiça segue firme e serena. Orgulho de servir ao Brasil na Casa da Constituição: o Supremo Tribunal Federal”;
  • Jorge Messias, ministro da AGU (Advocacia-Geral da União) – classificou as explosões de “ataques” e disse ser preciso e disse ser preciso saber quais são as “motivações”;
  • Rodrigo Pacheco, presidente do Senado – disse que recebeu um telefonema da vice-governadora do DF dizendo que as providências estavam sendo tomadas. Afirmou também que a Polícia Legislativa participa das apurações;
  • Arthur Lira (PP-AL), presidente da Câmara – em nota, afirmou que a explosão próxima ao Anexo 4 deve ser apurada com a “urgência necessária para esclarecimento de todas as suas causas e circunstâncias”. Repudiou qualquer ato de violência;
  • Ibaneis Rocha (MDB), governador de Brasília – fora do Brasil, Ibaneis disse por meio das redes sociais ser “muito grave” o episódio. “Todas as unidades de segurança e de inteligência do Governo do Distrito Federal estão orientadas a agir com rigor e celeridade para identificar o autor ou autores, bem como a motivação para esses ataques. Minha total solidariedade às autoridades e servidores dos três poderes, desejando que a segurança de todos seja prontamente restabelecida.”
  • Gleisi Hoffmann, presidente do PT e deputada federal – comparou as explosões aos atos golpistas do 8 de Janeiro. “São muitos elementos que nos alertam para permanecer vigilantes em defesa da democracia”, escreveu em sua conta no X (ex-Twitter);
  • Paulo Pimenta, ministro da Secom – falou que está sendo feita uma varredura na Esplanada, e que o Bope e o esquadrão antibombas da PF (Polícia Federal) estão trabalhando em conjunto para rastrear outros possíveis explosivos.

 

- Polícia faz varredura antibombas na Praça dos Três Poderes

A Polícia Militar do Distrito Federal realiza uma operação de varredura antibombas na Praça dos Três Poderes, em Brasília, após a ocorrência deexplosões nas proximidades do Supremo Tribunal Federal (STF).

Durante a varredura policial na madrugada desta quinta-feira (14), uma nova explosão foi registrada em Brasília pelas repórteres da CNN que cobriam os desdobramentos do incidente anterior envolvendo artefatos explosivos na capital federal.

A jornalista Luciana Amaral, que estava no local, relatou: “O chão aqui onde eu estou chegou a tremer durante esse estouro dessa nova bomba. A gente não sabe exatamente o que foi que explodiu, mas o chão chegou a tremer”.

A Polícia Federal (PF) confirmou, por meio de identificação visual, que o homem que morreu na Praça dos Três Poderes após duas explosões é o de Francisco Wanderley Luiz, de 59 anos. O cadáver segue isolado no local, sendo periciado e passando por varredura.

Segundo informações do porta-voz da PM-DF, Major Rafael Broocke, um robô especializado foi enviado ao local para auxiliar na operação.

Incertezas sobre os explosivos

O Major Broocke relatou que há explosivos na área, mas a quantidade e o tipo dos artefatos ainda são desconhecidos. Não se sabe se são explosivos caseiros ou de natureza mais sofisticada. Além disso, as autoridades não têm informações precisas sobre quantos dispositivos já foram detonados.

Um detalhe preocupante é a presença de um timer junto ao corpo da vítima, o que, segundo o porta-voz, pode indicar a possibilidade de acionamento remoto de explosivos adicionais.

Medidas de segurança reforçadas

Em resposta ao incidente, medidas de segurança foram intensificadas no Palácio do Planalto. Observa-se uma movimentação atípica de militares armados e reforço do Gabinete de Segurança Institucional.

A área foi isolada, e a varredura continua com o auxílio do robô do Batalhão de Operações Policiais Especiais (BOPE) da PM-DF. A Polícia Federal também acompanha a operação no local.

Incertezas e próximos passos

Não há previsão para o término da varredura, pois é necessário primeiro identificar os tipos de explosivos presentes para determinar o procedimento adequado: desativação ou detonação controlada.

As autoridades também investigam um veículo incendiado na Câmara dos Deputados, possivelmente relacionado ao incidente. O tipo de explosivo utilizado nesse caso também é desconhecido.

A situação permanece tensa e sob monitoramento constante das forças de segurança, que trabalham para garantir a integridade da área e prevenir novos incidentes.

 

- Celina Leão sobre explosões: "Não há identificação de outras pessoas envolvidas"

Uma coletiva de imprensa foi realizada na noite desta quarta-feira (13/11) no Salão Branco do Palácio do Buriti para discutir as explosões ocorridas no Supremo Tribunal Federal (STF)

A governadora em exercício do Distrito Federal, Celina Leão (Progressista), informou que as investigações estão sendo conduzidas como um caso de uma pessoa que tirou a própria vida, não como atentado. “Foi um episódio isolado; até o momento, não há identificação de outras pessoas envolvidas”, declarou.

Segundo Celina, há indícios de que a pessoa morta no atentado seja o proprietário do carro utlizado no incidente. A governadora em exercício acrescentou que o governador Ibaneis Rocha, atualmente em licença oficial, está ciente da situação e, até o momento, não pretende retornar.

A coletiva também contou com a presença do Secretário Executivo de Segurança Pública do DF, Alexandre Patury; da Comandante-geral da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF), Ana Paula; do Secretário de Estado da Casa Civil do DF, Gustavo Rocha; do Comandante-geral do Corpo de Bombeiros do Distrito Federal (CBMDF), Sandro Gomes; e do Diretor-geral da Polícia Civil do DF (PCDF), José Wedrick.

Entenda o caso

Ao menos duas explosões foram ouvidas na Praça dos Três Poderes, na Esplanada dos Ministérios, centro de Brasília. Uma delas se deu em frente à estátua da Justiça, no Supremo Tribunal Federal. O local foi interditado pela Polícia Militar e pela segurança do STF. 

Vídeos obtidos também mostram fumaça e vários sons de explosão em uma área usualmente movimentada entre a sede da Corte e a Câmara dos Deputados. Equipes do Corpo de Bombeiros, da Polícia Militar e da Polícia Civil foram deslocadas para a região e interditaram a área para varredura.

Ministros em segurança

O Supremo Tribunal Federal (STF) informou, em nota, que a Corte foi evacuada logo que foram ouvidas as explosões ocorridas na noite desta quarta-feira (13/11) na Praça dos Três Poderes. Conforme informou o STF, os ministros foram retirados do prédio em segurança.

"Ao final da sessão do STF desta quarta-feira (13), dois fortes estrondos foram ouvidos e os ministros foram retirados do prédio em segurança. Os servidores e colaboradores do edifício-sede foram retirados por medida de cautela. Mais informações sobre as investigações devem aguardar o desenrolar dos fatos. A Segurança do STF colabora com as autoridades policiais do DF", afirma a nota.

PCDF faz perícia

A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) informou que a perícia foi acionada à Praça dos Três Poderes. "A Polícia Civil do Distrito Federal informa que policiais da 5ª Delegacia de Polícia estão no local onde ocorreu a explosão de um artefato em frente ao Supremo Tribunal Federal (STF) na noite desta quarta-feira (13). A PCDF já deu início às primeiras providências investigativas e a perícia foi acionada ao local", diz nota.

 

- Dono de carro que explodiu na frente do STF foi candidato a vereador pelo PL, diz polícia de SC

 

O carro que explodiu na noite desta quarta-feira (13) no estacionamento anexo à Câmara dos Deputados, em frente ao Supremo Tribunal Federal (STF), está no nome de Francisco Wanderley Luiz, segundo o delegado-geral de Santa Catarina, Ulisses Gabriel. A Polícia Civil do DF também confirmou, por volta das 23h50, que ele era o homem que morreu nas explosões

 

As explosões ocorreram em frente ao STF por volta das 19h30, em um intervalo de cerca de 20 segundos. No porta-malas do veículo, que estava no estacionamento do Anexo IV da Câmara dos Deputados, foram encontrados fogos de artifício e tijolos. 

Francisco foi candidato a vereador pelo PL em Rio do Sul, no Vale do Itajaí, em Santa Catarina, em 2020, mas não se elegeu. 

No momento do ocorrido, Layana Costa estava em um ponto de ônibus em frente ao STF. Segundo ela, um homem passou, segurando uma sacola, e acenou com "um joinha". A mulher afirma que, em seguida, ouviu a primeira explosão e, ao olhar para trás, viu que o homem jogou algo perto da estátua da Justiça e logo caiu. 

Em nota, o STF informou que, após a sessão desta quarta, "dois fortes estrondos foram ouvidos e os ministros foram retirados do prédio em segurança". "Os servidores e colaboradores do edifício-sede foram retirados por medida de cautela." 

A Corte informou ainda que a segurança do STF colabora com as autoridades policiais do Distrito Federal. O secretário de Segurança do DF, Sandro Avelar, informou que a Esplanada dos Ministérios foi fechada. 

"Nesse momento estamos tentando entender o que aconteceu e estamos enviando um efetivo muito grande do batalhão especial da PMDF para fechar parte da Esplanada", disse Avelar. 

 

 

 

Fonte: Correio - CNN - Poder360 - g1