Economia

Consumidor está sem confiança





Em setembro, o consumidor mostra falta de confiança, reflexo dos efeitos da pandemia sobre a economia, em especial sobre o emprego e a renda. O Índice Nacional de Expectativa do Consumidor (INEC) de setembro de 2020 ficou em 42,8 pontos, 3,3 pontos abaixo da média histórica do índice, 46,1 pontos, e 4,5 pontos abaixo do último resultado disponível, de dezembro de 2019. As edições de março e junho de 2020 do INEC foram canceladas, devido à impossibilidade de realização do campo da pesquisa de maneira presencial, devido à pandemia de Covid-19.

A queda do INEC em setembro na comparação com dezembro é comum a todos os perfis de consumidor considerados na pesquisa. Destacam-se as quedas do INEC entre consumidores com renda familiar maior do que 5 salários mínimos (-7,4 pontos), os que possuem ensino superior (-6,8 pontos), aqueles com idade de 25 a 34 anos (-5,5 pontos) e os que moram em capitais (-5,3 pontos).

No entanto, os menores índices são registrados entre a população de renda familiar até 1 salário mínimo (INEC de 40,4 pontos), entre os consumidores que residem nas capitais (41,1 pontos), os com ensino superior (41,4 pontos) e os que residem na região Sudeste (41,6 pontos).

Componentes do INEC

Piora das expectativas e das condições financeiras

A piora da confiança do consumidor é explicada pela piora das expectativas: os consumidores estão pessimistas com relação à evolução dos preços, do desemprego e de sua renda. Além disso, percebem piora em suas condições financeiras.

Destaca-se o índice de expectativa de inflação, que mostra piora significativa das perspectivas dos preços para os consumidores. O índice de expectativa de inflação vinha de quatro altas consecutivas ainda em dezembro de 2019, último dado disponível. Em setembro de 2020, o índice de expectativa registrou nova alta. A despeito da baixa inflação da economia como um todo, possivelmente o aumento de preços em produtos específicos, sensíveis para o consumidor, está afetando a percepção do poder de compra do consumidor e contaminando suas expectativas.

INEC por perfil do consumidor

Renda familiar (em salários mínimos)

Confiança cai mais entre maiores faixas de renda.

A confiança está baixa – abaixo da linha de 50 pontos e de suas respectivas médias históricas – em todos as faixas de renda familiar. A queda do INEC na comparação com dezembro de 2019 foi maior entre os consumidores com as maiores faixas de renda familiar (sobretudo a de mais de 5 salários mínimos). No entanto, a confiança ainda é menor entre os mais pobres.

Região

Confiança é menor no Sudeste.

A queda do INEC foi maior entre a população da região Sudeste, que também se distancia das demais como a região cuja população possui a menor confiança. A confiança de todas as regiões recuaram na comparação com dezembro de 2019.

Grau de instrução

Confiança cai mais conforme aumenta o grau de instrução.

A queda na confiança na comparação com dezembro de 2019 foi crescente de acordo com o grau de instrução do entrevistado, alcançando 6,8 pontos entre aqueles com ensino superior. O INEC de setembro de 2020 é menor quanto maior a instrução do entrevistado.

Fonte: IBOPE 
https://www.ibopeinteligencia.com/noticias-e-pesquisas/consumidor-esta-sem-confianca/