Cultura

Líderes cristãos pedem ao FMI o cancelamento dívida dos países em desenvolvimento





Os peticionários lembram a Mensagem do Papa para o Dia Mundial de Oração pelo Cuidado da Criação de 1º de setembro, na qual o Pontífice exorta a “cancelar a dívida dos países mais frágeis, à luz do grave impacto das crises sanitárias, sociais e econômicas que aqueles têm de enfrentar na sequência do vírus Covid-19”. É a “maneira mais imediata de liberar os fundos necessários para evitar que milhões de nossos irmãos e irmãs sejam empurrados desnecessariamente para a pobreza por causa da pandemia”, frisam eles

Cancelar a dívida das nações em desenvolvimento: é o que mais de 140 líderes religiosos cristãos do mundo estão pedindo ao Fundo Monetário Internacional (FMI) e ao Banco Mundial (BM). Numa carta coletiva enviada ao FMI e ao BM  os signatários, reunidos em sua reunião anual em andamento de 12 a 18 de outubro, evocam a necessidade desta medida como parte das estratégias globais de recuperação diante da pandemia da Covid-19.

“Escrevemos num espírito de solidariedade e esperança. Cada um de nós testemunha o impacto que a pandemia do coronavírus teve sobre os membros mais vulneráveis de nossas comunidades devido a doenças, morte, fome e perda de meios de subsistência”, diz a missiva, e de tais comunidades que sofrem “compartilhamos esperanças e temores pelo futuro”.

Em seguida, recordando que o próprio FMI e o BM destacaram os sérios riscos da emergência sanitária – incluindo o aumento vertiginoso da pobreza e a queda dos preços das matérias-primas –, os signatários denunciam “uma injustiça”: “O dinheiro tão desesperadamente necessário para medicamentos, equipamentos de proteção pessoal, suprimentos alimentares de emergência e redes de segurança social ainda está sendo desviado para o pagamento da dívida”.

Carta lembra também Mensagem do Papa Francisco

O apelo, portanto, é a “mostrar uma liderança corajosa neste momento crítico” e a “cancelar as dívidas dos países em desenvolvimento durante a duração desta crise”.

De fato, o cancelamento da dívida – prossegue a carta – é “a maneira mais imediata de liberar os fundos necessários para evitar que milhões de nossos irmãos e irmãs sejam empurrados desnecessariamente para a pobreza por causa da pandemia”.

A carta lembra também a Mensagem do Papa Francisco para o Dia Mundial de Oração pelo Cuidado da Criação de 1º de setembro, na qual o Pontífice exorta a “cancelar a dívida dos países mais frágeis, à luz do grave impacto das crises sanitárias, sociais e econômicas que aqueles têm de enfrentar na sequência do vírus Covid-19”.

Líderes cristãos apreciam medidas já tomadas pelo FMI e BM

Ademais, os líderes cristãos manifestam apreço por algumas medidas já tomadas, tais como “a decisão do FMI de cobrir os pagamentos da dívida devida por um período de seis meses para 28 países, bem como a disponibilidade de novos financiamentos de emergência do próprio Fundo e do Banco Mundial no valor de 88 bilhões de dólares”. Trata-se, contudo, de “iniciativas insuficientes” que “não respondem à urgência e à amplidão da crise”.

“Sem o cancelamento da dívida, permanece elevado o risco de que 'as nações em desenvolvimento não tenham dinheiro para impedir a propagação do vírus, para curar as pessoas e para mitigar e recuperar-se da destruição econômica e social ameaçada pelo vírus'.”

Daí, a exortação ao FMI e ao BM a utilizarem suas reservas monetárias “para aliviar o peso da dívida das nações necessitadas”, pois tanto o Fundo quanto o Banco Mundial têm “um papel fundamental a desempenhar para enfrentar esta crise, de modo a priorizar as necessidades das pessoas mais vulneráveis, aprender com o passado e tentar curar e reconstruir nosso mundo”.

Fonte: Vatican News – IP/RL