Cotidiano

Seafro promove blitz educativa no Dia Internacional Contra a Discriminação Racial





Luciana Cordeiro

A Secretaria Extraordinária de Políticas para os Povos Afrodescendentes (Seafro) realizou na última quarta-feira (21), uma blitz educativa para conscientização sobre o Dia Internacional Contra a Discriminação Racial. A atividade que aconteceu durante todo o dia, teve início às 9hrs na Rua General Rondon, próximo a Seafro.

A Seafro representa o movimento negro no Amapá e aborda a necessidade de se construir combates as desigualdades raciais. Além disso, a secretaria promove ações e projetos de inclusão racial e social, com enfoque na igualdade de oportunidades para fortalecer políticas públicas, articulação de parcerias e a promoção da mobilização social de classes.

Esta data é de suma importância, por reforçar a luta contra o preconceito racial em todo o mundo. No Brasil, a partir da Constituição Federal de 1988, que torna crime inafiançável e imprescritível a discriminação racial, o assunto passou a ser mais discutido e colocado em visibilidade.

Embora de acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), discriminação racial seja qualquer distinção feita a cor das pessoas, é evidente que os negros são os mais afetados pela discriminação e sofrem com a desigualdade e a violência.

Na última pesquisa divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a taxa de desemprego entre negros e pardos no segundo semestre de 2016 era maior, além de terem os salários mais baixos. De acordo com pesquisa divulgada em julho do ano passado no Festival de Inovação em São Paulo, mais de 60% de pessoas negras dizem já ter sofrido racismo no ambiente de trabalho.

História

A Organização das Nações Unidas (ONU) declarou a data como Dia Internacional Contra a Discriminação Racial em homenagem ao Massacre Shaperville que aconteceu em 21 de março de 1960 durante a Apartheid, que significa “separação” em português.

Naquele período de forte repressão na África do Sul, os negros, que são maioria no país, só podiam circular por determinados locais da cidade, chamada lei do passe, e eram obrigados a utilizar um documento de identificação, de acordo com sua cor.

Em 21 de março de 1960, Shaperville foi escolhida como palco para uma marcha que reuniu cerca de sete mil pessoas que exigiam o fim da lei do passe. Cerca de 130 homens foram acionados, todos com a escolta de tanques e motos, e até mesmo aviões caça foram para o local para tentar  dispersar os protestantes.

A manifestação saiu do controle com a tentativa de prisão de um dos líderes do protesto e deu início ao massacre que resultou na morte de 69 pessoas e 180 feridos, todos negros.