Cotidiano

Apagão no Amapá: vida está ‘voltando ao normal’, diz Ministro de Minas e Energia





Treze cidades no estado estão em sistema de rodízio de fornecimento de energia, após incêndio em subestação

BRASÍLIA — O ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, disse neste domingo que a “vida está voltando ao normal” no Amapá, atingido por um apagão deste a última terça-feira. O fornecimento de energia corresponde a 76% da carga total, afirmou o ministro. No sábado, Justiça determinou retorno de energia em todo o Amapá em três dias.

As cidades atingidas pelo apagão estão sofrendo um rodízio de fornecimento de energia. A alternância no serviço acontece até a conclusão do restabelecimento total no estado, previsto pelo ministério para o próximo fim de semana.

— Eu diria que a vida está voltando ao normal. Os serviços estão funcionando normalmente, restaurante, hotéis, bares, postos de combustíveis. Os hospitais nunca tiveram problema. A vida está voltando ao normal. Hoje está com 76% da carga normal do Amapá atendida. E eu acredito que nos próximos 10 dias a situação esteja totalmente normalizada em termos de carga — disse o ministro, em entrevista ao GLOBO, após visitar o estado.

O retorno do fornecimento foi possível após o reparo de um dos transformadores danificados no incêndio que atingiu a principal subestação do estado, na última terça-feira. O governo também enviou geradores para completar a carga. A situação da energia do estado só será normalizada de 20 a 30 dias.

— A grande obra estrutural que tem que ser feita é a substituição dos dois transformadores que estão inutilizados, de grande porte, que pesam até 140 toneladas. O primeiro deles chega nos próximos 10 dias e o segundo chega em 20 a 25 — disse o ministro.

Um incêndio provocado por raio danificou de maneira irreversível dois dos três transformadores que operam na maior subestação de energia do estado. Com esses equipamentos inoperantes, o governo diz que precisa instalar novos transformadores para retomar a carga no estado.

— Se hoje estamos com 76% da carga, imaginamos que até o final da próxima semana ou início da outra vamos estar com geradores atendendo a 100% da carga. A situação normal do estado vai ser resolvido com a instalação dos três transformadores — explicou.

Os transformadores que pegaram compõem a principal subestação do estado, que é operada pela Isolux. O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) investiga as causas do incidente. As conclusões serão levadas para a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).

— É inaceitável e inadmissível levar três dias para retomar a carga a um estado onde tem geração de energia. Isso também está sendo analisado — disse ele. — Não é possível que não tenha solução para fenômenos como o que ocorreu. Apesar de ter sido fruto de um fenômeno da natureza, precisa ter um mecanismos para que não dure dias para uma solução.

Alcolumbre cobra fim da concessão

O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM), que é do Amapá, disse que vai "exigir" que a Aneel faça uma "investigação rigorosa" das responsabilidades da concessionária responsável pela subestação. Ele defende que a empresa perca a concessão e que a Eletronorte assuma o comando da subestação no Amapá.

"Os amapaenses exigem a apuração das autoridades e que a responsabilidade de todos os fatos que levaram ao apagão no estado sejam rigorosamente investigadas e que, se comprovada a negligência da empresa Isolux, que a concessão seja imediatamente cassada, e que a Eletronorte assuma o comando da subestação no Amapá", disse o senador, em nota.

Ele também afirmou que solicitou ao Exército que dê segurança e proteja a subestação de "possíveis sabotagens".

Fonte: O Globo