( 1ª Leitura: Is 61,1-2a.10-11 | Salmo: Ct. Lc 1 | 2ª Leitura: 1Ts 5,16-24 | Evangelho: Jo 1,6-8.19-28)
| MACAPÁ (AP) | Por Dom Pedro Conti
Numa tarde, um rico industrial foi ter com Dom Bosco para se aconselhar. Estava decidido a fazer com as suas riquezas aquilo que o Senhor lhe tivesse indicado, incluindo a possibilidade de vender tudo e dá-lo aos pobres, se isso era o que Deus queria dele. Dom Bosco pediu um tempo para rezar e quando o rico voltou para ter a resposta, disse-lhe:
No Terceiro Domingo de Advento, deste ano, encontramos novamente a figura de João Batista, mas num trecho do evangelho de João, tirado do primeiro capítulo. Têm muitas perguntas e respostas. Os interlocutores querem saber o que João Batista diz dele mesmo e porque está batizando. Ele é ou não é o Messias? É o novo Elias ou outro profeta? João esclarece que ele não é o Messias, mas que também não é nada igual aquilo que já aconteceu no passado. Ele tem uma missão totalmente nova e que já é apresentada nos primeiros versículos do mesmo trecho evangélico. João é uma “testemunha” e veio para dar testemunho da luz! (Jo 1,7-8). João brilhou, sim, mas não era ele a luz. Desde o início do seu evangelho, João, afirma que a luz plena e verdadeira é Jesus: “E a luz brilha nas trevas, mas as trevas não a dominaram” (Jo 1,5). Em seguida, na sua resposta, João Batista retoma as palavras que também os outros evangelhos colocam. Mais uma vez, com humildade e sinceridade, declara que ainda não conhecem aquele que ele anuncia, mas que o Messias já está presente entre eles.
Podemos dizer que o Evangelho deste domingo nos convida a reconhecer Jesus como a luz que veio iluminar o mundo e, por consequência, um convite a sermos, nós também, testemunhas luminosas desta luz plena. Em tempos de apagão geral, todos nós lamentamos muito a falta da luz. No entanto estamos falando de algo muito mais profundo e decisivo que… a energia elétrica. Estamos falando da nossa própria vida. Podemos nos achar muito importantes, pensar que o universo todo roda para nós. Ao contrário, podemos nos sentir tão desanimados ou pequenos a ponto de chegarmos a pensar que somos inúteis e que talvez o mundo funcionaria melhor sem um de nós. Não é bem assim.
Entre o orgulho exagerado que nos leva a usar dos demais para o nosso proveito e a depressão que nos faz desejar o sumiço, está a consciência de algo simples e bonito: a fraternidade. Os outros não estão aí para nos servir e nem nós somos sobras inúteis. Podem existir tarefas e responsabilidades maiores ou menores, mas ninguém deve ser considerado um peso para a sociedade. Alguém pode não ter dinheiro para o consumo, mas quem disse que deve ser esquecido e deixado de lado? Outro pode não ter muitas capacidades práticas ou intelectuais, mas sempre poderá ajudar alguém, ser apoio e carregar um irmão ou uma irmã para partilhar com ele ou com ela um pouco de calor humano, buscando força naquele tesouro de amor que todos temos guardado. Do ponto de vista do sucesso nem João Batista e nem Jesus se deram bem. A um cortaram a cabeça pelo capricho de uma mulher e o Senhor foi crucificado como malfeitor. No entanto este foi “a luz que vinha no mundo” e o outro a “testemunha” da luz. Não importa quando, como e onde, mas quem se deixou, ao menos um pouco, alcançar pela luz de Jesus, saberá refleti-la, iluminará outros. Todos podemos ser fabricantes de amor. Não tem luz maior do que esta num mundo de escuridão, violência e indiferença. É a luz do Natal de Jesus que está chegando.
Fonte: Diocese de Macapá - http://www.diocesedemacapa.com.br/2020/12/11/abre-outra-fabrica/