Saúde

Covid-19: MP pede suspensão de vacinação para trabalhadores da saúde em shopping do AP





Oferta era para quem trabalha em clínicas e laboratórios e para residentes em medicina e enfermagem. MP diz que há 'insuficiência de doses' e que é 'necessário seguir critérios objetivos e impessoais'.

A vacinação contra a Covid-19 foi ofertada em um shopping na Zona Sul de Macapá para profissionais de saúde que trabalham em clínicas e laboratórios, e ainda para residentes em medicina e enfermagem. Ainda pela manhã, o Ministério Público do Amapá (MP-AP) recomendou a suspensão imediata da imunização. 

A ação, realizada pela prefeitura, disponibilizou 500 doses, tanto da Coronavac quanto da AstraZeneca. Em menos de uma hora, foram distribuídas todas as senhas, ou seja, a quantidade não foi insuficiente para todo o público que estava no local.

O MP encaminhou dois ofícios, um para a secretária Municipal de Saúde e outro para o prefeito. O órgão considerou que a Secretaria Municipal de Saúde (Semsa) não especificou quais clínicas, laboratórios e nem de qual grupo de risco os possíveis vacinados fazem parte. 

Ainda foi recomendado pelo MP que prefeitura realize a vacinação dos trabalhadores a partir de listas nominais, previamente elaboradas e encaminhadas pelos gestores das unidades, contendo as informações sobre os critérios de prioridade e risco: idade, comorbidade, local de trabalho, e atividades de risco que exercem. 

A aplicação das doses começou às 10h. A fila para receber a imunização começou antes, e chegava até a Rodovia JK. A ação também teve aglomeração de pessoas.

A coordenadora municipal de Imunização, Monique Uchôa, ressaltou que não houve vacinas para todas as pessoas que compareceram nesta sexta ao shopping, pois apenas 500 senhas foram distribuídas. 

"Nós distribuímos 500 senhas por ordem de chegada. Não tem vacina ainda para todos, mas estamos contemplando de acordo com as porcentagens do grupo prioritário. A gente tá vendo quem é aqueles de fato que são prioritários. É feita uma triagem desses trabalhadores se eles se adequam ou não estar recebendo esse imunizante", disse. 

Em nota, a prefeitura da capital disse que recebeu a recomendação do MP durante a ação de imunização e realizou a suspensão da vacinação, o que teria gerado o transtorno. 

Explicou ainda que a ação seguiu os planos nacional e municipal de vacinação. 

"De imediato, a recomendação foi acatada e a vacinação suspensa, o que ocasionou transtorno para quem aguardava. A equipe da Secretaria Municipal de Saúde fez uma análise criteriosa da documentação de todos que estavam na fila e, aqueles que se enquadravam nos requisitos, foram vacinados", diz a nota. 

Um dos vacinados, o residente em medicina Antônio de Ávila contou que a imunização deve trazer mais tranquilidade para o dia a dia, principalmente no contato com familiares e amigos. 

"É um alívio. A gente tá no serviço, tem muito contato com paciente com Covid. É uma segurança a mais e faz toda diferença. Pra mim significa uma tranquilidade em poder ir nos locais de trabalho sem ter essa preocupação em ter contato com familiares e amigos depois", contou.

Fonte: G1 Amapá