Caminhoneiros encerraram protesto após governo federal atender exigências. Paralisação nacional ocasionou desabastecimento de alimentos, remédios, combustível e outros itens essenciais em vários estados.
Durante 11 dias, o Brasil parou. Isso porque a greve dos caminhoneiros afetou de forma direta a distribuição de vários itens essenciais para os brasileiros. Entretanto, após dado por encerrado a greve, o Brasil já está rodando e voando normalmente, segundo o Ministro Chefe do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência, Sérgio Etchegoyen.
A greve dos caminhoneiros gerou um grande impacto devido o Brasil ser o país que possui a maior concentração rodoviária de transportes de cargas e passageiros entre as principais economias mundiais. Ou seja, em sua grande parte, a entrega de alimentos, medicamentos, mercadorias, cargas e entre outros é realizado, em sua grande maioria, por caminhões. De acordo com dados do Banco Mundial, 58% do transporte no país é feito por rodovias.
Além disso, a malha rodoviária é utilizada para o escoamento de 75% da produção do país. Por conta disso, a greve dos caminhoneiros teve um grande reflexo em todos os estados.
Desde a última quinta-feira (31), a Polícia Rodoviária Federal (PRF) não registrou nenhum ponto de bloqueio em estradas e postos do país. A paralisação encerrou após o Governo Federal sancionar a lei que prevê a reoneração da folha de pagamento de setores da economia, possibilitando assim, reduzir em R$ 0,46 o preço do litro do diesel.
O acordo foi fechado com os sindicatos que participaram da greve, que decidiram encerrar o movimento e retornar às atividades normais. Aos poucos, os estados voltam a receber abastecimento de alimentos, combustível, remédios, mercadorias e entre outras pendências que necessitam dos caminhoneiros para chegar. Até a quinta-feira, o Amapá, Acre e Amazonas eram os únicos estados com o fornecimento de combustível regularizado.
A previsão do Governo Federal é de que até nesta segunda-feira (04) o combustível esteja normalizado em todo o país. Os correios informou que em um prazo de 15 dias conseguirá normalizar as entregas. Alimentos, como não perecíveis e frutas, já foram encaminhadas para os estados para reabastecimento. O Governo acredita que nesta próxima semana, tudo estará funcionando normalmente no país.
Segundo o chefe do Estado Maior Conjunto de Forças Armadas, Almirante Ademir Sobrinho, a operação integrada é de tamanho inédito no País: “Nós enfrentamos oposições na liberação de entradas de base de abastecimento de combustíveis, na desobstrução das estradas e portos, onde muitas vezes nós tivemos que usar a força, principalmente nos casos onde as negociações não surtiram efeito. Mas jamais usamos a violência. Evitamos ao máximo o confronto”, garantiu. A escolta de pequenos pontos de concentração se encerram ainda hoje, afirmou Sobrinho.
De onde vem os R$ 0,46?
Como medida de suprir os R$ 13,5 bilhões de reais, após ceder o reajuste no diesel para os caminhoneiros, o governo de Temer reduzirá ainda mais os investimentos em atendimento médico e educacional. Segundo a gestão, as perdas serão absorvidas por grupos menos organizados e menos fortes politicamente.
Para isso, o mandatário anunciou uma série de medidas que preveem uma maior arrecadação de impostos de determinados setores e cortes que somam 3,4 bilhões de reais. Programas sociais e políticas públicas, especialmente as voltadas para saúde e educação, estão entre os afetados.
Redação