Cotidiano

Mulheres negras são as principais vítimas de estupro, revela pesquisa





 

No Amapá, houve um aumento de 5% no número de homicídios de mulheres a cada 100 mil habitantes, porcentagem abaixo da média nacional.

 

O Atlas da Violência 2018, produzido pelo Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada (IPEA) e Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), foi publicado na última terça-feira, 5.  O estudo traz dados da violência praticada no Brasil, analisados por estado, entre 2006 e 2016. Dos 10 estados brasileiros mais violentos, 9 estão nas regiões Norte e Nordeste.

O estudo traz dados importantes em relação às desigualdades de gênero e raça. De modo geral, constatou-se um aumento de 23,1% de homicídios de pessoas negras e uma redução de 6,8% de não negros. Em 2016, a taxa de homicídio de jovens negros foi 2,5 vezes maior do que a de não negros.  71,1% dos homicídios foi praticado com o uso de arma de fogo. Segundo a pesquisa, a juventude perdida é considerada um problema de primeira importância no caminho do desenvolvimento social do país e que vem aumentando numa velocidade maior nos estados do Norte.

No que diz respeito à violência contra as mulheres, houve um aumento de 6,4% de assassinatos em todo território nacional. As principais vítimas são as mulheres negras, com aumento de 15,4%.

No Amapá, houve um aumento de 5% no número de homicídios de mulheres a cada 100 mil habitantes, porcentagem abaixo da média nacional. Considerando o quesito raça/cor, as mulheres negras morreram mais no estado, com uma aumento de 10,4%. As mulheres não negras amapaenses tiveram uma redução de 37,7%.

Nos casos de estupro, só em 2016 foram registrados nas polícias brasileiras 49.497 casos de estupro, conforme informações disponibilizadas no 11º Anuário Brasileiro de Segurança Pública. Nesse mesmo ano, no Sistema Único de Saúde foram registrados 22.918 incidentes dessa natureza, o que representa aproximadamente a metade dos casos notificados à polícia.

As principais vítimas são crianças (50,9%) de até 13 anos e adolescentes (17%) de 14 a 17 anos. Pessoas acima de 18 anos correspondem a 32,1%. Em 30% dos casos de estupro contra crianças, os agressores são pais, padrastos ou irmãos. 46,1% das pessoas adultas foram vítimas de pessoas conhecidas. As mulheres negras corresponderam a 54% das vítimas.

O dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) “permite a realização do diagnóstico dinâmico da ocorrência de um evento na população, podendo fornecer subsídios para explicações causais dos agravos de notificação compulsória, além de vir a indicar riscos aos quais as pessoas estão sujeitas, contribuindo assim, para a identificação da realidade epidemiológica de determinada área geográfica”, segundo seu site. No Amapá, em 2016, o Sinan registrou 1082 vítimas de estupro. O FBSP, por sua vez, registrou 385 casos de crimes de estupro. Segunda dados da Delegacia da Mulher, em 2017 foram registrados um estupro a casa três dias no município de Macapá. As principais  vítimas também foram crianças e adolescentes.

Redação