Economia

Dólar fecha no maior patamar desde maio com condenações de Lula; Bolsa cai forte





Após a notícia, os movimentos de alta do dólar e queda da bolsa ganharam força

anulação das condenações do ex-presidente Lula mexeu com os ânimos do mercado nesta segunda-feira (8). Após a notícia, os movimentos de alta do dólar e queda da bolsa ganharam força. 

Com isso, o dólar subiu 1,66% em relação ao real, para R$ 5,7787. É o maior patamar da moeda norte-americana desde 15 de maio do ano passado (R$ 5,8392).

Na B3, o Ibovespa recuava 3,77% às 17h10, aos 110.859 pontos.

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin anulou nesta segunda-feira (8), em decisão monocrática, as condenações do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) concedidas pela Justiça Federal no Paraná relacionadas às investigações da Operação Lava Jato, e determinou a remessa dos respectivos autos à Seção Judiciária do Distrito Federal.

Com a decisão, o ex-presidente recupera os direitos políticos e volta a se tornar elegível. 

"Com Lula elegível, cresce ainda mais a chance deste governo ir totalmente para o populismo", comentou Alfredo Menezes, sócio-gestor na Armor Capital.

Para Rafael Ribeiro, analista da Clear Corretora, "a grande preocupação do mercado fica por conta do rumo da situação fiscal do pais, vide que o governo pouco avançou com a pauta até o momento".

Inflação e pandemia

Internamente, os investidores também reagiam ao Boletim Focus. A projeção do mercado financeiro para o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) de 2021, que mede a inflação oficial do país, saltou para 3,98%.

Essa foi a nona alta consecutiva na estimativa do índice. Há uma semana e um mês, respectivamente, a previsão estava em 3,87% e 3,60%.   

Além disso, analistas seguem preocupados com o avanço da pandemia no país. Vários estados voltaram a apertar as medidas de isolamento devido ao colapso do sistema de saúde.

No mercado internacional, a sessão era marcada pela força da moeda norte-americana no exterior em meio à alta dos rendimentos dos Treasuries e as perspectivas de aceleração da inflação.

O Banco Central anunciou para esta segunda-feira leilão de swap tradicional para rolagem de até 16 mil contratos com vencimento em junho e dezembro de 2021.

Lá fora

O Nasdaq operava em baixa às 12h30 desta segunda-feira uma vez que a aprovação pelo Senado dos Estados Unidos do pacote de alívio ao coronavírus de US$ 1,9 trilhão impulsionava os rendimentos dos títulos, pressionando ações de tecnologia valorizadas e provocando preocupações com a inflação.

O Nasdaq Composite caía 0,12%, enquanto o Dow Jones Industrial Average ganhava 1,19% e o S&P 500 avançava 0,88%.

As ações de bancos e montadoras impulsionaram os mercados europeus nesta segunda-feira, à medida que os investidores continuavam a ingressar em setores ligados à economia na esperança de uma recuperação sólida após o abrandamento do coronavírus no continente.

O índice STOXX 600 registrou alta de 2,22%, seu melhor desempenho em um dia desde o início de novembro. O setor bancário valorizou-se 3,73%, atingindo uma nova máxima recorde em um ano.

As bolsas asiáticas fecharam em baixa nesta segunda-feira (8), à medida que preocupações sobre inflação predominaram sobre sinais de recuperação econômica nos EUA e China e o avanço na tramitação de um pacote fiscal trilionário no Congresso americano.

O índice acionário japonês Nikkei caiu 0,42% em Tóquio hoje, a 28.743,25 pontos, enquanto o Hang Seng recuou 1,92% em Hong Kong, a 28.540,83 pontos, o sul-coreano Kospi se desvalorizou 1% em Seul, a 2.996,11 pontos, e o Taiex registrou perda de 0,22% em Taiwan, a 15.820,11 pontos.

Na China continental, as perdas foram mais expressivas: o Xangai Composto teve queda de 2,30%, a 3.421,41 pontos, e o menos abrangente Shenzhen Composto sofreu um tombo de 3,24%, a 2.224,08 pontos.

Pesaram nos negócios asiáticos desta segunda, temores de que a inflação se acelere e force bancos centrais a reverter medidas de estímulo monetário tomadas para combater os efeitos da pandemia de Covid-19.

O receio de que a inflação ganhe força vem em meio à tendência de alta dos juros dos Treasuries, assim como dos preços do petróleo, e após os últimos números do mercado de trabalho dos EUA e da balança comercial chinesa.

Em fevereiro, os EUA criaram 379 mil empregos, bem mais do que o previsto. Já as exportações da China deram um salto anual de 60,6% no primeiro bimestre, superando de longe a projeção de alta de 40%.

Além disso, o governo dos EUA conseguiu aprovar sua proposta fiscal de US$ 1,9 trilhão no Senado americano no fim de semana. Ainda que positiva, a notícia ajuda a reforçar preocupações com a inflação.

Na Oceania, a bolsa australiana ficou no azul, mas reduziu a maior parte dos ganhos de mais cedo diante do mau humor na Ásia. O S&P/ASX 200 avançou 0,43% em Sydney, a 6.739,60 pontos, depois de chegar a subir 1,7% em seu melhor momento. 

Fonte: CNN Brasil com informações de Reuters e Estadão Conteúdo