Economia

Dólar cai 2,50% e Bolsa sobe 1,30% após discurso de Lula e avanço de PEC





dólar comercial fechou hoje (10) em queda e a Bolsa subiu em um dia marcado pelo discurso do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e pelo avanço da PEC Emergencial. A moeda norte-americana teve queda de 2,50% ante o real, cotada a R$ 5,653 na venda, após três dias consecutivos de alta. Foi a maior queda diária da moeda norte-americana desde janeiro.

O valor do dólar divulgado diariamente pela imprensa, inclusive o UOL, refere-se ao dólar comercial. Para quem vai viajar e precisa comprar moeda em corretoras de câmbio, o valor é bem mais alto.

Ontem (9), a moeda norte-americana teve alta de 0,33% ante o real, cotado a R$ 5,797 na venda, após abrir em alta de mais de 1%, no maior patamar da moeda norte-americana desde o dia 15 de maio do ano passado, quando atingiu R$ 5,839.

Já o Ibovespa, principal indicador da Bolsa de Valores brasileira, fechou em alta hoje. O índice teve valorização de 1,30% aos 112.776,49 pontos, no segundo dia de alta consecutiva.

As ações da Embraer lideraram os ganhos na Bolsa, com 11,99% de alta. Na outra ponta, os papéis da Suzano caíram 5,46%. Ontem (9), o índice teve valorização de 0,65% aos 111.330,62 pontos.

O dólar acelerou a queda ante o real e a Bolsa passou a subir ainda mais à medida que investidores analisavam declarações de Lula e o avanço da PEC Emergencial na Câmara dos Deputados, ao mesmo tempo que digeriam dados da inflação nos Estados Unidos.

Em entrevista coletiva nesta quarta-feira após a decisão do ministro do STF(Supremo Tribunal Federal) Edson Fachin de anular condenações de processos da Lava Jato, o que devolveu a Lula seus direitos políticos— o ex-presidente disse que não está pensando no momento em candidatura para a eleição presidencial de 2022, mas reconheceu que será discutida a possibilidade de uma candidatura única de uma frente ampla progressista contra a direita.

De acordo com Vanei Nagem, responsável pela mesa de câmbio da Terra Investimentos, o discurso de Lula não contou com nenhuma fala surpreendente, o que pode ter ajudado no arrefecimento da moeda norte-americana. "O mercado temia um discurso mais agressivo, mas seus comentários não fugiram do cenário esperado", disse à Reuters.

Por ora, a principal preocupação é de que, "com essa expectativa de ter que enfrentar um candidato como Lula ou apoiado pelo petista nas próximas eleições, o governo comece a tomar atitudes mais populistas para garantir mais apoiadores", disse João Paulo Cardoso, sócio da Unnião Investimentos à Reuters. Mas "muita água vai passar por baixo dessa ponte. Pode ser que o jogo vire várias vezes ainda", completou.

Além disso, outros fatores colaboravam para o arrefecimento do dólar no mercado de câmbio doméstico. "O cenário lá fora está bem mais tranquilo, a PEC Emergencial passou sem maiores problemas (no primeiro turno da Câmara dos Deputados) e o Banco Central ainda atuou com um leilão de dólar à vista", disse Nagem à Reuters.

Já nos EUA, a Câmara de Representantes dos EUA aprovou hoje o gigantesco plano de estímulo de US$ 1,9 trilhão impulsionado por Joe Biden, uma importante vitória para o presidente no início de seu mandato, que dá um alívio para as empresas e famílias.

Biden comemorou a aprovação do plano, afirmando que ele dará aos trabalhadores americanos a "chance de lutar". "Esta lei trata de dar à espinha dorsal desta nação - os trabalhadores essenciais, o povo trabalhador que construiu este país, as pessoas que mantêm o país funcionando - uma chance de lutar", reagiu, em nota, o presidente, que deverá sancionar a lei na sexta-feira.

Fonte: UOL com Reuters