Cotidiano

Profissionais da Educação deliberam greve em Macapá





 

Trabalhadores da rede municipal de ensino cobram aumento salarial, melhorias no trabalho, além de outros benefícios. Greve é por tempo indeterminado.

 

Nesta semana, os profissionais da Educação municipal da cidade de Macapá deliberaram greve. Ela está marcada para iniciar no dia 26, terça-feira, às 8h, com concentração na avenida Fab, em frente ao prédio da Prefeitura de Macapá. Professores e auxiliares educacionais votaram pelo ato nesta quarta-feira, 20, em Assembleia Geral realizada no auditório da Universidade Estadual do Amapá (Ueap), Campus I. Segundo o Sindicato dos Servidores Públicos em Educação no Amapá (Sinsepeap), a deliberação por greve ocorreu após nova negativa do Município em conceder reajuste salarial para a categoria.

Na terça-feira (19), a executiva municipal do Sinsepeap reuniu em audiência de conciliação com representantes da prefeitura, ocasião em que foi negada qualquer possibilidade de reajuste e a progressão reivindicada na pauta dos profissionais. Iaci Ramalho, presidente da executiva municipal de Macapá, disse que, apesar de ter havido consolidação de itens da pauta de estrutura pedagógica, no que diz respeito a reajustes, não houve avanço.

Para conseguir reajuste mínimo possível, a classe reduziu de 17% para 7% o pagamento de parte da reposição das perdas salariais dos servidores da Educação municipal. Mesmo assim, a administração municipal mostrou-se resistente. As perdas do piso para o grupo do magistério chegam a 64,55%, e para o grupo de auxiliares educacionais a 29,82%.

A Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação – CNTE, entidade representativa dos profissionais do setor público da educação básica brasileira, declarou o seu apoio aos professores e auxiliares educacionais do município de Macapá. Em nota, publicada na quinta-feira, 21, a entidade cobrou a valorização da educação.

“A educação não pode ser prioridade somente da boca para fora, quando a sua defesa é propalada apenas no discurso e vetada, na prática, quando da possibilidade de valorização profissional. A gestão municipal de Macapá deve assumir a defesa concreta da educação, que passa pela oferta de boas condições de trabalho e de efetiva valorização do seu profissional da educação, por meio de reajustes salariais que consigam, minimamente, repor as perdas inflacionárias”, declarou o CNTE.

Em abril, os servidores da Educação fizeram uma paralisação e se reuniram em frente à Prefeitura Municipal de Macapá (PMM), enquanto o Sindicato dos Servidores Públicos em Educação do Amapá (Sinsepeap), e outros sindicatos, se reuniram no prédio da prefeitura com o gestor Clécio Luis para discutir assuntos em pauta na paralisação. Entre as reivindicações dos educadores, estava o reajuste salarial, progressões, melhorias nas escolas e andamento de processos administrativos de promoções parados na Secretaria Municipal de Educação (Semed).

Iaci Ferreira Ramalho, vice-presidente da Executiva Municipal de Macapá do Sinsepeap, falou ao Jornal do Dia sobre a importância da greve da próxima semana. “Ela se faz necessária diante das negativas da PMM que, mesmo com aumento das receitas municipais, não efetuou o atendimento dos reajustes salariais, impondo perdas nas remunerações que vão de 29% a 64%”, disse o vice-presidente.

Na terça-feira, segundo o Edital nº011/2018 do Sinsepeap, que convoca os trabalhadores para a greve, será reivindicada a homologação da Campanha Salarial 2018, concessão de Progressão Funcional de 2% para ser paga até o mês de dezembro e pagamento de 7% referente à perdas salariais (IPCA) dos últimos anos. Até o final desta matéria, a Prefeitura de Macapá não havia se pronunciado sobre o assunto.

Redação