O Ministério da Saúde anunciou ter assinado contratos com a Pfizer e a Janssen para a compra de 138 milhões de doses das vacinas contra a Covid-19desenvolvidas pelas farmacêuticas. Os números e prazos para o recebimento dos imunizantes foram apresentados nesta segunda-feira (15) pelo ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, em coletiva de imprensa.
Segundo a pasta, a Pfizer entregará 100 milhões de doses até setembro, enquanto a Janssen, braço farmacêutico da Johnson & Johnson, 38 milhões até novembro.
De acordo com os números apresentados nesta segunda-feira, a primeira remessa de imunizantes da Pfizer, com 1 milhão de doses, será entregue até o final de abril. Já a Janssen fará sua primeira entrega, de 16,9 milhões de doses, até o final de agosto.
Além das vacinas das duas farmacêuticas, o Ministério da Saúde diz ter contratado a aquisição dos imunizantes AstraZeneca/Oxford - feita em parceria com a Fiocruz no Brasil -, Coronavac - desenvolvida no país pelo Instituto Butantan -, Sputnik V e Covaxin.
Além disso, um imunizante ainda a ser definido pelo consórcio Covax Facility também é aguardado pelo governo.
Apesar de constarem nos planos do governo, a Covaxin, a Sputnik V e a Janssen ainda não têm autorização da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) para uso emergencial no Brasil.
O anúncio da contratação de 100 milhões de doses de vacinas da Pfizer ocorreu seis meses depois de o laboratório ter oferecido suas vacinas ao país pela primeira vez.
Ainda em janeiro deste ano, a Pfizer emitiu um comunicado informando que encaminhou três propostas ao governo brasileiro para uma possível aquisição de 70 milhões de doses de sua vacina.
Em uma carta com data de 12 de setembro de 2020, o CEO da Pfizer, Albert Bourla, mostrava a intenção de venda de doses para o Brasil. A empresa oferecia um contrato para a compra de 70 milhões de doses de sua vacina e queria marcar uma reunião com o governo. A existência dessa carta foi revelada com exclusividade pelo analista da CNN Caio Junqueira, em 22 de janeiro deste ano.
Em novembro de 2020, após a Pfizer anunciar que os resultados finais da última fase de testes da vacina contra a doença apresentaram eficácia de 95%, o governo retomou as negociações. As conversas travaram, no mês seguinte, quando as cláusulas contra foram consideradas abusivas. O entrave era a responsabilização por eventuais efeitos colaterais da vacina. Nem o governo brasileiro e nem a farmacêutica queriam assumir a responsabilidade de efeitos adversos com o imunizante.
Apenas neste mês, conforme revelou a CNN, o Ministério da Saúde acabou por ceder e aceitar as cláusulas que a Pfizer exigia desde o início das negociações, o que havia atrasado as tratativas até então.
Em dezembro, o governo federal havia considerado quatro cláusulas do contrato abusivas.
Fonte: CNN Brasil