Cotidiano

Regulamentação de terras no Amapá é tema de sessão na ALAP





 

Hoje o estado possui 75% de terras delimitadas como Unidades de Conservação (UC) e áreas indígenas.

 

Em sessão especial na semana passada, a Comissão Permanente de Políticas Agrárias da Assembleia Legislativa (ALAP) convidou o Ministério Público do Amapá (MP-AP), através do promotor de justiça da Promotoria de Defesa do Meio Ambiente, Conflitos Agrários, Habitação e Urbanismo (Prodemac), Wueber Penafort, para discutirem sobre a regularização fundiária do Amapá

A reunião teve como objetivo esclarecer o processo de transferência das terras para o Estado, conforme previsão na Lei 11.949, de junho de 2009, que foi regulamentada pelo Decreto de nº 8.713, de abril de 2016.

Em janeiro deste ano, o Poder Estadual Executivo sancionou a Lei Complementar 005/2017, para regulamentar a ocupação de terras públicas e mudar a lei fundiária no Amapá e disciplinar a transferência, destinação, ocupação e uso das terras. 

Hoje o estado possui 75% de terras delimitadas como Unidades de Conservação (UC) e áreas indígenas. Nesse sentido, o Amapá não tem terras para produzir. Para evitar a utilizadas clandestinamente por falta de fiscalização é que precisam regularizar essas terras.

Na sessão, o representante do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), Edilson Batista, salientou que a atuação do órgão restringe-se a territórios quilombolas e assentamentos, mas que em sua avaliação, o  Instituto de Meio Ambiente e Ordenamento Territorial do Amapá (IMAP), não conseguiu avançar no trabalho por deficiência de estrutura. De acordo com a Lei Complementar, o IMAP é o órgão responsável por colocar em prática os projetos do Governo do Estado quanto à questão fundiária.

O representante do IMAP Rômulo Fernandes, afirmou que, mesmo com as dificuldades administrativas, e a troca de gestores, o órgão está conseguindo trabalhar nos convênios e na regulamentação.

A deputada Roseli Matos, presidente da Comissão, ressaltou que hoje o Amapá precisa se desenvolver, parar de depender do Governo Federal, e considerar que o homem faz parte do meio ambiente.

Segundo o promotor de justiça Wueber Penafort, é preciso ser definido o que pertence à União e ao Estado para que os trabalhos sejam eficientes, e que é necessário o esforço conjunto do IMAP, Incra e Secretaria Especial de Agricultura Familiar e do Desenvolvimento Agrário (Serfal).

“Este assunto é fundamental para nossas economia e tem que ser melhor acompanhado. A Lei Federal não é suscita, o decreto trouxe no bojo uma execução complicada e onerosa, tem que ver onde está sendo investido. Temos que concentrar esforços nos órgãos responsáveis e a bancada federal precisa se posicionar quanto à esta questão”.

O promotor ainda reforçou a importância do posicionamento da União com relação às terras que pertencem ao Amapá, e a participação da Pastoral da Terra nos processo e debates. “A Pastoral é a voz dos trabalhadores que estão há anos nas terras, mas não têm título. Eles precisam ser ouvidos, há situações que só eles vivenciam, e esta realidade precisa ser levada em consideração”, finalizou o promotor Wueber Penafort.

Redação