Economia

Dólar sobe a R$ 5,68, maior valor em mais de 7 meses; Bolsa opera estável





Depois de registrar leve queda na véspera, o dólar terminou a sexta-feira (3) em alta de 0,35%, vendido a R$ 5,68 — maior valor em mais de sete meses, desde 13 de abril, quando atingiu R$ 5,718. Com o resultado de hoje, a moeda americana fecha a semana com valorização acumulada de 1,5% frente ao real.

Já o Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores brasileira (B3), caminha para encerrar o dia praticamente estável. Por volta das 17h20, o indicador registrava leve alta de 0,02%, aos 104.484,72 pontos, depois de disparar mais de 3% na sessão de ontem. As negociações terminam às 18h.

O valor do dólar divulgado diariamente pela imprensa, inclusive o UOL, refere-se ao dólar comercial. Para quem vai viajar e precisa comprar moeda em corretoras de câmbio, o valor é bem mais alto.

EUA impulsionam dólar

O desempenho do dólar hoje foi puxado pela divulgação de dados de emprego nos Estados Unidos em outubro. Segundo o Departamento de Trabalho, foram criadas 210 mil vagas de trabalho fora do setor agrícola no mês passado — resultado bem abaixo da projeção de 550 mil novos empregos presente em pesquisa da Reuters com economistas.

Embora os números decepcionantes tenham pressionado a moeda americana pela manhã, não foram suficientes para minar as expectativas do mercado de que o Fed (Federal Reserve, o Banco Central dos EUA) elevará os juros — hoje próximos a zero — mais cedo do que esperado.

Juros mais altos nos EUA também tornam investimentos em dólar mais atrativos, o que tende a beneficiar a moeda americana no mundo todo.

Foi uma "criação de vagas bem menor do que o esperado", mas o relatório geral "não foi tão ruim assim", disse à Reuters Gustavo Cruz, estrategista da RB Investimentos. Ele chamou atenção para a baixa taxa de desemprego entre vários grupos sociais nos EUA, enquanto os ganhos médios salariais continuaram subindo.

Entendo que o 'payroll' de hoje corrobora o plano de antecipar o [fim do] 'tapering' [processo de redução de estímulos à economia] e começar a discutir alta de juros no segundo semestre do ano que vem ou até antes.Gustavo Cruz, da RB Investimentos

Fonte: UOL com Reuters