Economia

Dólar fecha aos R$ 4,95, menor valor em quase 9 meses





O dólar comercial fechou aos R$ 4,95 nesta 2ª feira (21.mar.2022), o menor valor desde 29 de junho de 2021 –há 8 meses e 22 dias.

A moeda dos Estados Unidos caiu 1,42%. Na mínima do dia, chegou a R$ 4,93. O recuo se deve à alta das commodities no mercado internacional. O barril do petróleo tipo brent subiu 7,12%, aos US$ 115,62.

O valor do barril WTI aumentou 6,67% nesta 2ª feira (21.mar.2022), aos US$ 109,97.

A alta dos preços favorece países exportadores de commodities. A expectativa de juros maiores também é um fator que favorece a valorização do real frente à moeda norte-americana, com a entrada de capital estrangeiro.

IBOVESPA SOBE

O Ibovespa, principal índice da B3 (Bolsa de Valores de São Paulo), teve alta de 0,73% nesta 2ª feira (21.mar.2022), aos 116.154 pontos. Chegou a subir 0,91% na máxima diária, aos 116.359 pontos.

CAPITAL ESTRANGEIRO

Em março, os investidores estrangeiros colocaram R$ 12,6 bilhões na B3 até 5ª feira (17.mar.2022), último dado disponível. No ano, o saldo está positivo em R$ 75,2 bilhões.

 

Confira outras notícias 

- Previsão da Selic sobe para 13% e inflação vai a 6,59%

Mercado também aumentou a estimativa do PIB de 2022, que foi a 0,50% nesta semana

O mercado financeiro aumentou pela 2ª semana consecutiva a previsão da Selic, a taxa básica de juros. Antes prevista em 12,75%, a Selic agora é vista em 13% para 2022. Já para 2023, os analistas aumentaram a estimativa de 8,75% para 9%.

A taxa deste ano está em 11,75%, conforme decidiu o Copom (Comitê de Política Monetária) na última 4ª feira (16.mar.2022). A última vez que a Selic superou 11,75% foi em fevereiro de 2017, quando o BC reduziu a taxa em 1 ponto percentual para 12,25% ao ano. O percentual perdurou até abril de 2017.

A média das estimativas foi divulgada nesta 2ª feira (21.mar.2022) no Boletim Focus do BC (Banco Central). Eis a íntegra do relatório (652 KB).

O Boletim Focus traz semanalmente a média das perspectivas dos operadores do mercado em relação aos principais indicadores da economia.

A alta das estimativas dos juros é acompanhada da alta nas previsões da inflação. Antes previsto em 6,45%, o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) de 2022 agora é estimado em 6,59%. Essa foi a 10ª semana consecutiva com alta nesse indicador.

O percentual de 2022 fica acima do teto da meta (5%) do BC (Banco Central) para o IPCA. Se os números forem confirmados, será o 2º ano seguido que a inflação ficará acima da meta. O BC já reconheceu que a inflação deve ficar acima da meta em 2022.

Já a previsão da inflação de 2023 também teve uma nova alta e foi de 3,70% para 3,75%. Com isso, a inflação deve ficar longe do centro da meta de 3,25% do BC, mas ainda no intervalo de tolerância — de 1,75% a 4,75%.

Ainda que haja expectativa de alta na inflação e nos juros, o mercado aumentou pela 3ª vez seguida a estimativa do PIB (Produto Interno Bruto) de 2022. Antes, a soma de todos os bens e serviços produzidos no país era prevista em 0,49%, agora foi para 0,50%.

Já PIB de 2023 teve sua estimativa revisada para baixo pela 2ª semana consecutiva. Antes, o crescimento econômico era estimado em 1,43%. Agora, é 1,30%.

A taxa de câmbio também foi revisada. Para 2022, o dólar deve ser cotado em R$ 5,30, assim como estimado anteriormente. Mas para o ano seguinte, deve ficar em R$ 5,22, ante os R$ 5,21 previstos na semana passada.

 

 

- PIB de janeiro é de 769,38 bilhões, segundo FGV

O Produto Interno Bruto (PIB, soma de todos os bens e serviços produzidos no país) brasileiro teve queda de 1,4% em janeiro em relação a dezembro, de acordo com o Monitor do PIB, divulgado hoje (21) pela Fundação Getulio Vargas. No trimestre móvel encerrado em janeiro, houve crescimento de 1%, em comparação com o trimestre móvel encerrado em outubro. Na comparação com janeiro de 2021, a economia cresceu 1,2%, em janeiro deste ano. Em termos monetários, o estudo estima que o PIB, em valores correntes, totalizou R$ 769,384 bilhões, em janeiro de 2022.

O coordenador do Monitor do PIB-FGV, Claudio Considera, informou que a economia nacional cresceu trimestralmente, em média, 1,1% entre janeiro de 2019 a fevereiro de 2020, antes do início da pandemia da covid-19. De março de 2020 até janeiro de 2022, o crescimento médio foi de 0,4%. Nesses mesmos intervalos, a agropecuária evoluiu 0,6% e 0,7%, respectivamente; a indústria caiu 0,7% e cresceu 0,7; os serviços tiveram expansão de 1,4% e 0,2%. Pelo lado da demanda, o consumo das famílias cresceu 2,3% e caiu 1%; o consumo do governo reduziu 0,5% e 1%.

“Esses números traduzem bem o impacto da pandemia sobre resultados que já eram medíocres antes dela. O consumo das famílias e o consumo do governo representam 80% do PIB e foram bastante prejudicados, inicialmente pela falta de vacinas e, posteriormente, pela falta de um programa de vacinação, como é bem ilustrado pelo fracasso dessa demanda durante a pandemia”, disse Considera.

Consumo

No caso do consumo das famílias, usando a mesma base de comparação, o economista disse que o consumo de não duráveis cresceu 1,1% e 0,3%; o consumo de semiduráveis cresceu 1,5% e estagnou em seguida; o consumo de duráveis cresceu 5,1% e caiu 0,1%; e o consumo de serviços cresceu 2,6% e 0,8%. “Notadamente o consumo de serviços, que representa 52% do consumo das famílias, dependem da interação social, que foi prejudicada pela falta de vacinação”, disse o coordenador do Monitor do PIB-FGV.

No trimestre móvel terminado em janeiro deste ano, comparativamente com igual período do ano passado, o consumo das famílias cresceu 1,9%. Esse foi o quarto mês consecutivo que o componente de serviços foi o único que apresentou taxas positivas. 

A formação bruta de capital fixo (FBCF), que mede os investimentos no PIB, avançou 1,3% no trimestre móvel terminado em janeiro, em comparação ao mesmo trimestre do ano anterior. De acordo com a FGV, essa atividade continua mostrando taxas decrescentes desde junho do ano passado. O Monitor do PIB-FGV revela que a média das taxas de investimento mensais, desde janeiro de 2000, foi 18%, enquanto a média das taxas de investimento mensais desde janeiro de 2015 atingiu 16,3%. Em janeiro de 2022, a taxa de crescimento foi 18,8%.

Comércio exterior

O Monitor do PIB-FGV aponta que a exportação brasileira mostrou crescimento de 5,6% no trimestre móvel terminado em janeiro, em comparação ao mesmo período do ano passado. Contribuíram para o resultado os componentes de serviços e produtos agropecuários, que apresentaram taxas positivas de 15% e 28,6%, respectivamente. Na análise da série dessazonalizada, porém, a exportação apresentou redução de 0,6 no trimestre móvel encerrado em janeiro em comparação ao terminado em outubro.

A importação também apresentou evolução de 2,2% no trimestre móvel encerrado em janeiro em relação ao mesmo período do ano passado. Cabe destacar o crescimento de 10,5% na importação de serviços e o elevado crescimento da extrativa mineral (54,1%). Na série dessazonalizada, a importação subiu 1,2% no trimestre móvel findo em janeiro, em comparação ao findo em outubro.

O Monitor do PIB estima mensalmente o PIB brasileiro em volume e valor. Foi criado para prover a sociedade de um indicador mensal do PIB, tendo como base a mesma metodologia das Contas Nacionais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

 
 
 Fonte: Poder360 - Agência Brasil