O dólar fechou em queda de 1,24%, cotado a R$ 4,919, nesta quinta-feira (19), com as moedas de mercados vistos como mais arriscados, caso do Brasil, se recuperando após as perdas na véspera. Já o Ibovespa encerrou com alta de 0,71%, aos 107.005,22 pontos.
O principal índice da B3 foi favorecido pela alta de ações ligadas à mineração, que acompanharam a elevação na cotação do minério de ferro na China, e pelos papéis da Eletrobras, cujo processo de capitalização foi aprovado pelo Tribunal de Contas da União (TCU) e deve ser concluído até julho.
Ao mesmo tempo, o temor dos investidores de que o mundo poderá enfrentar uma recessão global devido às altas de juros para combater inflações recordes em diversos países aumenta a aversão a riscos, o que favorece a moeda norte-americana em detrimento de outras moedas e das bolsas de valores, inclusive as dos Estados Unidos
Na véspera, o índice Dow Jones, da bolsa de Nova York, teve o pior dia de negociação desde junho de 2020, caindo 1.160 pontos devido, principalmente, à queda de ações de varejo, com balanços prejudicados pela elevada inflação no país.
Neste pregão, o Banco Central fará leilão de até 15 mil contratos de swap cambial tradicional para fins de rolagem do vencimento de 1° de julho de 2022. A operação do BC pode ajudar a dar liquidez na moeda, mas especialistas consultados pelo CNN Brasil Business apontam que o órgão poderia atuar mais para conter a volatilidade do câmbio.
Na quarta-feira (18), o dólar subiu 0,78%, a R$ 4,981. Já o Ibovespa fechou em queda de 2,34%, aos 106.247,15 pontos.
Os contratos futuros de minério de ferro subiram nesta quinta-feira nas bolsas de Dalian e Cingapura, se recuperando das perdas registradas mais cedo, com Pequim sugerindo mais apoio político para lidar com os desafios da Covid-19 na China, maior produtora de aço do mundo.
A taxa básica de juros dos empréstimos de referência da China pode ser reduzida na sexta-feira, conforme previsto por alguns bancos de investimento.
O contrato de minério de ferro mais negociado em setembro na bolsa de commodities de Dalian encerrou as negociações diurnas em alta de 0,2%, a 818 iuanes (US$ 120,92) a tonelada, após cair 4,8% no início da sessão.
Na bolsa de Cingapura, o contrato de junho mais ativo do ingrediente siderúrgico ganhou 0,9%, para US$ 126,35 a tonelada, após cair 4,3% durante as negociações da manhã.
O instigador mais recente da aversão global a riscos foi a alta de juros nos Estados Unidos, anunciada pelo Federal Reserve em 4 de maio. Apesar de descartar altas de 0,75 p.p. ou um risco de recessão, a autarquia sinalizou ao menos mais duas altas de 0,5 p.p.
Os juros maiores nos Estados Unidos atraem investimentos para a renda fixa do país devido a sua alta segurança, mas prejudica as bolsas ao redor do mundo, inclusive as norte-americanas.
Junto com uma série de elevações de juros pelo mundo, os lockdowns na China para tentar conter a Covid-19 aumentaram as projeções de uma forte desaceleração econômica, e até risco de uma recessão global, prejudicando os mercados e aumentando a aversão a riscos de investidores.
O crescimento das exportações chinesas chegou a desacelerar a um dígito, nível mais fraco em quase dois anos, enquanto as importações mal mudaram em abril, ampliando as preocupações.
Entretanto, com a perspectiva de que essas restrições possam ser retiradas entre maio e junho, a expectativa é que a demanda chinesa retorne aos níveis anteriores, o que voltaria a favorecer exportadores de commodities e aliviaria uma parte das pressões sobre o real.
Veja os principais destaques do pregão desta quinta-feira:
Maiores altas
Maiores baixas
Fonte: CNN Brasil com informações da Reuters