O dólar fechou em queda de 1,31%, a R$ 4,807, nesta segunda-feira (23), após perder força em relação a outras moedas em meio a uma redução na aversão a risco por parte dos investidores, o que costuma favorecer mercados considerados mais arriscados, caso do Brasil.
Esse foi o menor valor desde 22 de abril, quando bateu R$ 4,806. À época, o mercado refletia à perspectiva cada vez mais provável de endurecimento da postura de política monetária do Federal Reserve.
Já o Ibovespa subiu 1,71%, aos 110.345,82 pontos. Essa foi a maior alta percentual desde 18 de março, quando subiu 1,98%, e o maior patamar desde 26 de abril, quanto atingiu 110.684 pontos.
O índice seguiu a alta nas bolsas dos Estados Unidos e puxado para cima principalmente pelas ações ligadas a commodities, caso do minério de ferro – que fechou novamente em alta na bolsa chinesa – e do petróleo, que segue na casa dos US$ 110.
O otimismo também ganhou força na sexta-feira (20), depois da Chinaanunciar um corte de juros maior que o esperado para estimular a economia. Com a expectativa que os lockdowns no país serão encerrados nas próximas semanas, o movimento aliviou temores sobre uma recessão global, animando os investidores.
Além disso, uma economia chinesa estimulada representaria uma demanda maior por commodities, fazendo os preços desses produtos subirem. O cenário gera uma busca de investidores por grandes produtos, como o Brasil, com um fluxo de investimentos que favorece tanto a bolsa de valores quanto o real.
Nesta sessão, o Banco Central fez leilão de até 15 mil contratos de swap cambial tradicional para fins de rolagem do vencimento de 1° de julho de 2022. A operação do BC pode ajudar a dar liquidez na moeda, mas especialistas consultados pelo CNN Brasil Business apontam que o órgão poderia atuar mais para conter a volatilidade do câmbio.
Na semana anterior, o dólar caiu 3,69%, o pior desempenho semanal desde 25 de março, encerrando aos R$ 4,871. Já o Ibovespa subiu 1,46%, no segundo avanço semanal consecutivo, aos 108.487,88 pontos.
O instigador mais recente da aversão global a riscos foi a alta de juros nos Estados Unidos, anunciada pelo Federal Reserve em 4 de maio. Apesar de descartar altas de 0,75 p.p. ou um risco de recessão, a autarquia sinalizou ao menos mais duas altas de 0,5 p.p.
Os juros maiores nos Estados Unidos atraem investimentos para a renda fixa do país devido a sua alta segurança, mas prejudica as bolsas ao redor do mundo, inclusive as norte-americanas.
Junto com uma série de elevações de juros pelo mundo, os lockdowns na China para tentar conter a Covid-19 aumentaram as projeções de uma forte desaceleração econômica, e até risco de uma recessão global, prejudicando os mercados e aumentando a aversão a riscos de investidores.
O crescimento das exportações chinesas chegou a desacelerar a um dígito, nível mais fraco em quase dois anos, enquanto as importações mal mudaram em abril, ampliando as preocupações.
Entretanto, com a perspectiva de que essas restrições possam ser retiradas entre maio e junho, a expectativa é que a demanda chinesa retorne aos níveis anteriores, o que voltaria a favorecer exportadores de commodities e alivia uma parte das pressões sobre o real.
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- Guedes encontra ministra da Economia da Ucrânia em Davos
Ministério diz que Brasil reafirmou a “condenação das hostilidades” e o compromisso com a retomada de negociações pacíficas
O ministro da Economia, Paulo Guedes, reuniu-se nesta 2ª feira (23.mai.2022) com a ministra da Economia da Ucrânia, Yulia Svyrydenko, em Davos, na Suíça. Ele participará do Fórum Econômico Mundial de 23 a 26 de maio.
Segundo o Ministério da Economia, Guedes reafirmou a “condenação das hostilidades” e o compromisso do Brasil com a retomada de negociações pacíficas com a Rússia. O país do Leste Europeu está em guerra com a Rússia desde 24 de fevereiro.
“Ministro Paulo Guedes destacou o papel do Brasil como parceiro internacional comprometido com os valores de desenvolvimento sustentável e pacífico. Além disso, reafirmou o compromisso do país em contribuir para segurança alimentar e energética do planeta”, escreveu o Ministério da Economia no Twitter.
O fórum terá participação de 2.000 políticos e empresários, aproximadamente. Na edição de 2022, o Brasil está entre os 4 países que terão painéis de discussão exclusivos. Para o governo, isso demostra interesse dos líderes globais na agenda econômica brasileira. Na lista constam ainda a Indonésia, a Arábia Saudita e a União Europeia.
Na agenda do ministro estão marcadas reuniões sobre crescimento sustentável, parcerias econômicas com a Ásia e o Pacífico, perspectivas da conjuntura econômica global e parcerias econômicas na América Latina. “Guedes vai apresentar o Brasil como destino privilegiado para investimentos e como um país destacado para soluções de segurança energética e alimentar internacional”, afirmou, em nota, o Ministério da Economia.
Na avaliação do órgão, o Fórum Econômico Mundial representa uma oportunidade para a disseminação de informações sobre “os avanços na agenda econômica, que busca melhorar o ambiente de negócios, aprofundar os serviços de digitalização, ampliar as oportunidades para investimentos privados e reduzir impostos e tarifas a fim de dinamizar os fluxos comerciais”.
Fonte: CNN Brasil com informações da Reuters - Poder360