Economia

Ibovespa fecha em queda, abaixo dos 100 mil pontos; dólar cai a R$ 5,15





Ibovespa fechou em queda de 0,17%, aos 99.684,50 pontos, nesta terça-feira (21), apesar da alta nas ações de commodities após o minério de ferro fechar com valorização na China e o petróleo operar em alta. O índice encerrou no patamar mais baixo desde 4 de novembro de 2020 (97.867 pontos).

Petrobras terminou no vermelho por conta das incertezas sobre a situação da estatal após a renúncia de José Mauro Ferreira Coelho do cargo de presidente, movimento que também puxou o principal índice da B3 para baixo.

Já o dólar caiu 0,67%, a R$ 5,153, com investidores repercutindo a ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom).

O real foi prejudicado pelo risco fiscal no Brasil, com aumento de gastos e possível desrespeito ao teto de gastos, além de temores de uma intervenção na política de preços da estatal após um novo reajuste nos combustíveis, o que seria mal visto pelo mercado.

O Banco Central fez nesta sessão leilão de até 15 mil contratos de swap cambial tradicional para fins de rolagem do vencimento de 1° de agosto de 2022. A operação do BC ajuda a dar liquidez na moeda, mas especialistas consultados pelo CNN Brasil Business apontam que o órgão poderia atuar mais para conter a volatilidade do câmbio.

Na segunda-feira (20), o dólar teve alta de 0,81%, a R$ 5,187. Já o Ibovespa subiu 0,03%, aos 99.852,67 pontos.

Copom

No texto do Copom, os integrantes do órgão do Banco Central indicaram que a taxa básica de juros, a taxa Selic, deve permanecer em um valor mais alto por um período prolongado para lidar com a inflação elevada no país.

A perspectiva de juros altos torna o mercado brasileiro mais atraente, incentivando fluxos de investimento, mas não o suficiente para o real se recuperar totalmente das fortes perdas recentes.

Nas últimas semanas, os temores sobre uma recessão global ganharam força em meio a uma série de altas de juros em grandes economias, levando a uma retirada investimentos de mercados considerados arriscados e uma queda nos preços das commodities com a expectativa de demanda menor, dois fatores que prejudicam o Brasil

Sentimento global

Os investidores ainda mantém uma forte aversão global a riscos desencadeada por temores sobre uma possível desaceleração econômica generalizada devido a uma série de altas de juros pelo mundo para conter níveis recordes de inflação, o que prejudicaria diversos tipos de investimentos.

A principal causa para essa aversão é o ciclo de alta de juros nos Estados Unidos, com a elevação mais recente anunciada pelo Federal Reserve em 15 de junho. O órgão elevou os juros em 0,75 ponto percentual, na maior alta desde 1994, e deixou uma porta aberta para um aumento na mesma magnitude em julho.

Os juros maiores nos Estados Unidos atraem investimentos para a renda fixa do país devido a sua alta segurança e favorecem o dólar, mas prejudicam os mercados de títulos e as bolsas ao redor do mundo, inclusive as norte-americanas.

Ao mesmo tempo, o Banco Central Europeu (BCE) sinalizou altas de juros a partir de julho, enquanto a China enfrenta um novo aumento de casos de Covid-19 com temores de novas restrições e o risco fiscal no Brasil voltou a ganhar força.

Com isso, a combinação de um cenário doméstico debilitado, com o retorno de riscos fiscais e temores sobre interferências na Petrobras, e a perspectiva no exterior de fortes apertos monetários voltaram a prejudicar o mercado brasileiro.

Sobe e desce da B3

Veja os principais destaques do pregão desta terça-feira:

Maiores altas

  • Qualicorp (QUAL3) +6,68%;
  • Weg (WEGE3) +4,98%;
  • IRB Brasil (IRBR3) +4,04%;
  • Grupo Natura (NTCO3) +3,60%;
  • Totvs (TOTS3) +3,58%

Maiores baixas

  • Cogna (COGN3) -4,76%;
  • Banco do Brasil (BBAS3) -4,10%;
  • CPFL (CPFE3) -3,69%;
  • Yduqs (YDUQ3) -3,45%;
  • Lojas Renner (LREN3) -3,18%

Fonte: CNN Brasil com informações da Reuters