O euro ficou abaixo do dólar na paridade entre as moedas pela 1ª vez em duas décadas. A moeda da Europa chegou ao valor US$ 0,99 nesta 4ª feira (13.jul.2022).
O euro tinha atingido a paridade com o dólar na 3ª feira (12.jul), também a 1ª vez desde 2002. Mas a moeda europeia continuo na trajetória de desvalorização. Há quase 20 anos que US$ 1,00 vale menos que € 1,00. Nesta 4ª feira (13.jul), esse cenário chegou a se inverter.
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A divisa da Zona do Euro teve queda superior a 12% em 2022 em relação ao dólar. A desvalorização da moeda europeia em relação ao câmbio norte-americano se deve aos riscos de recessão na Europa, intensificados pela guerra entre Ucrânia e Rússia.
A crise de energia ameaça a atividade econômica do continente. O Fed (Federal Reserve, o Banco Central dos Estados Unidos) subiu os juros em 2022, o que atrai capital estrangeiro para o país e torna o dólar uma moeda mais forte.
Além disso, a possível interrupção da venda de gás russo para a Europa provoca incertezas nos investidores. Com uma possível recessão e um cenário de inflação alta, o BCE (Banco Central Europeu) terá que decidir se aumenta a taxa de juros –atualmente zerada– para controlar os preços e, ao mesmo tempo, limitar a atividade econômica.
O Fed deverá manter a tendência de aumento de juros para levar a inflação dos EUA para a meta. Outros bancos centrais de países desenvolvidos, incluindo o BCE, não deverá ter um política monetária contracionista tão forte quanto à norte-americana.
Um dos principais gasodutos que leva gás russo à Europa, o Nord Stream 1, foi desligado na 2ª feira (11.jul.2022) para uma manutenção anual de 10 dias. A possibilidade que a paralisação seja estendida causa preocupação em líderes europeus por causa do agravamento da guerra na Ucrânia.
- Inflação dos EUA chega a 9,1%, maior nível desde 1981
A inflação dos Estados Unidos subiu 1,3% em junho e atingiu 9,1% no acumulado de 12 meses. O CPI (índice de preços ao consumidor, na sigla em inglês) atingiu o maior nível desde novembro de 1981, quando estava em 9,6%.
O Bureau of Labor Statistics divulgou o resultado nesta 4ª feira (13.jul.2022). Eis a íntegra do relatório (702 KB).
O percentual de alta mensal acelerou em relação a maio (+1%). Segundo os dados oficiais norte-americanos, o índice de energia subiu 7,5% no mês e contribuiu com quase metade da inflação do país.
Dentro do índice de energia, a gasolina teve alta de 11,2%. A alimentação teve alta de 1% em junho. Excluindo energia e alimentação e energia, o CPI avançou 0,7% no mês.
A inflação do Brasil deve cair e se aproximar da taxa norte-americana no acumulado de 12 meses. Atualmente, o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) teve alta de 11,89% no acumulado de 12 meses até junho, o que é 2,79 pontos percentuais abaixo do índice norte-americano.
O mercado espera uma desaceleração da taxa brasileira por causa das consecutivas altas da taxa Selic em 2021 e 2022. Além disso, agentes apostam que haverá deflação no IPCA em julho por causa da queda dos preços dos combustíveis.
Possivelmente, os índices dos 2 países devem ficar parecidos nos próximos meses, como setembro e outubro.
O empresário Rubens Menin, dono da empreiteira MRV, Banco Inter e da CNN Brasil, disse que “pela 1ª vez na história” a inflação do Brasil poderá ser menor do que a norte-americana nos próximos meses.
Com a MRV, Menin foi um dos empresários que mais atuou em obras do programa Minha Casa Minha Vida durante os governos petistas.
Fonte: Poder360