Economia

Dólar cai para R$ 5,20 e euro sobe para mesmo nível da moeda americana





O dólar fechou em queda, após a forte alta de terça-feira (6), com investidores vendendo moeda para embolsarem ganhos recentes. O dólar comercial encerrou esta quinta-feira (8) vendido a R$ 5,206, com recuo de R$ 0,032 (-0,61%). A cotação chegou a cair para R$ 5,19 pela manhã, mas ganhou força durante a tarde.

Apesar de subir em quase todo o planeta, o dólar caiu no Brasil para compensar a queda na sessão de ontem (7), em que o mercado não abriu por causa do feriado de Dia da Independência. O euro comercial, que estava abaixo do dólar nos últimos dias, subiu 0,37% e fechou em R$ 5,206, mesmo nível do dólar, após o Banco Central Europeu elevar os juros básicos em 0,75 ponto percentual, a maior alta desde a criação da moeda única.

Bolsa

No mercado de ações, o dia foi marcado pelas oscilações. O índice Ibovespa, da B3, a bolsa de valores de São Paulo, fechou aos 109.916 pontos, com alta de 0,14%. O indicador iniciou o dia em alta, caiu 1% no início da tarde e recuperou-se perto do fim da sessão.

Nesta quinta, o presidente do Federal Reserve (o banco central norte-americano), Jerome Powell, voltou a dar declarações de que o órgão está comprometido com o controle da inflação, o que aumenta as chances de o órgão elevar, pela terceira vez seguida, os juros básicos nos Estados Unidos em 0,75 ponto daqui a duas semanas. Taxas mais altas em economias avançadas estimulam a fuga de capitais de países emergentes, como o Brasil.

Paralelamente, as perspectivas de que a região de Chengdu, na China, entre em lockdown extenso por causa dos aumentos de casos de covid-19 afetaram o desempenho das commodities (bens primários com preço cotado pelo mercado internacional), empurrando para baixo as ações de petroleiras. No entanto, houve um movimento de ajuste para compensar as fortes altas de ontem nas bolsas internacionais, o que fez diversas ações fecharem em alta na bolsa brasileira.

 

- Ministro vê oportunidades com a reconfiguração de cadeias globais

O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse hoje (8), na capital paulista, que a reconfiguração das cadeias produtivas globais, resultante da pandemia da covid-19 e da guerra na Ucrânia, pode se converter em oportunidade para o Brasil.

“O Brasil tem uma oportunidade histórica de emergir como um país de grandes recursos que é: uma potência digital, a quarta maior do mundo, maior penetração digital; uma potência energética, energia renovável, ninguém tem a matriz mais limpa e mais diversificada que a brasileira; uma potência verde, ambiental; e ao mesmo tempo uma potência alimentar”, disse em evento do setor automotivo.

O ministro citou avaliações feitas pelo Tesouro dos Estados Unidos e pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), que indicam dois requisitos para os futuros investimentos. Uma delas é que não se deve investir muito longe, tendo em vista possíveis problemas logísticos por ter o abastecimento longe da produção.

“Não adianta você ter os semicondutores sendo produzidos lá em Taiwan, onde são produzidos 80% de todos os semicondutores do mundo, porque, se tiver qualquer desorganização, como foi a crise da covid, você paralisa 5G, telecomunicações, indústria automobilística”, disse.

O outro requisito é a manutenção de boas relações com o país fornecedor. “Tem que ser amigo. A Rússia, por exemplo, está muito perto da Europa. Tem uma parte do país, inclusive, que está na Europa continental, mas são hostis”, lembrou.

Guedes destacou medidas que ajudaram a preservar o emprego durante a pandemia da covid-19, como o Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda. O ministro estima que a taxa de desemprego deve chegar à casa de 8% até o final do ano. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em relação ao trimestre encerrado em junho, mostram uma taxa de 9,3%.

Fonte: Agência Brasil com informações da Reuters