Em meio às expectativas sobre os juros no Brasil e nos Estados Unidos, o mercado financeiro começou a semana com otimismo. O dólar teve a maior queda diária desde o fim de julho. A bolsa de valores subiu mais de 2% e atingiu o maior nível em uma semana.
O dólar comercial encerrou esta segunda-feira (19) vendido a R$ 5,165, com recuo de R$ 0,094 (-1,79%). Em termos percentuais, foi a maior baixa registrada desde 27 de julho, quando a cotação tinha caído 1,91%.
A moeda norte-americana está no menor nível desde o último dia 12, quando tinha fechado em R$ 5,09. Com o desempenho de hoje, a divisa acumula queda de 0,71% em setembro e de 7,37% em 2022.
O mercado de ações também teve um dia de euforia. O índice Ibovespa, da B3, fechou aos 111.824 pontos, com alta de 2,33%. O indicador iniciou o dia em baixa, mas inverteu o movimento ainda durante a manhã e passou a disparar.
O movimento da bolsa brasileira contrastou com as bolsas norte-americanas, que fecharam em pequena alta após oscilarem bastante ao longo do dia, com as expectativas sobre os juros na maior economia do planeta. Na quarta-feira (21), o Federal Reserve (Fed, Banco Central norte-americano) divulgará a nova taxa básica de juros nos Estados Unidos.
A maioria dos investidores espera alta de 0,75 ponto percentual, mas parte do mercado passou a apostar em aumento de 1 ponto por causa da persistência da inflação norte-americana e do bom desempenho no mercado de trabalho.
Juros mais altos em economias avançadas estimulam a fuga de capitais de países emergentes, como o Brasil. No entanto, os juros altos brasileiros seguram o dólar. Também na quarta, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidirá se mantém a taxa Selic (juros básicos da economia) em 13,75% ao ano ou se a elevará para 14%.
- Brasil e Estados Unidos firmam acordo de reconhecimento entre aduanas
As empresas brasileiras certificadas como operadores econômicos autorizados (OEA) poderão exportar mais rapidamente e com menos burocracia para os Estados Unidos. Após sete anos de negociações, a Receita Federal assinou acordo de reconhecimento mútuo (ARM) com a aduana norte-americana.
Por meio do acordo, os dois países oficializam a parceria entre seus programas de operador econômico autorizado. Com essas iniciativas, as alfândegas dos países reconhecem empresas que operam a cadeia logística internacional com garantia da segurança das cargas e as normas tributárias e aduaneiras. A adesão aos programas é voluntária.
As discussões entre as equipes técnicas da Receita Federal e do Serviço de Alfândega e Proteção de Fronteiras do Governo dos Estados Unidos da América começaram em 2015, com a assinatura do plano de trabalho conjunto. Com a assinatura do acordo, o programa brasileiro de OEA passa a ser compatível com o Customs Trade Partnership Against Terrorism (C-TPAT), um dos maiores programas de certificação em segurança da cadeia logística do mundo.
Agora, as empresas brasileiras certificadas como OEA-Segurança serão reconhecidas como empresas mais seguras e de menor risco. Com a maior confiabilidade, cairá o percentual de inspeções das exportações brasileiras para os Estados Unidos. Além disso, quando as cargas dessas empresas forem escolhidas para verificação, terão prioridade na análise.
Destino de 14% das exportações do país, os Estados Unidos são o segundo maior parceiro comercial do Brasil, com fluxo de mais de US$ 70,53 bilhões em 2021. Desse total, o Brasil exportou US$ 31,15 bilhões para o mercado norte-americano e importou US$ 39,38 bilhões de lá.
Segundo o Ministério da Economia, nos últimos três anos, empresas do Programa OEA foram responsáveis por 17% das exportações para os Estados Unidos. A pasta não forneceu estimativas detalhadas, mas informou que a assinatura do acordo deve gerar aumento pela procura da certificação OEA-Segurança entre as empresas brasileiras.
Fonte: Agência Brasil