Economia

Dólar fecha em R$ 5,381





O dólar comercial fechou com forte alta de 2,53%, cotado a R$ 5,381, na sessão desta segunda-feira (26).

No radar está o movimento causado por uma aversão a riscos, com a perspectiva de juros crescentes nas principais economias do mundo alimentando temores de uma recessão. No Brasil, a reta final da corrida eleitoral contribuía para a cautela de investidores.

O valor do dólar divulgado diariamente pela imprensa, inclusive o UOL, refere-se ao dólar comercial. Para quem vai viajar e precisa comprar moeda em corretoras de câmbio, o valor é bem mais alto.

Ibovespa fecha em forte queda

Já o Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores brasileira (B3), fechou em forte queda na sessão de hoje. A Bolsa encerrou o pregão caindo 2,33%, aos 109.114,16 pontos.

Durante a sessão desta segunda-feira, as ações da 3R Petroleum (RRRP3), PETZ (PETZ3) e Natura (NTCO3) figuraram entre as maiores baixas do dia.

Aversão a risco

Investidores têm fugido rapidamente de ativos considerados arriscados nos últimos dias, principalmente desde que o Federal Reserve subiu sua taxa de juros em 0,75 ponto percentual pela terceira vez seguida na quarta-feira passada e projetou uma trajetória de aperto monetário mais agressiva do que o inicialmente esperado pelos mercados.

Juros mais altos nos EUA beneficiam o dólar ao tornar os retornos da renda fixanorte-americana mais interessantes para o capital estrangeiro, e também têm desencadeado temores de recessão, já que tendem a restringir os gastos de empresas e famílias.

Com a divulgação de dados de inflação das principais economias e falas de dirigentes de bancos centrais agendadas para os próximos dias, "a semana promete ser desafiadora, um prato cheio para amplitude e volatilidade" nas oscilações do câmbio, afirmou Jefferson Rugik, presidente-executivo da Correparti Corretora.

Rugik chamou a atenção ainda, no âmbito doméstico, para as eleições presidenciais de domingo.

Eleições movimentam cenário doméstico

A última semana de campanha antes do primeiro turno será marcada por uma avalanche de pesquisas eleitorais, com todas as atenções voltadas para possíveis indícios sobre as chances de o líder nas pesquisas Luiz Inácio Lula da Silva (PT) liquidar a fatura já no dia 2 de outubro.

Analistas da Genial Investimentos também destacaram em relatório a agenda local de indicadores desta semana, que trará as leituras do IPCA-15 de setembro e do índice de preços ao produtor de agosto, dados de desemprego, relatórios de dívida e crédito e dados fiscais.

 

- Contas externas têm saldo negativo de US$ 4,1 bilhões em julho

As contas externas tiveram saldo negativo de US$ 4,136 bilhões em julho, informou hoje (26) o Banco Central (BC). No mesmo mês de 2021, o déficit havia sido de US$ 1,175 bilhão nas transações correntes, que são as compras e vendas de mercadorias e serviços e transferências de renda com outros países.

A diferença na comparação interanual se deve ao resultado do superávit comercial que reduziu US$ 2,1 bilhões, enquanto os déficits em serviços e renda primária (lucros e dividendos) aumentaram US$ 790 milhões e de US$ 179 milhões, respectivamente.

Em 12 meses, encerrados em julho, o déficit em transações correntes é de US$ 36,585 bilhões, 2,08% do Produto Interno Bruto (PIB, soma dos bens e serviços produzidos no país), ante o saldo negativo de US$ 33,623 bilhões (1,92% do PIB) em junho de 2022 e déficit de US$ 20,880 bilhões (1,37% do PIB) no período equivalente terminado em julho de 2021.

Já no acumulado do ano, o déficit é de US$ 18,411 bilhões, contra saldo negativo de US$ 9,752 bilhões de janeiro a julho de 2021.

Balança comercial e serviços

As exportações de bens totalizaram US$ 30,226 bilhões em julho, aumento de 17,4% em relação a igual mês de 2021. As importações somaram US$ 26,072 bilhões, incremento de 33,8% na comparação com julho do ano passado. Com esses resultados, a balança comercial fechou com superávit de US$ 4,154 bilhões no mês de julho, ante saldo positivo de US$ 6,262 bilhões em julho de 2021.

O déficit na conta de serviços (viagens internacionais, transporte, aluguel de equipamentos e seguros, entre outros) somou US$ 2,122 bilhões em julho, aumento de 59,2% ante os US$ 1,333 bilhão em igual mês de 2021.

Em linha com a expansão do volume de comércio exterior, as despesas líquidas de transporte tiveram aumento expressivo de 166,3%, na comparação interanual, passando de US$ 273 milhões em julho de 2021 para US$ 726 milhões em julho deste ano.

No caso das viagens internacionais, seguindo a tendência dos meses recentes, as receitas de estrangeiros em viagem ao Brasil cresceram 74,4% na comparação interanual e chegaram a US$ 389 milhões, enquanto as despesas de brasileiros no exterior aumentaram 132,1% e ficaram em US$ 1,049 bilhão. Com isso, a conta de viagens fechou o mês com déficit de US$ 661 milhões, ante déficit de US$ 229 milhões em julho de 2021, contribuindo para elevar o déficit em serviços.

De acordo com o BC, essa foi uma conta muito afetada pelas restrições impostas pela pandemia da covid-19 e pelas taxas de câmbio, mas vem se recuperando.

Rendas

Em julho de 2022, o déficit em renda primária (lucros e dividendos, pagamentos de juros e salários) chegou a US$ 6,535 bilhões, relativamente estável antes os US$ 6,356 bilhões no mesmo mês de 2021. Normalmente, essa conta é deficitária, já que há mais investimentos de estrangeiros no Brasil, que remetem os lucros para fora do país, do que de brasileiros no exterior.

No caso dos lucros e dividendos associadas aos investimentos direto e em carteira, houve déficit de US$ 3,576 bilhões no mês de julho deste ano, frente ao observado em julho de 2021, de US$ 2,866 bilhões. As despesas líquidas com juros passaram de US$ 3,499 bilhões para US$ 2,970 bilhões. A redução nos juros concentrou-se em operações de empresas de mesmo grupo econômico, segundo o BC.

A conta de renda secundária (gerada em uma economia e distribuída para outra, como doações e remessas de dólares, sem contrapartida de serviços ou bens) teve resultado positivo de US$ 368 milhões, contra US$ 252 milhões em julho de 2021.

Investimentos

Os ingressos líquidos em investimentos diretos no país (IDP) somaram US$ 7,723 bilhões no mês de julho, ante US$ 6,646 bilhões em julho de 2021, disseminado em diversos setores da economia. Houve ingressos líquidos em participação no capital, US$ 5,582 bilhões, como compra de novas empresas e reinvestimentos de lucros. Enquanto isso, as operações intercompanhia (como os empréstimos da matriz no exterior para a filial no Brasil) tiveram superávit de US$ 2,140 bilhões.

Nos 12 meses encerrados em julho de 2021, o IDP totalizou US$ 65,603 bilhões, correspondendo a 3,73% do PIB, em comparação a US$ 64,526 bilhões (3,69% do PIB) no mês anterior e US$ 44,933 bilhões (2,95% do PIB) em julho de 2021.

Quando o país registra saldo negativo em transações correntes, precisa cobrir o déficit com investimentos ou empréstimos no exterior. A melhor forma de financiamento do saldo negativo é o IDP, porque os recursos são aplicados no setor produtivo e costumam ser investimentos de longo prazo.

O estoque de reservas internacionais atingiu US$ 346,403 bilhões em julho de 2021, aumento de US$ 4,4 bilhões em comparação ao mês anterior.

O resultado decorreu de contribuição negativa das variações por paridades, US$ 1,240 bilhão, compensada parcialmente pelas contribuições positivas de variações por preços, US$ 487 milhões, e receita de juros, US$ 431 milhões. O resultado decorreu, principalmente, das variações por preços e da receita de juros, que contribuíram para elevar o estoque em US$ 3,875 bilhões e US$ 540 milhões, respectivamente, compensada parcialmente pela contribuição negativa das variações por paridades, US$ 592 milhões.

Fonte: UOL com Reuters - Agência Brasil