Economia

Dólar fecha a R$ 5,16





Um dia após a maior queda desde 2018, o dólar encerrou a terça-feira (4) praticamente estável. A bolsa de valores iniciou o dia em alta, mas desacelerou e fechou com leve alta.

O dólar comercial fechou o dia vendido a R$ 5,168, com queda de 0,11%. A cotação começou em baixa, chegando a R$ 5,11 por volta das 9h15, pouco depois da abertura da sessão. No início da tarde, teve forte alta, chegando a R$ 5,20, mas perdeu força nos momentos finais de negociação até encerrar estável.

As pressões pela alta da moeda norte-americana estão relacionadas a um ajuste técnico, porque investidores aproveitaram a forte baixa de ontem para comprar divisas por um preço menor. No entanto, a divulgação de dados econômicos fracos nos Estados Unidos trouxe otimismo ao mercado financeiro, empurrando o dólar para baixo ao longo da tarde.

O mercado de ações também teve um dia volátil. O índice Ibovespa, da B3, fechou aos 116.230 pontos, com alta de apenas 0,08%. O indicador chegou a subir 1,81% por volta das 10h, mas desacelerou em um movimento de realização de lucros, com investidores aproveitando os ganhos de ontem para vender papéis e embolsar os ganhos.

Ontem (3), a bolsa subiu 5,54% e teve a maior alta diária desde abril de 2020, influenciada pelo resultado do primeiro turno das eleições. Ações de empresas estatais, que foram as que mais se valorizaram ontem, tiveram queda hoje, puxando o Ibovespa para baixo.

Nos Estados Unidos, a divulgação de que a criação de empregos teve a maior queda mensal em dois anos e meio trouxe alívio aos investidores. A desaceleração do mercado de trabalho reduz as pressões para que o Federal Reserve (Fed, Banco Central norte-americano) aumente os juros além do previsto, o que estimula as bolsas norte-americanas.

O índice Dow Jones, das empresas industriais, subiu 2,8%. O Nasdaq, das empresas tecnológicas, ganhou 3,34%. O S&P 500, das maiores empresas, avançou 3,06%. As altas registradas nos últimos dois dias ajudam a repor as perdas das bolsas norte-americanas nas últimas semanas.

 

- Campos Neto é escolhido presidente do ano de bancos centrais

Brasileiro é elogiado pela forma como lidou para conter os efeitos da pandemia, da guerra na Ucrânia e o aperto financeiro global

Roberto Campos Neto, 53 anos, foi eleito o presidente do ano de bancos centrais na América Latina, segundo o LatinFinance Banks of the Year Awards. O brasileiro foi elogiado pela forma como lidou para conter os efeitos da pandemia, da guerra na Ucrânia e o aperto financeiro global.

O economista é condecorado pelos esforços dele para aumentar a credibilidade do banco. A premiação diz que ele foi o gestor mais eficaz da região na política monetária de julho de 2021 a junho de 2022.

A autoridade monetária brasileira começou a subir os juros em março de 2021, quando estava em 2% ao ano. Desde então, o salto foi de 11,75 pontos percentuais, para 13,75% ao ano.

Com o discurso mais duro, Campos Neto vem sinalizando que a Selic ficará alta por mais tempo do que o precificado pelo mercado.

“A instituição foi um dos primeiros bancos centrais do mundo a iniciar seu ciclo de aperto em março de 2021”, afirmou Campos Neto à LatinFinance.

O Banco Central brasileiro não cumpriu a meta para a inflação em 2021. É dado como certo que não cumprirá também em 2022, por mais que o governo tenha conseguido resfriar a inflação com reduções de tributos.

O centro do objetivo para este ano é de 3,5%, com tolerância de até 5%. Segundo o boletim Focus do BC, os analistas do mercado financeiro esperam que o índice encerre o ano em 5,7%.

Mas o desempenho da autoridade monetária é visto como positivo. Em todo o mundo, os bancos centrais passam por dificuldades: pandemia, aumento dos gastos públicos e guerra.

Ao mesmo tempo em que ganha credibilidade no mercado de capitais internacional, Campos Neto também implementou uma agenda para modernizar o sistema financeiro. Na lista, o lançamento do Pix e o Open Finance.

QUEM É ROBERTO CAMPOS NETO

Antes de ser indicado para presidente do BC, Campos Neto, 53 anos, era responsável pela tesouraria para as Américas no banco Santander.

Graduado em Economia pela Universidade da Califórnia, com especialização em Economia com ênfase em finanças pela mesma instituição, atuou no banco de investimento Bozano Simonsen –do qual o ministro da Economia, Paulo Guedes, foi acionista– de 1996 a 1999.

Em 1996, atuou como operador de derivativos de juros e câmbio. Em 1997, como operador de dívida externa e, em 1998, como operador da área de Bolsa de Valores. Em seguida, chegou a executivo da área de renda fixa internacional.

De 2000 a 2003, foi chefe da área de renda fixa do Santander Brasil e, no ano seguinte, passou para gerente de carteiras na Clarita Investimentos.

Retornou ao Santander em 2005 como operador e, em 2006, tornou-se chefe do setor de trading. Em 2010, passou à área que engloba tesouraria e formador de mercado regional e internacional.

O economista é neto do diplomata Roberto Campos (1917-2001), defensor do liberalismo. Campos foi ministro do Planejamento de Castelo Branco, 1º presidente do regime militar, e presidente do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Social) de Juscelino Kubitschek. Exerceu mandatos de deputado federal e senador.



Fonte: Agência Brasil - Reuters - Poder360