Economia

IBGE: desemprego segue em queda e chega a 8,3%





A taxa de desocupação, que mede o desemprego no país, foi de 8,3% no trimestre encerrado em outubro. Essa taxa representa queda de 0,8 ponto percentual (p.p.) em relação ao trimestre anterior (maio a julho), sendo a menor para o período desde 2014. Na comparação com o mesmo trimestre de 2021, a queda foi de 3,8 p.p.

Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, divulgada hoje (30) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Segundo o levantamento, o contingente de pessoas ocupadas chegou a 99,7 milhões, aumento de 1% no trimestre, batendo novamente o recorde na série histórica, iniciada em 2012. “Este momento de crescimento de ocupação já vem em curso desde o segundo semestre de 2021. Com a aproximação dos últimos meses do ano, período em que historicamente há aumento de geração de emprego, a tendência se mantém”, afirmou, em nota, a coordenadora da Pnad Adriana Beringuy.

Já a população desocupada alcançou 9 milhões de pessoas, o que representa recuo de 8,7% em comparação com o trimestre encerrado em julho. É o menor nível desde julho de 2015.

Em relação ao nível da ocupação, ou seja, o percentual de pessoas ocupadas na população em idade de trabalhar, houve aumento de 0,4 p.p., chegando a 57,4%. “Já a taxa composta de subutilização caiu para 19,5%, uma queda de 1,4 p.p. no trimestre e 6,7 p.p. no confronto contra o mesmo trimestre do ano passado. A população subutilizada também caiu (6,7%) e chegou 22,7 milhões de pessoas”, diz o IBGE.

A Pnad Contínua para o trimestre encerrado em outubro também demonstra a tendência de crescimento para o número de empregados com carteira de trabalho assinada. Em relação ao trimestre anterior, o aumento foi de 2,3% (822 mil pessoas), chegando a 36,6 milhões.

"Esse índice segue em alta há mais de um ano, o que mostra não apenas que o mercado de trabalho está em expansão numérica de ocupados, mas também apresentando algum crescimento na formalização da população ocupada", avaliou Adriana Beringuy.

Rendimentos

O rendimento real habitual também cresceu. Houve aumento de 2,9% em relação ao trimestre anterior, chegando ao valor de R$ 2.754. Entre as posições, destaque para as altas no grupo de empregado no setor público (inclusive servidor estatutário e militar) (3,4%, ou mais R$ 137) e conta própria (3,3%, ou mais R$ 69), além do empregado com carteira de trabalho assinada (3,1%, ou mais R$ 79).

Já entre os grupamentos, os maiores aumentos foram em transporte, armazenagem e correio (6,5%, ou mais R$ 163), agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura (5,7%, ou mais R$ 100) e construção (5,5%, ou mais R$ 114).

A pesquisa aponta para o recorde da série histórica na massa de rendimento real habitual, que chegou a R$ 269,5 bilhões, crescimento de 4% no trimestre e 11,5% na comparação anual.

Também o número de empregados sem carteira assinada no setor privado bateu o recorde da série, chegando 13,4 milhões de pessoas, aumento de 2,3% (297 mil pessoas) contra o trimestre anterior e de 11,8% (1,4 milhão de pessoas) no ano.

“O número de empregados no setor público foi outro a bater o recorde da série histórica (12,3 milhões) crescendo 2,3% no trimestre e 10,4%. Já a taxa de informalidade foi 39,1% da população ocupada menor que o trimestre anterior, quando foi de 39,4%, e no mesmo período do ano passado, quando atingiu 40,7%. O número de trabalhadores informais chegou a 39 milhões”, informa o IBGE.

 

Confira outras notícias

- Setor público consolidado tem superavit de R$ 27 bi em outubro

As contas do setor público consolidado –formado por União, Estados, municípios e estatais– tiveram superavit de R$ 27 bilhões em outubro. O valor caiu 23,5% em comparação com o mesmo mês de 2021, quando o saldo positivo foi de R$ 35,4 bilhões.

O BC (Banco Central) divulgou o resultado nesta 4ª feira (30.nov.2022). Eis a íntegra do relatório (312 KB).

O resultado primário é formado pelas receitas menos as despesas, excluindo o pagamento dos juros da dívida pública.

Os Estados e municípios puxaram o resultado de outubro para baixo. Enquanto o governo federal teve superavit de R$ 30,2 bilhões no mês, os governos regionais tiveram déficit de R$ 3,9 bilhões. As estatais registraram saldo positivo de R$ 711 milhões.

Em 12 meses, o setor público consolidado teve superavit de R$ 173,1 bilhões, o que equivale a 1,82% do PIB (Produto Interno Bruto).

JUROS DA DÍVIDA PÚBLICA

O setor público consolidado pagou R$ 41,6 bilhões com juros da dívida pública em outubro. O valor é inferior ao mesmo período do ano passado, quando foi de R$ 60,4 bilhões.

Em 12 meses até outubro, os juros nominais somaram R$ 573,2 bilhões, ou 6,03% do PIB. Há 1 ano, no mesmo mês de 2021, eram R$ 378,3 bilhões, ou 4,44% do PIB.

O resultado nominal do setor público consolidado –que inclui o pagamento dos juros da dívida– foi deficitário em R$ 14,5 bilhões no mês. Em 12 meses, as contas têm um rombo de R$ 400,1 bilhões, o que representa 4,21% do PIB.

DÍVIDA PÚBLICA

A DGBB (dívida bruta do governo federal) caiu para 76,8% do PIB em outubro. Recuou 0,3 ponto percentual em relação a setembro e 5,6 p.p. ante o mesmo mês de 2021.

 

- FGV: Indicador de Incerteza da Economia varia 0,1 ponto

O Indicador de Incerteza da Economia (IIE-Br), medido pela Fundação Getulio Vargas (FGV), ficou praticamente estável em novembro deste ano. O índice variou 0,1 ponto e chegou a 112,1 pontos.

Os dois componentes que formam o indicador tiveram comportamentos diversos. O componente de Mídia, baseado na frequência de notícias com menção à incerteza na imprensa, subiu 0,3 ponto, para 112,6 pontos.

Por outro lado, o componente de Expectativas, que mede a dispersão nas previsões de especialistas para variáveis macroeconômicas, caiu 0,7 ponto, para 105,1 pontos.

Segundo a economista da FGV Anna Carolina Gouveia, a estabilidade e manutenção do indicador em patamar elevado reflete cenário de desaceleração da economia no fim do ano e incertezas em relação às políticas econômicas do próximo governo.

 

- Confiança empresarial atinge menor nível desde fevereiro

Pesquisa é da Fundação Getúlio Vargas

O Índice de Confiança Empresarial (ICE), medido pela Fundação Getulio Vargas (FGV), recuou 6,7 pontos de outubro para novembro. Assim, o indicador atingiu 91,5 pontos, em uma escala de zero a 200, seu menor nível desde fevereiro deste ano (91,1 pontos).

O ICE consolida os índices de confiança dos empresários de quatro setores da economia pesquisados pela FGV: indústria, construção, comércio e serviços.

Queda

O Índice de Situação Atual Empresarial, que mede a percepção do empresariado brasileiro em relação ao presente, caiu 4,1 pontos e atingiu 95,2 pontos. O Índice de Expectativas teve uma queda mais acentuada: oito pontos, chegando a 87,9.

Quatro setores produtivos tiveram queda do ICE em novembro. A mais intensa foi observada no comércio (-10,8 pontos). Em seguida, aparecem serviços (-5,4 pontos), construção (-5,3 pontos) e indústria (-3,6 pontos).

Com a queda mais acentuada, o comércio também tem o menor índice de confiança: 87,2 pontos. A construção tem o maior índice: 95,6 pontos.

Fonte: Poder360 - Agência Brasil