Cotidiano

Operação ‘Sangria’ investiga prefeito de Calçoene por desvio em licitações de quase R$ 10 milhões





 

O MP- AP estima que cerca de 40 pessoas estão envolvidas no esquema, entre elas secretários de Calçoene, um grupo de empresários e o Prefeito do município.

 

Na manhã desta segunda-feira (24), o Ministério Público do Amapá (MP-AP), por meio do seu Grupo de Atuação Especial para Repressão ao Crime Organizado (GAECO), realizou a Operação Sangria nas cidades de Macapá, Calçoene e Vitória do Jari. 

A Operação teve por objetivo desarticular uma organização criminosa que vem atuando nos municípios de Calçoene e Vitória do Jari, fraudando e direcionando licitações, com a finalidade de subtrair dinheiro público.

Durante a ação, foram cumpridos pelo GAECO, com o apoio da Polícia Civil e Polícia Rodoviária Federal (PRF), 23 mandados de busca e apreensão. Ainda na manhã de ontem, o MP-AP participou de coletivo de imprensa, junto ao GAECO e PRF para explicar melhor a operação.

Na ocasião, o MP revelou que o prefeito de Calçoene, Jones Cavalcante (PPS), é um dos alvos da investigação. Ainda não foi calculado o montante de desvios, mas, segundo o MP, ocorreram licitações que chegam a RS 10 milhões.

"O prefeito é o gestor máximo, é ele que homologa as licitações, logo, ele é um dos envolvidos na investigação, assim como alguns secretários municipais. São cerca de quatro empresas envolvidas também, elas são as mesmas que se beneficiam e vencem tais licitações", disse Afonso Guimarães, promotor do Grupo de Atuação Especial para Repressão ao Crime Organizado (Gaeco), que comanda investigação.

Além de Calçoene, os 23 mandados de busca e apreensão por documentos, computadores e celulares foram cumpridos em Vitória do Jari e Macapá.

As licitações eram destinadas a investimentos nas áreas da educação, saúde e prestação de serviços da prefeitura de Calçoene. As buscas em Macapá e Vitória do Jari são desdobramentos do caso.

O MP estima que cerca de 40 pessoas estão envolvidas no esquema, que já era investigado pela promotoria do município.

Esta é a primeira fase da operação e nenhuma prisão foi efetuada, mas, de acordo com o Gaeco, prisões podem acontecer caso os autores dos crimes sejam comprovados.

"Todos os envolvidos podem ser presos, inclusive o prefeito de Calçoene. De acordo com os desdobramentos das investigações podemos pleitear o afastamento dele da prefeitura", reforçou Guimarães.

Caso comprovada a autoria dos crimes, os envolvidos podem responder por fraude em licitação, lavagem de dinheiro, corrupção e peculato.

Redação